Categoria Poetas brasileiros

Conheça grandes escritores brasileiros que não fizeram parte da Academia Brasileira de Letras

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A Academia Brasileira de Letras tem a tradição de imortalizar diversos escritores e poetas, mas alguns deles foram “esquecidos” ao longo do tempo, ou até mesmo injustiçados, como Mário Quintana, indicado três vezes sem sucesso. Má Dias, do site Litera Tortura, elegeu cinco casos de escritores que, por alguma razão, não ganharam assento na Academia

Mário Quintana – Reprodução

Mário Quintana
Mário Quintana é o poeta simples, o poeta da ironia, o poeta do cotidiano. Tentou uma vaga na Academia três vezes, mas nunca conseguiu votos suficientes para tanto. Quando seu nome foi “indicado”, pela quarta vez, recebendo uma promessa de unanimidade de votos do júri, Quintana recusou e disse: “Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro”. Com cadeira ou sem cadeira, Mário Quintana “passarinhou”: é imortal de qualquer jeito.

Carlos Drummond Café com Poemas
Carlos Drummond – Reprodução

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Carlos Drummond de Andrade
Responsável pelo choque da elite artística e literária ao escrever uma poesia sobre uma pedra no meio do caminho, Drummond viveu o movimento modernista sem nunca confirmar-se modernista. Autor de uma vasta obra poética, não entrou para a Academia Brasileira de Letras por um motivo especial: não quis se candidatar.

Clarice Lispector – Reprodução

Clarice Lispector
Clarice Lispector também fez a fina e não entrou na dança: nunca se candidatou a uma cadeira na Academia. Autora de “A Hora da Estrela” e “Laços de Família”, Clarice era proseadora e pode não ter uma cadeira na ABL, mas na contemporaneidade é “musa” da citação nas redes sociais.

graciliano ramos café com poemas
Graciliano Ramos – Reprodução

Graciliano Ramos
A comoção é geral: quem nunca se emocionou com a história da cachorra Baleia e a família com quem vive na seca do sertão nordestino é porque ainda não leu “Vidas Secas”, clássico da literatura brasileira. Graciliano Ramos é considerado um dos melhores escritores brasileiros de regionalismo de todos os tempos; mas isso, injustamente, não lhe rendeu uma cadeira na ABL.

Paulo Leminski – Reprodução

Paulo Leminski
O poeta é um dos mais inovadores, tanto no âmbito da linguagem como na maneira de disseminar sua obra. O curitibano dava preferência aos poemas curtos e não se dava muito aos floreios da literatura. Há pouquíssima informação sobre sua relação com a ABL, a qual, aparentemente, ele ignorou e não foi nem convidado, nem candidato.

Fonte: Literatortura.

 

 

 

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As polêmicas literárias de Paulo Leminski

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Curiosidades e livros de Paulo Leminski.

Paulo Leminski, o Rimbaud curitibano, teve uma vida de paixões, poesia e idealismos. Morreu no dia 07 de junho de 1989, aos 44 anos, vítima de cirrose, e deixou um legado de lirismo e algumas polêmicas. 

Em 1963, abandonou o Mosteiro, e nesse mesmo ano foi para Belo Horizonte onde participou da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, quando conheceu Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criadores da Poesia Concreta. Em 1964, publica seu primeiro poema na revista “Invenção”, editada pelos concretistas. Nesse mesmo ano, assume o cargo de professor de História e Redação em cursinhos pré-vestibulares.

Em 1976, Paulo Leminski publicou seu primeiro romance “Catatau”, obra “Maldita”, em que o experimentalismo atinge níveis pouco usuais, classificada pelo autor como mero romance ideia. Nessa época, trabalha como diretor e redator de publicidade. Publica seus textos em revistas alternativas, antológicas do tempo marginal, como “Muda”, “Código” e “Qorpo Estranho”, segundo ele mesmo, publicações que consagraram grande parte da produção dos anos 70.

Paulo Leminski tornou-se um dos mais destacados poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Inventou seu próprio jeito de escrever poesias, fazendo trocadilhos ou brincando com ditados populares: “sorte no jogo / azar no amor / de que me serve / sorte no amor / se o amor é um jogo / e o jogo não é meu forte, / meu amor?”.

Leminski era fascinado pela cultura japonesa e pelo zen-budismo, era faixa preta de caratê. Escreveu a biografia de Matsuo Bashô, e dentro do território livre da poesia marginal escreveu poemas à moda de um grafiti, com sabor de haicai. Ele escreveu também letras de músicas em parcerias com Caetano Veloso, Itamar Assumpção e o grupo A Cor do Som. Exerceu intensa atividade como crítico literário e tradutor, vertendo para o português as obras de James Joyce, Alfred Jarry, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Viveu durante 20 anos com a poetisa Alice Ruiz, que organizou sua obra.

Paulo Leminski faleceu em Curitiba, Paraná, no dia 7 de junho de 1989.


 Paulo Leminski é dos queridinhos da internet, pois, suas frases e poemas provocam diversas emoções e sentimentos, compartilhados e curtidos por diversas gerações.
Paulo Leminski é dos queridinhos da internet, pois, suas frases e poemas provocam diversas emoções e sentimentos, compartilhados e curtidos por diversas gerações.

Tripas de Leminski

Além da bibliografia oficial do poeta, é possível encontrar na internet algumas menções a uma edição independente de 1980, chamada Tripas. O problema é que ninguém sabe ou confirma a existência desta obra, apesar dela constar até na página do poeta na Wikipedia. Há quem diga que se trata de uma lenda urbana, corroborada por alguns blogueiros com estranho senso de humor. Nem a poetiza Alice Ruiz, que viveu muitos anos com o escritor, menciona a existência deste livro. Se ninguém confirma, não deve existir, não é? O problema é que Tripas não é um caso isolado. Catatau, durante muitos anos, também foi tratado como um mito, até ganhar uma reedição pela Editora Iluminuras. E você, acredita na existência de Tripas?


O concurso que Leminski ganhou, mas não levou

Quando ainda era professor de história em cursinhos nos anos 60, Leminski entrou num concurso de contos em Curitiba. Para manter sua identidade em segredo, usou o pseudônimo “Kung”. Quando o resultado saiu, o vencedor anunciado foi um cidadão chamado “Kurt”. Vinte anos depois, um dos jurados reconheceu que tinha sido um erro tipográfico e que Kung – ou melhor, Leminski – deveria ter levado o prêmio. O poeta ficou tão indignado que escreveu a obra Descartes com lentes, satirizando o equívoco.


O livro proibido I

Entre livros esquecidos e controversos, as biografias do poeta também provocam sua dose de polêmica. Paulo Leminski: o bandido que sabia latim, de Toninho Vaz, passou por diversos problemas com a família de Leminski, que vetou a quarta edição, publicada pela Editora Nova Cultura. O motivo, segundo os familiares, foi o autor ter escrito um parágrafo sobre suicídio do irmão, Pedro, em 1986. Por que a biografia de uma personalidade pública não deveria mencionar tragédias pessoais, ou por que isso só se tornou um problema na quarta edição, são algumas das questões não resolvidas deste processo.


O livro proibido II

Toninho Vaz não está sozinho na mira da família Leminski. Minhas lembranças de Leminski, de Domingos Pellegrini, vencedor de seis prêmios Jabuti e autor de mais de 30 obras, também não recebeu a autorização dos herdeiros, o que inviabilizava a publicação pelas vias tradicionais, uma vez que as editoras tendem a evitar que seus livros sejam recolhidos das livrarias por ordem judicial. O autor resolveu ignorar os avisos e publicou o livro de graça na internet, para quem quisesse ler, bem ao estilo da contracultura defendida pelo próprio Leminski. Contudo, essa história tem um final feliz: a Geração Editorial resolveu ignorar a polêmica e o relançou alguns anos depois.


Três obras marcantes de Paulo Leminski

Toda poesia

Paulo Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre duas enormes construções que rivalizavam na década de 1970, quando publicava seus primeiros versos: a poesia concreta, de feição mais erudita e superinformada, e a lírica que florescia entre os jovens de vinte e poucos anos da chamada “geração mimeógrafo”. Este volume percorre, pela primeira vez, a trajetória poética completa do autor curitibano, mestre do verso lapidar e da astúcia.

Vida: Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski

Sob o olhar poético e apaixonado de um admirador, essas quatro trajetórias aparentemente desconexas ganham novas dimensões, criam elos e se complementam, em comunicação permanente com a vida e a obra de seu biógrafo. Trótski é visto como um homem de letras, autor do “mais extraordinário livro sobre literatura” já escrito por um político. Cruz e Sousa é personagem central de um movimento que Leminski chama de “underground” e que muito o influenciaria: o simbolismo. Bashô, antes de se tornar pai do haikai, foi membro da classe samurai. E Jesus é um “superpoeta”. Enquanto traz à tona lados surpreendentes de quatro de seus heróis, Leminski revela muito de si mesmo, tão múltiplo e fascinante quanto os biografados, e fornece a seus fãs, em narrativas aliciantes e cheias de estilo, uma gênese de suas principais influências.

Distraídos venceremos

O livro é dividido em três capítulos: o primeiro leva o mesmo nome do livro e inclui grande parte dos poemas da edição, principalmente os metapoemas, ou seja, poemas em que a temática é o próprio poema. No segundo, o autor apresenta versos de vida, de espaço e de tempo, falando sobre as coisas que sobrevoaram o ar dos seus dias, que se misturaram à poeira do chão de sua casa. Na última parte, o poeta apresenta uma série de haicais.

Fonte:

Estante Virtual Blog | Livros, cultura e afins

Trechos também retirados do site ebiografia

Graciliano Ramos, um dos melhores escritores brasileiros de regionalismo de todos os tempos

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Graciliano Ramos (1892-1953) foi um escritor brasileiro. O romance “Vidas Secas” foi sua obra de maior destaque. É considerado o melhor ficcionista do Modernismo e o prosador mais importante da Segunda Fase do Modernismo.

Suas obras embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro, apresentam uma visão crítica das relações humanas, que as tornam de interesse universal.

Seus livros foram traduzidos para vários países e Vidas Secas, São Bernardo e Memórias do Cárcere, foram levados para o cinema. Recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, dos Estados Unidos, pela obra “Vidas Secas”.

Infância e Juventude

Graciliano Ramos nasceu na cidade de Quebrângulo, Alagoas, no dia 27 de outubro de 1892. Filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos era o primogênito de quinze filhos, de uma família de classe média do Sertão nordestino.

Passou parte de sua infância na cidade de Buíque, em Pernambuco, e parte em Viçosa, Alagoas, onde estudou no internato da cidade.

Em 1904 publicou no jornal da escola seu primeiro conto O Pequeno Pedinte. Em 1905 mudou-se para Maceió, onde fez seus estudos secundários no Colégio Interno Quinze de Março, onde desenvolveu maior interesse pela língua e pela literatura.

Em 1910 foi com a família morar em Palmeira dos Índios, Alagoas, onde seu pai abriu um pequeno comércio. Em 1914 foi para o Rio de Janeiro, quando trabalhou como revisor dos jornais Correio da Manhã, A Tarde e em O Século.

Voltou para a cidade de Palmeira dos Índios, onde duas irmãs haviam falecido de peste bubônica, em 1915. Trabalhou com o pai no comércio. No ano seguinte, casou-se com Maria Augusta Barros, com quem teve quatro filhos.

Cargos públicos

Em 1928, Graciliano Ramos foi eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios. Nesse mesmo ano, já viúvo, casou-se com Heloísa de Medeiros, com quem teve quatro filhos.

Em 1930, deixou a prefeitura e mudou-se para Maceió, onde assumiu a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado.

Primeiras obras

Graciliano Ramos estreou na literatura em 1933 com o romance Caetés. Nessa época mantinha contato com José Lins do Rego, Raquel de Queiroz e Jorge Amado. Em 1934 publicou o romance São Bernardo, e em 1936 publicou Angústia.

Nesse mesmo ano, ainda no cargo de Diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado, foi preso, sob a acusação de que era comunista. Ficou nove meses na prisão, sendo solto, pois não encontraram provas.

Em 1937, Graciliano Ramos mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi morar em um quarto de pensão com a esposa e as filhas menores. Em 1939 foi nomeado Inspetor Federal de Ensino. Em 1945 ingressou no Partido Comunista.

Em 1951 foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores. Em 1952 viajou para os países socialistas do Leste Europeu, experiência descrita na obra Viagem, publicada em 1954, após sua morte.

Características da obra de Graciliano Ramos

Graciliano é considerado o mais importante ficcionista do Modernismo, fez parte do grupo de escritores que inaugurou o realismo crítico, representando os problemas brasileiros em geral ou específicos de determinada região.

Trata-se de uma literatura que traz para a reflexão problemas sociais marcantes do momento em que os romances foram escritos. Literatura destinada a provocar a conscientização, o romance regionalista tem como lema criticar para denunciar uma questão social.

A preocupação com a linguagem é o traço peculiar do escritor. O interesse de sua narrativa está centrado na problemática do homem. O interesse está diretamente voltado para o comportamento, atitudes e conduta humana, e a descrição da paisagem nasce da própria caracterização psicológica dos personagens:

Vidas Secas (1938) é considerada a obra-prima de Graciliano Ramos. Narra a história de uma família de retirantes nordestinos, que atingida pela seca é obrigada a perambular pelo sertão, em busca de melhores condições de vida. A obra pretende mostrar a tirania da terra cruel, atuando sobre o homem.

Graciliano Ramos escreve também obras autobiográficas, onde reúne acontecimentos e cenas selecionadas pela memória, revestidas de extrema subjetividade. Nessa linha destacam-se Infância (1945) e Memórias do Cárcere (1953), onde o autor retrata as experiências dolorosas de sua vida durante os nove meses em que esteve preso.

Graciliano Ramos faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1953.

Obras de Graciliano Ramos

  • Caetés (1933)
  • São Bernardo (1934)
  • Angústia (1936)
  • Vidas Secas (1938)
  • A Terra dos Meninos Pelados (1942)
  • História de Alexandre (1944)
  • Dois Dedos (1945)
  • Infância (1945)
  • Histórias Incompletas (1946)
  • Insônia (1947)
  • Memórias do Cárcere (1953)
  • Viagem (1954)
  • Linhas Tortas (1962)
  • Viventes das Alagoas, costumes do Nordeste (1962)

Fonte: eBiografia.com

Quem foi Casimiro de Abreu

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Casimiro José Marques de Abreu nasceu no dia 4 de janeiro de 1837, em Barra de São João, Rio de Janeiro. Um dos poetas mais importantes da literatura brasileira, pertence a segunda geração do Romantismo no país. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), é patrono da cadeira n.6.

Casimiro de Abreu foi prodígio e muito intenso. Apesar de não ter escrito muito – faleceu com apenas 23 anos de idade – deixou obras perpetuadas na literatura nacional. Dono de um estilo lírico e sentimentos à flor da pele, seus poemas abordavam temas como o amor, a paixão, a melancolia da vida, nostalgia da infância e exaltação à pátria. Autor da obra “Meus Oito Anos”, tornou-se um dos mais populares poetas de sua geração no Brasil, apesar de viver boa parte de sua juventude em Lisboa, Portugal, onde, com apenas 16 anos, escreveu a maior parte dos poemas de seu único livro “Primaveras”.

Na capital portuguesa, Casimiro de Abreu conhece a boemia e se entrega às madrugadas, mulheres e bebidas. Acaba contraindo tuberculose, precisando regressar ao Brasil no ano de 1857. Com a saúde abalada, parte para Indaiassu, perto de Nova Friburgo, onde sua família tinha uma fazenda para que assim pudesse respirar ar mais puro e combater a doença.

Em julho de 1960, fica noivo de Joaquina Alvarenga Silva Peixoto. porém, pouco mais de três meses depois, Casimiro de Abreu não resiste à tuberculose e morre no dia 18 de outubro, em Indaiassu, município que hoje carrega o nome do próprio Casimiro de Abreu, em homenagem.

Texto extraído do site Recanto do Poeta