Esther Okade é uma criança britânica-nigeriana que aos 10 anos de idade, matriculou-se em uma universidade. Esther mora em Walsall, uma cidade industrial na região de West Midlands, no Reino Unido.
Sua mãe, Omonefe, notou o talento da filha para números logo depois que ela começou no maternal, aos 3 anos de idade. A mãe conta que depois de algumas semanas na escola particular, Esther teve um comportamento estranho.
Explodindo em choro, ela dizia que nunca mais voltaria à escola.
“Eles nem me deixavam falar”
Desde então, Esther passou a ter aulas em casa mesmo com a sua mãe. Ela adora álgebra, equações de segundo grau, números complexos, etc.
” Foi super fácil. A minha mãe me ensinou de uma forma agradável” – conta ela.
Desde os 7 anos, Esther queria entrar para a universidade, porém, seus pais eram cautelosos. Só quando completou 10 anos de idade que ela se matriculou na Universidade Aberta, uma faculdade de ensino à distância do Reino Unido. Estas universidades têm programas de ensino específicos para crianças com estas habilidades e veem nelas futuros gênios.
Talvez seja quase unânime a ideia de que ser carinhoso, ou carinhosa, é algo muito positivo. E de fato, é. No entanto, ninguém sai abraçando e beijando todo mundo.
Em adultos, o carinho, em termos de contato físico, é comumente restrito ao círculo social de pessoas mais próximas. Isso é muito fácil de verificar. Acontece que – se você é pai ou mãe – talvez esteja obrigando o seu filho pequeno, sem perceber, a acreditar que manter contato físico com alguém, qualquer pessoa, o torna “melhor”, mais aceito, mais bonzinho. E você pode estar fazendo isso, ao ter uma atitude, aparentemente, inofensiva: obrigando-o a beijar e abraçar, ou ir no colo de estranhos.
Aqui uma ressalva: para a criança a intimidade é algo restrito às pessoas que ela convive intensamente. A mãe, o pai, os familiares mais próximos, um ou outro colega de escola. Mesmo que você acredite que aquele parente não é um estranho, aprenda a ver pelos olhos da criança, e perceberá que o familiar é um ilustre desconhecido para ela.
NINGUÉM É OBRIGADO
É comum que as pessoas acreditem que os pequenos têm obrigação de abraçar e beijar todo mundo que pede. Mas pense um pouco sobre a mensagem que está passando à ela.
De novo, vale a empatia: são crianças, em plena formação física, emocional, neurológica, etc. Elas estão aprendendo, todos os dias, sobre como funciona o mundo, quem são elas, como devem se comportar, quais são as regras sociais…
E esse ensinamento pode ser algo tão profundo, que uma criança que aprendeu que pode ser tocada ou que deve tocar – por obrigação, uma outra pessoa – está aprendendo que a vontade dela não deve ser respeitada, e que o corpo não é dela.
Parece absurdo pensar isso de uma atitude tão inofensiva, como beijar ou abraçar uma criança – afinal de contas, uma convenção social como cumprimentar alguém de modo mais “carinhoso”, é algo que faz parte, e sempre fez, da nossa cultura. No entanto, não deveria.
SER EDUCADO E GENTIL NÃO SIGNIFICA TER CONTATO FÍSICO
Se a criança fala que não quer ter contato físico com outra pessoa, ela deve ser respeitada sempre. Com isso, você pai ou mãe, ensina a ela que o corpo dela não pode ser tocado e que ela não deve aceitar que a toquem ou que peçam isso a ela, por obrigação.
Crianças são seres humanos, e precisam ser tratadas como tal. Elas devem aprender – porque é de pequeno que se ensina essas coisas – que o corpo é delas, e que não deve ser tocado por obrigação ou aceitação, que ser educado e gentil não significa ter contato físico com ninguém, que ela sempre vai poder contar com a empatia dos pais sobre as necessidades delas, e que o contrário disso é desrespeito e agressão.
Por isso, quando aquela tia ou prima distante aparecer em uma festa de família pedindo um beijo para seu filho, pense duas vezes na hora de dizer para a criança fazer isso, e prefira sempre perguntar se ela quer. O mais importante, nesse caso, é respeitar a vontade da criança, e não se ater a uma imposição social, que não faz o menor sentido.