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“Uma História”, poema de Casimiro de Abreu

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A brisa dizia à rosa:
– “Dá, formosa,
Dá-me, linda, o teu amor;
Deixa eu dormir no teu seio
Sem receio,
Sem receio minha flor!

Da tarde virei da selva
Sobre a relva
Os meus suspiros te dar;
E de noite na corrente
Mansamente
Mansamente te embalar!” –

E a rosa dizia à brisa:
– “Não precisa
Meu seio dos beijos teus;
Não te adoro… és inconstante…
Outro amante,
Outro amante aos sonhos meus!

Tu passas de noite e dia
Sem poesia
A repetir-me os teus ais;
Não te adoro… quero o Norte
Que é mais forte
Que é mais forte e eu amo mais!” –

No outro dia a pobre rosa
Tão vaidosa
No hastil se debruçou;
Pobre dela! – Teve a morte
Porque o Norte
Porque o Norte a desfolhou!…

 

Saiba quem foi Casimiro de Abreu

Quem foi Casimiro de Abreu

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Casimiro José Marques de Abreu nasceu no dia 4 de janeiro de 1837, em Barra de São João, Rio de Janeiro. Um dos poetas mais importantes da literatura brasileira, pertence a segunda geração do Romantismo no país. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), é patrono da cadeira n.6.

Casimiro de Abreu foi prodígio e muito intenso. Apesar de não ter escrito muito – faleceu com apenas 23 anos de idade – deixou obras perpetuadas na literatura nacional. Dono de um estilo lírico e sentimentos à flor da pele, seus poemas abordavam temas como o amor, a paixão, a melancolia da vida, nostalgia da infância e exaltação à pátria. Autor da obra “Meus Oito Anos”, tornou-se um dos mais populares poetas de sua geração no Brasil, apesar de viver boa parte de sua juventude em Lisboa, Portugal, onde, com apenas 16 anos, escreveu a maior parte dos poemas de seu único livro “Primaveras”.

Na capital portuguesa, Casimiro de Abreu conhece a boemia e se entrega às madrugadas, mulheres e bebidas. Acaba contraindo tuberculose, precisando regressar ao Brasil no ano de 1857. Com a saúde abalada, parte para Indaiassu, perto de Nova Friburgo, onde sua família tinha uma fazenda para que assim pudesse respirar ar mais puro e combater a doença.

Em julho de 1960, fica noivo de Joaquina Alvarenga Silva Peixoto. porém, pouco mais de três meses depois, Casimiro de Abreu não resiste à tuberculose e morre no dia 18 de outubro, em Indaiassu, município que hoje carrega o nome do próprio Casimiro de Abreu, em homenagem.

Texto extraído do site Recanto do Poeta