Sendo uma das datas mais bonitas e significativas do ano, o natal se torna um momento de comemoração e confraternização com desejos e sentimentos entre amigos e familiares.
É um momento especial de amor e compaixão ao próximo, onde as pessoas vivenciam o verdadeiro sentido do nascimento de Cristo Jesus.
Sendo assim, selecionamos alguns poemas de Natal, escritos por difedrentes escritores que realmente inspiram e enchem os nossos corações de amor e esperança. Aproveite essa oportunidade para estar perto de quem ama, declarar o seu amor a elas, compartilhando ou recitando para os seus.
Cordel de Natal, de Bráulio Bessa
Que você, nesse Natal,
entenda o real sentido
da data em que veio ao mundo
um homem bom, destemido
e que o dono da festa
não possa ser esquecido.
Vindo lá do Polo Norte
num trenó cheio de luz
Papai Noel é lembrado
muito mais do que Jesus.
Ô balança incoerente
onde um saco de presente
pesa mais que uma cruz.
Sei que dar presente é bom
mas bom mesmo é ser presente
ser amigo, ser parceiro
ser o abraço mais quente
permitir que nossos olhos
não enxerguem só a gente.
Que você, nesse momento,
faça uma reflexão
independente de crença,
de fé, de religião
pratique o bem sem parar
pois não adianta orar
se não existe ação.
Alimente um faminto
que vive no meio da rua,
agasalhe um indigente
coberto só pela lua,
sua parte é ajudar
e o mundo pode mudar
cada um fazendo a sua.
Abrace um desconhecido,
perdoe quem lhe feriu,
se esforce pra reerguer
um amigo que caiu
e tente dar esperança
pra alguém que desistiu.
Convença quem está triste
que vale a pena sorrir,
aconselhe quem parou
que ainda dá pra seguir,
e pr’aquele que errou
dá tempo de corrigir.
Faça o bem por qualquer um
sem perguntar o porquê,
parece fora de moda
soa meio que clichê,
mas quando se ajuda alguém
o ajudado é você.
Que você possa ser bom
começando de janeiro
e que esse sentimento
seja firme e verdadeiro.
Que você viva o Natal
todo ano, o ano inteiro.
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Mensagem de natal em Cordel, Leandro Flores
Que este momento de natal
lhe sirva pra fazer refletir
o verdadeiro sentido da vida
que é de fato existir
Existir para poder contribuir
com um mundo melhor…
existir para a sua família…
para os seus amigos….
não apenas nesta época…
mas em todo momento
que eles precisarem de um abrigo…
Que o momento também
lhe sirva para reparar no outro
não de uma forma clichê
mas no sentido real da palavra “natal”
ou que pelo menos como deveria ser…
não importa
o que lhe ensinaram desde pequeno
Papai Noel é só um símbolo
o verdadeiro sentido é o NAZARENO…
esqueça a hipocrisia comercial
o jogo de interesses
as falsas lembranças
que só aparecem agora no natal…
não se esqueça também
de comemorar, de se entregar
de viver o momento com leveza e dedicação
Esse papai Noel pode ser ilusão
mas o verdadeiro sentido do natal
é o amor, o reencontro, a união!
Gratidão por existir
e contribuir com minha inspiração
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Poesia de Natal, de Cora Coralina
Enfeite a árvore de sua vida
com guirlandas de gratidão!
Coloque no coração laços de cetim rosa,
amarelo, azul, carmim,
Decore seu olhar com luzes brilhantes
estendendo as cores em seu semblante
Em sua lista de presentes
em cada caixinha embrulhe
um pedacinho de amor,
carinho,
ternura,
reconciliação,
perdão!
Tem presente de montão
no estoque do nosso coração
e não custa um tostão!
A hora é agora!
Enfeite seu interior!
Sejas diferente!
Sejas reluzente!
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Natal… na provincia neva, de Fernando Pessoa
Natal… Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!
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História Antiga, de Miguel Torga
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças
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Poema de Natal, de Vinícius de Moraes
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
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Canto de Natal, de Manuel Bandeira
O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.
Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.
Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.
Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.
Infelizmente neste domingo, dia 03 de abril tivemos a notícia da morte da nossa tão admirada Lygia Fagundes Telles, considerada uma das mais notáveis escritoras brasileiras, destacando-se como uma grande contista e romancista.
E para homenageá-la, reunimos uma lista (com base numa lista, feita pelo site Folha de São Paulo) com alguns livros da extensa obra de Lygia Fagundes Telles, alguns dos quais nunca mais foram reeditados.
Porão e sobrado (1938)
Primeiro livro publicado por Fagundes Telles, em 1938, quando ela tinha quinze anos, com a ajuda do pai. Reúne nove contos, sendo que alguns já tinham saído em jornais da época, quando ela tinha treze anos. Já a partir do título, é possível perceber a consciência social que ela já tinha desde a adolescência. Tanto esse quanto Praia viva e O cacto vermelho foram renegados posteriormente pela escritora, nunca mais sendo reeditados.
Praia viva (1944)
Com dez contos, o livro só conseguiu ser publicado em 1944, embora ela tenha tentado lançá-lo anos antes. Não conseguia pois os editores com quem se encontrava estavam mais interessados em destacar sua beleza do que o seu trabalho, conforme se vê em uma carta que ela enviou a Erico Verissimo, em 9 de setembro de 1941, e que pode ser lida no site do Instituto Moreira Salles. Tanto esse quanto Porão e sobrado e O cacto vermelho foram renegados posteriormente pela escritora, nunca mais sendo reeditados.
O cacto vermelho (1948)
Lançado em 1948 e ganhador do Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras, traz doze contos, entre os quais “O menino” e “A confissão de Leontina”, que voltaram a aparecer em Antes do baile verde, A estrutura da bolha de sabão e outras obras posteriores. Tanto esse quanto Porão e sobrado e Praia Viva foram renegados posteriormente pela escritora, nunca mais sendo reeditados.
Ciranda de pedra (1954)
Companhia das Letras. 224 pp. R$ 52,90
Primeiro romance de Fagundes Telles, que saiu em 1954, considerado por ela e pelo crítico Antonio Candido como o livro que marca a sua maturidade literária. Dividido em duas partes, conta a história de Virginia, uma menina que vive com a mãe, desquitada, que está à beira de um colapso mental. Suas duas irmãs mais velhas vivem com o pai em uma casa grande e confortável e com um jardim amplo. A segunda parte traz Virginia já mais velha tendo que lidar com familiares e amigos. A obra já tratava de temas como homossexualidade feminina, impotência sexual e vida sexual ativa da mulher. Foi duas vezes adaptado pela TV Globo como novela, uma em 1981 e outra em 2008.
Histórias do desencontro (1958)
É o retorno aos contos de Fagundes Telles, que reúne catorze histórias lançadas em 1958. Cinco desses contos foram publicados novamente em Antes do baile verde, entre os quais o famoso “Venha ver o pôr do sol”, sobre dois jovens que marcam o seu último encontro em um cemitério. A obra recebeu o prêmio de melhor livro de contos do Instituto Nacional do Livro.
Histórias escolhidas (1961)
Primeira antologia da escritora paulistana, publicada em 1961, trazendo seis contos de O cacto vermelho, oito de História do desencontro e dois inéditos: “O noivo” e “As cerejas”, um dos melhores exemplos de como a autora se utiliza do erotismo em seus contos, através da relação entre uma mulher e o sobrinho do seu marido, tudo narrado pelo ponto de vista de uma parente mais jovem. Aqui já se percebe uma prática que Fagundes Telles vai seguir ao longo da carreira: a revisão e alteração na escrita das histórias originais.
Verão no aquário (1963)
Companhia das Letras. 232 pp. R$ 59,90
O segundo romance de Fagundes Telles foi lançado em 1963, e conta a história de Raiza, uma moça que está apaixonada por um jovem rapaz que pretende se tornar padre. Ao mesmo tempo, ela desconfia de que ele esteja tendo um caso com sua mãe. Aqui é possível perceber claramente a influência do narrador machadiano, em especial o de Dom Casmurro, pois fica no ar a pergunta se a mãe de Raiza estava realmente tendo um caso com André. Essa influência também se estendeu para o cinema, pois Fagundes Telles, junto com Paulo Emilio Salles Gomes, escreveu o roteiro de Capitu, filme de 1968 dirigido por Paulo Cezar Saraceni, uma adaptação cinematográfica da obra-prima machadiana.
O jardim selvagem (1965)
A primeira edição desse livro de 1965 reúne doze contos, contendo alguns dos mais famosos da obra lygiana: “Antes do Baile Verde”, “A caçada”, “Meia-noite em ponto em Xangai”, “O Jardim Selvagem”; “A Medalha” e “O espartilho”, que foram republicados em livros posteriores. A segunda edição, lançada na década de 70, traz apenas cinco contos da versão original, mas posteriormente não foi mais reeditado.
Antes do baile verde (1970)
Companhia das Letras. 208 pp. R$ 52,90
O livro de contos mais conhecido da obra lygiana, lançado em 1970, reunindo inicialmente vinte contos, entre inéditos e já publicados, que foram revisados por Fagundes Telles a fim de atingirem suas melhores formas. O conto “Antes do baile verde” recebeu o Grande Prêmio Internacional Feminino para Contos Estrangeiros, em Cannes, na França, em 1969.
As meninas (1973)
Companhia das Letras. 304 pp. R$ 54,90
O romance mais famoso da obra lygiana foi lançado em 1973, com a publicação de um relato de tortura que Fagundes Telles recebeu em casa, escrito em um panfleto. O livro mostra a sofisticação que a narrativa da escritora alcançou através de quatro narradores: um narrador em terceira pessoa e três jovens universitárias — Lorena (a burguesinha rica que se apaixona por um homem mais velho casado), Lia (que se envolve com grupos clandestinos que combatem o regime militar) e Ana Clara (a mais bonita das três, que é modelo e dependente de drogas). Vencedor do prêmio Jabuti, em 1974. Foi adaptado em 1995 para o cinema, com direção de Emiliano Ribeiro, com Adriana Esteves, Drica Moraes e Cláudia Liz nos papéis das “meninas”.
Seminário dos ratos (1977)
Companhia das Letras. 184 pp. R$ 54,90
Publicado em 1977, hoje o livro, após revisões e alterações, traz, ao todo, treze contos, entre os quais “Tigrela” e “As Formigas”, um dos mais lidos da autora ao lado de “Venha ver o pôr do sol”. Ambos capturam bem a aura de estranhamento criada por Fagundes Telles em seus contos, em que não se sabe se há ou não algo sobrenatural acontecendo. O conto homônimo que dá título ao livro também traz uma aura de surrealismo a um tema mais claramente político.
Filhos pródigos/A estrutura da bolha de sabão (1978)
Companhia das Letras. 184 pp. R$ 54,90. Posf. Alfredo Bosi.
Lançado em 1978 com o título de Filhos pródigos, é uma seleção de nove contos que haviam sido publicados anteriormente em periódicos, antologias coletivas ou livros da própria autora, mas que estavam esgotados. Em 1991, foi reeditado (com um conto a menos do que no original) com o título de outro conto famoso: “A estrutura da bolha de sabão”.
A disciplina do amor (1980)
Companhia das Letras. 224 pp. R$ 49,90. Posf. Noemi Jaffe.
O primeiro livro da ficção memorialística de Lygia Fagundes Telles, publicado em 1980, contendo “miniaturas”, como esses textos fragmentários eram chamados por Carlos Drummond de Andrade. É um estilo que mistura biografia e invenção, chamados de “coleção de ‘biografemas’” por Noemi Jaffe, que escreveu o posfácio da edição mais recente da Companhia das Letras. Ganhador do Prêmio Jabuti e o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
As horas nuas (1989)
Companhia das Letras. 256 pp. R$ 54,90. Posf. José Paulo Paes.
Quarto e último romance publicado por Fagundes Telles, em 1989, em que a autora faz várias autorreferências a obras anteriores, seja na forma de paródia, seja em repetições de frases e imagens. O livro começa dando a ideia de que a protagonista é Rosa Ambrosio, uma atriz decadente, e seu gato, Rahul, que é um dos narradores. Mais adiante, a trama vira uma espécie de romance policial em que tenta-se descobrir a resolução do mistério do desaparecimento de uma das personagens do romance. Mas a resolução está em um conto anterior da autora.
A noite escura e mais eu (1995)
Companhia das Letras. 128 pp. R$ 47,90
O título faz referência a um verso de Cecília Meireles e é o último livro de contos “ficcionais” de Fagundes Telles, publicado em 1995. Traz nove contos, dentre os quais “Dolly” e “Anão de Jardim” (narrado justamente por um anão de jardim), considerado o “conto total” da obra lygiana.
Invenção e memória (2000)
Companhia das Letras. 144 pp. R$ 49,90
Publicado no ano de 2000, reúne quinze textos da ficção memorialística lygiana. Entre textos explicitamente autobiográficos (como “Rua Sabará, 400”, que trata da sua rotina com Paulo Emilio Salles Gomes, que foi seu companheiro até a morte dele, em 1977) e narrativas fantásticas, como a história de um vampiro norueguês que busca sua amada, uma indígena brasileira, Fagundes Telles mistura ficção e realidade com maestria.
Durante aquele estranho chá (2002)
Companhia das Letras. 160 pp. R$ 47,90
Uma reunião de textos breves, de origens, naturezas e épocas diversas, trazem vida às memórias de Lygia Fagundes Telles, em livro publicado originalmente em 2002. Traz suas conversas com Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, visitas a Jorge Amado e Zélia Gattai, sua amizade com Hilda Hilst e um estranho diálogo com Jorge Luis Borges, passando por uma entrevista concedida à Clarice Lispector.
Passaporte para a China (2011)
Companhia das Letras. 112 pp. R$ 44,90
Relato de viagem realizada em 1960 para a China, em que Fagundes Telles fez parte da delegação brasileira convidada para comemorar o 11º aniversário do socialismo chinês. As 29 crônicas que compõem o livro, que saiu em 2011, são uma reunião dos textos que foram publicados por ela no jornal Última Hora, abordando desde paisagens, monumentos, roupas, costumes ao convívio com o povo chinês e detalhes do cotidiano. Conta ainda com um pequeno caderno de fotos tiradas durante a viagem.
Um coração ardente (2012)
Companhia das Letras. 104 pp. R$ 42,90
Coletânea de dez contos publicados pela escritora entre 1958 e 1981. As histórias trazem homens e mulheres, crianças e adultos flagrados em seus sentimentos mais secretos e em sua relação espinhosa com a vida.
Reprodução do site “Folha de São Paulo” em “Listão: Lygia Fagundes Telles”
Leandro Flores, advogado, Jornalista, Sertanista, Poeta, Escritor, Editor de Livros (confira a bibliografia completa aqui) foi empossado como Membro Correspondente da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana/BA.
O evento aconteceu no último dia 14 de março em Feira de Santana, durante “Abertura do Ano Acadêmico/2022”, da Academia Feirense. Leandro infelizmente não pode comparecer, mas a sua madrinha, a quem o indicou, Neuza de Brito Carneiro, recebeu o diploma em seu lugar.
“Eu fiquei muito honrado pela indicação da confreira Neusa, que além de amiga, é uma poeta que já participou de alguns projetos nossos. Portanto, uma parceira! Em relação à Academia, só posso agradecer pelo acolhimento, pela indicação e homenagem. É uma coroação, um reconhecimento pelos trabalhos que a gente faz, eu sei, mas eu nunca busquei isso. Nunca fiz nenhum esforço nesse sentido. Mas, pude perceber que a proposta da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana é diferente das demais. E, através da indicação da confreira Neuza, tive esse acolhimento. Portanto, aceito com muito grado, ser um membro correspondente da augusta academia, com a promessa de sempre honrar esse título. ” – Afirmou Leandro.
Leandro foi indicado ainda em 2020, mas em razão da pandemia, a sessão de nomeação foi suspensa, dois anos depois, aconteceu o primeiro encontro presencial. O próximo será em 2023.
Foram nomeados ainda, como membros efetivos, Jaíde Santana de Siquera e Claudia dos Santos Gomes, e como membros correspondentes, além de Leandro, Marcelo de Oliveira Souza.
Houve também na programação, Lançamento de livros e antologias, Exposição “Figuras populares” (Luciano dos Anjos), recital poético e show musical – voz e violão – com Geni Van.
Trabalho realizado com os professores: Érica Dourado, Célia Lopes, Joelson e Alysson da Escola Municipal Zenália Dourado Lopes (Lapão-Bahia), sobre Consciência Negra.
Visitar recordações, lembranças pessoais e trabalhar com a criação da memória coletiva. Dentre as ações de fomento à leitura desenvolvidas por Danielle Carvalho da Silva Santos, jovem de 22 anos, bolsista do Programa Agentes de Leitura, estão as oficinas realizadas pelo Projeto Girassol, coletivo formado por mulheres em 2018 no bairro Vila Carmela, região de Bonsucesso, onde ela mora com seus pais.
O programa Agentes de Leitura é uma iniciativa da Secretaria Especial de Cultura do Governo Federal, em parceria com a Prefeitura de Guarulhos e a Secretaria de Cultura, que prevê a concessão de bolsas de complementação de renda a jovens com residência fixa no município.
Durante a primeira oficina, realizada no mês passado, Danielle abordou o tema Memórias e utilizou como recurso um varal de poesias. “As participantes deveriam escolher um poema que remetesse à sua história; depois, em voz alta, fazer a leitura e compartilhar o porquê de sua escolha”, explicou a jovem.
Para esse encontro, do qual participaram 10 mulheres, Danielle selecionou os textos O Mal e o Sofrimento, de Leandro Gomes de Barros; Casamento, de Adélia Prado, Simplesmente Sertão, de Leandro Flores, Poema sem nome, de Patativa do Assaré, Brisa, de Manuel Bandeira, Consolo na Praia, de Carlos Drummond de Andrade, e Poemas para saudosistas, de Anna Lara Souza.
Danielle conheceu o Projeto Girassol através de sua mãe, que também frequenta as oficinas oferecidas pelo espaço. Para além da possibilidade de inserir a leitura em um contexto de empoderamento feminino, a jovem observou a iniciativa como uma oportunidade de trabalho com atividades de fomento ao livro, à leitura e à literatura.
“Tem sido incrível, me colocou em contato de pessoas próximas, estamos trocando experiências. Sempre soube que a leitura era importante, mas não sabia que, em meio a um processo de aprendizagem, que ela podia ser verdadeiramente transformadora, pois essas atividades chegam mais rápido às pessoas”.
Fomentando a leitura em mim
Unir sua experiência da leitura com o teatro também tem sido, segundo a jovem, incrível. Danielle está no último semestre do curso de bacharel e licenciatura em Artes Cênicas da Faculdade Anhembi Morumbi.
Ela estudou nas oficinas do Teatro na Comunidade no Centro Municipal de Educação Adamastor e participou de criações bem interessantes que o grupo espalhou pela cidade durante o período de atuação, dentre elas a Mostra Teatro na Comunidade com o espetáculo Mundo Perfeito. É integrante da Cia Unó e atua como auxiliar de direção musical, coreografa e atriz no espetáculo Rubro. Danielle também é professora de Artes da rede estadual.
A jovem conta que decidiu participar do Programa Agentes de Leitura porque sempre quis se dedicar a atividades que pudessem transformar a sociedade.
“Meu intuito com as oficinas do Projeto Girassol é valorizar as histórias e vivências que essas mulheres possuem, entender o quanto elas são fortes e presentes na sociedade, muitas das quais já têm idade avançada, vieram da região nordeste do país, trabalham ou não, outras trabalham em casa, mas não têm esse trabalho reconhecido”.
O sucesso da primeira oficina com as participantes do Projeto Girassol foi tão grande que a segunda oficina, realizada no último dia 29, contou com um número ainda maior de mulheres. Danielle propôs o tema Estima, com um trabalho com a autoimagem, o cuidado, o elogio à outra e a si mesmo, com textos motivacionais e reflexivos ditos umas para as outras.
“Esse trabalho de transformação é diário, em cada atividade que faço, o texto que escolho, tudo causa um impacto nas pessoas que saem do encontro transformadas. Por isso as atividades têm uma característica sensível, para que as mulheres possam olhar para si, e o teatro ajuda nesses momentos de improvisação, as leituras fluidas encontram sentido naquilo que tem sido proposto”.
Projeto Girassol
As oficinas do Projeto Girassol acontecem quinzenalmente, às segundas-feiras, e têm como objetivo oferecer suporte, prestar atendimento e promover encontros sobre temáticas como empoderamento, autoestima e outras demandas do universo feminino.
“O trabalho da Dani no Girassol é muito especial e veio para somar com o projeto. Ela tem muito respeito pelo próximo e grande entusiasmo pelo que faz. O resultado desse trabalho com as meninas é bastante positivo, elas se envolvem com o encontro, com as leituras dos textos, dos poemas, se identificam com as situações, partilham e comentam, tudo acaba sendo uma rica troca de experiências entre todas nós”, conta Mauricélia Ventura da Silva, conhecida como Célia, de 53 anos, uma das idealizadoras do projeto.
Temáticas pertinentes à igualdade feminina, saúde e prevenção de doenças, delegacias especializadas, apoio psicológico, violência psicológica, moral ou sexual, homofobia, família, direitos humanos, direcionamento a outros profissionais quando necessário. Silvana Testa, cofundadora do projeto e psicóloga, conta que a equipe também se dedica a campanhas de arrecadação de alimentos, rodas de conversas, palestras, dinâmicas e aulas de violão.
“O projeto surgiu em parceria com a Célia. Antes de estarmos no nosso espaço, uma das participantes ofereceu sua casa para que as oficinas começassem a acontecer e, desde então, realizamos esses encontros quinzenalmente, sempre às 19h30”, explica Silvana, enfatizando que o grande sonho da equipe é ampliar o atendimento do projeto para outros públicos, além do feminino.
Além de Silvana e Célia, a equipe do projeto também é composta pela social media Nayuri Seyfarth e a psicóloga Camila Santos.
Apontando para o futuro, Danielle acredita que também deveria haver um projeto de cravos, um encontro de homens, que também precisam aprender a ouvir e juntos tentar lidar com um comportamento masculino estrutural, que é passado de geração para geração.
“Às vezes, as mudanças vão acontecer de pouquinho em pouquinho, e eu acho que é exatamente isso que o Projeto Girassol faz. Quando a gente junta essas mulheres e conversa sobre violência doméstica, que elas não podem aceitar essa situação, quando falamos sobre a questão da mulher no mercado de trabalho, ou de depressão, cuidado consigo mesma, isso desperta uma força nessa mulher, e se conseguirmos uma sociedade com mulheres mais fortes, que reconhecem o seu valor, a gente automaticamente incentiva uma sociedade mais igualitária, porque elas deixam de aceitar situações de violência”.
Para saber mais sobre o Projeto Girassol, acompanhe suas redes sociais no
Facebook (https://www.facebook.com/Projetogirassolong/) e
A editora Novos Sabores Publicações realizará entre os dias 22 a 29 de novembro de 2021, a SEMANA NS BOOK (A semana do livro) e promete conceder descontos supreendentes para produtos e serviços. O Projeto Café com Poemas apoia essa iniciativa pois, a NS Publicações “surgiu da necessidade de inserção dos novos poetas no mundo editorial, sobretudo, aqueles que nunca publicaram um livro ou que não encontram espaço para publicarem, tendo em vista, a dificuldade de financiamento, patrocínio ou outra causa de incentivo.”
É uma empresa que oferece diversas vantagens para o escritor independente, sobretudo aqueles que estão publicando pela primeira vez, orientando-os, cobrando um preço justo pelos serviços realizados, acompanhando do inicio ao fim.
Além do mais, eles divulgam e vendem livros, sem custo nenhum para o autor e independente que tenha ou não publicado com eles. São essas e outras ações que precisam ser divulgadas.
Anualmente, o Dia do Poeta é comemorado em 20 de outubro.
Esta data celebra uma justa e inequívoca homenagem a esse ser fabuloso que nos traduz a vida. Que usa de sua criatividade, inspiração e talento para descrever os sentimentos, a natureza, os comportamentos humanos e as danações do tempo.
O objetivo principal desta data comemorativa é incentivar a leitura, a escrita e a produção de obras nacionais. Sabe-se que o setor artístico-literário é um campo restrito, com pouco ou quase nenhum investimento público, sobretudo para aqueles pequenos e médios escritores (poetas, romancistas, contistas, etc) que muitas vezes, precisam arcar de maneira desproporcional com a sua publicação (A Editora NS PUBLICAÇÕES tem incentivos, descontos especiais, orientações, para escritores que desejam publicar pela primeira vez). Saiba mais.
O Brasil tem produzido, ao longo destes séculos, centenas de poetas/escritores que são lidos e admirados em todo mundo, a exemplo de Machado de Assis, Castro Alves, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Milton Hatoum, Chico Buarque, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
Origem do Dia do Poeta
O Dia Nacional do Poeta é uma comemoração extraoficial, ou seja, não faz parte institucionalmente do calendário oficial brasileiro.
Porém, a data foi escolhida, a partir do surgimento em 20 de outubro de 1976, em São Paulo, do Movimento Poético Nacional, que aconteceu na casa do jornalista, romancista, advogado e pintor brasileiro Paulo Menotti Del Picchia.
A data homenageia e lembra este momento.
Curiosidades sobre o Dia da Poesia
– O Dia Nacional da Poesia, é comemorado oficialmente em 31 de outubro, através da lei 13.131, de 3 de janeiro de 2015. A escolha desta data é uma homenagem ao nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade.
– Antes da criação da lei, porém, o Dia Nacional da Poesia era celebrado em 14 de março, de forma não-oficial, era uma homenagem ao poeta brasileiro, Castro Alves, que nasceu em 14 de março de 1847.
– Já o Dia Mundial da Poesia é celebrado em 21 de março. A data foi criada durante a XXX Conferência Geral da UNESCO, em 16 de novembro de 1999.
Alguns poemas e frases de poetas clássicos e modernos para homenagear este momento
Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n’alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!
“Palavra puxa palavra,
uma ideia traz outra,
e assim se faz um livro,
um governo, ou uma revolução,
alguns dizem mesmo que assim
é que a natureza compôs as suas espécies.”
MACHADO DE ASSIS. Volume de contos. Rio de Janeiro : Garnier, 1884.
Quando eu morder
a palavra,
por favor,
não me apressem,
quero mascar,
rasgar entre os dentes,
a pele, os ossos, o tutano
do verbo,
para assim versejar
o âmago das coisas.
CONCEIÇÃO EVARISTO, “Poemas da recordação e outros movimentos”. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
ADÉLIA PRADO, Bagagem. São Paulo: Siciliano. 1993. p. 11.
SER POETA…
Ser poeta é traduzir em palavras
O que sente, às vezes sem sentir.
É viver a dor de alguém
Em um instante que nem sempre dói em si.
O poeta fala tanto de amor que esquece de se apaixonar.
Traduz os sentimentos com tal veracidade
Que acredita realmente amar.
Ser poeta é viver duas vezes,
Uma para morrer, outra para se eternizar.
LEANDRO FLORES, Sorriso de Pedra – A outra face de um poeta, Belo Horizonte, Agilite Publicações e Interatividade, 2014, p. 110.
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13 de outubro é o 286.º dia do ano no calendário gregoriano (Ou seja: 287.º em anos bissextos), faltando apenas 79 dias para acabar o ano.
Mas você sabia que “13 de outubro” também é comemorado o dia do escritor? Pois bem. O Dia Nacional do Escritor é comemorado em 25 de julho no Brasil. Isso todo mundo já sabe. A homenagem aos escritores no dia 25 de julho veio a partir do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado na década de 1960 pela União Brasileira de Escritores (UBE), sob a presidência de João Peregrino Júnior e tendo como vice-presidente, o escritor Jorge Amado, um dos principais nomes da literatura nacional.
A nível mundial, os escritores são homenageados em 13 de outubro (isso mesmo!), data conhecida como o Dia Internacional do Escritor.
Frases de Escritores Internacionais
Para homenagear essa data tão ilustre, resolvemos trazer algumas frases de escritores internacionais que certamente você vai adorar. Confira só:
“Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não.”
José Saramago (escritor português, Nobel de Literatura de 1998).
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“Todos sabem fazer história, mas só os grandes sabem escrevê-la.”
Oscar Wilde (escritor irlandês, autor da obra “O Retrato de Dorian Gray”, seu único romance, porém, a obra é considerada uma das mais importantes da literatura inglesa.).
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“Um escritor só escreve um único livro, embora esse livro apareça em muitos tomos, com títulos diversos.”
Gabriel Garcia Marquez (escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas.).
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“Nosso destino não está escrito nas estrelas, mas em nós mesmos.”
William Shakespeare (poeta, dramaturgo e ator inglês, considerado o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo).
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O Dia do Nordestino é comemorado anualmente em 8 de outubro, no Brasil.
Esta data homenageia a cultura nordestina e a diversidade folclórica típica da região Nordeste do Brasil. O povo nordestino é um grande tesouro da cultura nacional, um dos maiores traços da identidade do Brasil.
O Nordeste brasileiro é conhecido pelas belíssimas paisagens naturais, culinária, artesanatos, musicalidade e danças que atraem turistas do mundo todo.
Os 9 estados que compõem o Nordeste são: Maranhão, Alagoas, Bahia, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
A criação desta data é uma homenagem ao centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré (1909 – 2002).
O Dia do Nordestino foi oficializado com a lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, na cidade de São Paulo, região com a maior concentração de nordestino em todo o país (com exceção do próprio Nordeste, obviamente).
Para homenagear essa data tão importante, trouxemos 13 poemas de diferentes poetas nordestinos (clássicos e contemporâneaos) que irão traduzir um pouco a representatividade desse povo tão especial na cultura brasileira e para o mundo.
Confira:
Brisa
Vamos viver no Nordeste, Anarina.
Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas, minha vergonha.
Deixaras aqui tua filha, tua avó, teu marido, teu amante.
Aqui faz muito calor.
No Nordeste faz calor também.
Mas lá tem brisa:
Vamos viver de brisa, Anarina.
Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura
Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro
Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser
Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser
Terra de cultura viva, Chico Anísio, Gonzagão de Renato Aragão
Ariano e patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizer
Muito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestino
Mais tenho orgulho de ser
Eita,Nordeste da peste,
Mesmo com toda sêca
Abandono e solidão,
Talvez pouca gente perceba
Que teu mapa aproximado
Tem forma de coração.
E se dizem que temos pobreza
E atribuem à natureza,
Contra isso,eu digo não.
Na verdade temos fartura
Do petróleo ao algodão.
Isso prova que temos riqueza
Embaixo e em cima do chão.
Procure por aí a fora
“Cabra” que acorda antes da aurora
E da enxada lança mão.
Procure mulher com dez filhos
Que quando a palma não alimenta
Bebem leite de jumenta
E nenhum dá pra ladrão
Procure por aí a fora
Quem melhor que a gente canta,
Quem melhor que a gente dança
Xote,xaxado e baião.
Procure no mundo uma cidade
Com a beleza e a claridade
Do luar do meu sertão.
Sendo eu, um aprendiz
A vida já me ensinou que besta
É quem vive triste
Lembrando o que faltou
Magoando a cicatriz
E esquece de ser feliz
Por tudo que conquistou
Afinal, nem toda lágrima é dor
Nem toda graça é sorriso
Nem toda curva da vida
Tem uma placa de aviso
E nem sempre o que você perde
É de fato um prejuízo
O meu ou o seu caminho
Não são muito diferentes
Tem espinho, pedra, buraco
Pra mode atrasar a gente
Mas não desanime por nada
Pois até uma topada
Empurra você pra frente
Tantas vezes parece que é o fim
Mas no fundo, é só um recomeço
Afinal, pra poder se levantar
É preciso sofrer algum tropeço
É a vida insistindo em nos cobrar
Uma conta difícil de pagar
Quase sempre, por ter um alto preço
Acredite no poder da palavra desistir
Tire o D, coloque o R
Que você tem Resistir
Uma pequena mudança
Às vezes traz esperança
E faz a gente seguir
Continue sendo forte
Tenha fé no Criador
Fé também em você mesmo
Não tenha medo da dor
Siga em frente a caminhada
E saiba que a cruz mais pesada
O filho de Deus carregou
Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
(De EU E O SERTÃO – Cante lá que eu canto Cá – Filosofia de um trovador nordestino – Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)
Tenho prazer de falar.
Da minha terra fiel.
Arte, Cultura, Cordel.
O verde, a flor de açucena.
Nos braços dessa morena.
Me briagar de paixão.
Nas festas de são João.
Festejar com alegria.
Sou forró e poesia.
Sou caboclo do sertão…
Autor: Rogério Dantas
Caicó- RN- 16/07/ 2013
***
Sou nordestino!
Sou do sertão terra quente
que é bem difícil chover
nasci de um povo valente
acostumado a sofrer
sou nordestino oxente
e tenho orgulho de ser
“Minha alma triste suspira
em deslumbrante desejo,
ausente da minha terra,
há tempos que não a vejo.
são suspiros arrancados
do peito de um sertanejo.”
O qui é Brasí Caboco?
É um Brasi diferente
do Brasí das capitá.
É um Brasi brasilêro,
sem mistura de instrangero,
um Brasi nacioná!
É o Brasi qui não veste
liforme de gazimira,
camisa de peito duro,
com butuadura de ouro…
Brasi caboco só veste,
camisa grossa de lista,
carça de brim da “polista”
gibão e chapéu de coro!
Depois da “festa” quem é
Que vai se lembrar de junho?
Defender a Natureza
Pra mim não será rascunho
E sim a arte final
A nível universal
Quem falhar eu testemunho…
Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem que morrer pra pagar?
Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito.
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?
Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?