Categoria Literatura

Paixões ao extremo levam à perdição

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Esse ambiente político/religioso é um campo minado de hipocrisia e desonestidade. 
Não há positividade em quem se apaixona aos extremos… Não há luz, nem verdades, em quem se posiciona estreitamente em um determinado lado e, sem preceitos, condena o outro com a única finalidade de se ter um algoz, com exclusiva pertinência de promoção factual. 

 

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Sim, agora ele (o opressor) é o porta-voz daquela parcela de rebanhos. Criou-se bando, organização e o seu único propósito é a representação político/partidária. 

Mesmo que a lucidez seja o meio termo, entre a razão e a fé, entre a Direita e a Esquerda, entre o dito “Sagrado” e o “Profano”, os extremistas preferem a representação, o confronto, a bandalheira.

Não podemos nos apaixonar por ideias fabricadas e retocadas, por “deuses” alheios (indiferentes a nossa realidade), por conceitos extremistas de contradições e negações que provoquem uma ‘desarmonia’ e que afetem as convicções das pessoas. 

Há um misto de possibilidades, mas sabemos que existe apenas uma verdade: aquela que se carrega em particular. 

Defenda tudo que acredita sim, mas faça isso com equilibro e com tolerância. Lute pelos os seus propósitos sim, mas sem ofensas. Sem prejudicar, nem invadir o direito do outro de pensar diferente do que você. 

É isso que Jesus gostaria que aprendêssemos quando disse: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos (Mateus 5:6).”

Há sempre uma recompensa para quem procede com justiça e retidão, sem extremismo suicida e sem paixão à ignorância.

 

 

*Texto escrito por Leandro Flores em 2016. É livre a reprodução, porém, é obrigatório citar as devidas referências de autoria e fonte.

Obs. Não conseguimos identificar a autoria da imagem. 

 

 

 

 

Leandro Flores é fundador e produtor de todos os Projetos ligados ao Café com Poemas.

É membro-fundador da Academia de Letras do Sertão Cultivista, membro da CAPPAZ – Confraria Artistas e Poetas pela Paz, além de outras instituições Acadêmicas pelo país. Também é Coordenador e Idealizador do Movimento Cultivista Brasileiro e do Projeto Cartas e Depoimentos. Já fez participações em dezenas de antologias poéticas, além de ORGANIZAR e AUXILIAR outras publicações. Leia mais…

Jornalista, Sertanista, Comendador, Poeta, Editor de Livros e Revistas e Designer Gráfico. Leandro é autor dos livros “Sorriso de Pedra – A outra face de um Poeta” e “Portfólio: Traços e Conceitos”.

Não existe amor impossível…

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“Não existe amor impossível, apenas pessoas incapazes de lutar por aquilo que chamam de amor. “

Autor Desconhecido

Fonte: Frases Maravilhosas

Se divertir x ficar velho…

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“A gente não para de se divertir quando fica velho; a gente fica velho quando para de se divertir.”

(Autor desconhecido)

Fonte: Frases Maravilhosas

‘Eu vejo poesia no povo’, diz Bráulio Bessa sobre a fonte de sua inspiração

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“Se o poeta popular vai para feira declamar poesia, eu vou para internet, que é uma feira grande, a maior do mundo, onde tem gente de todo lugar, não tem fronteiras e funciona 24h por dia. Vou fazer poesia, gravar vídeos, e compartilhar”. É assim que o cordelista cearense Bráulio Bessa define o seu fazer artístico.

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O cordelista cearense viu sua arte ganhar uma projeção inimaginável depois de se tornar colaborador fixo do programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo. “Às vezes me sinto até culpado, com um remorso, por ter tanta gente boa com quem eu aprendo, de quem eu sou fã, que se eu pudesse… Mas agradeço muito a oportunidade de através da poesia falar de tantos temas, de racismo, homofobia, perdão, educação, meio ambiente, semanalmente, às 11h, na TV aberta. E com poesia, que é esse bicho mal educado”, comentou.


Bráulio começou a escrever aos 14 anos, depois de conhecer a poesia de Patativa de Assaré em uma aula de literatura. Meses antes, ele tinha sido perguntado por outra professora o que queria ser quando crescer, mas não tinha resposta a pergunta, que continuou ressoando. “Depois de escrever o meu primeiro poema, fui até a professora e disse que queria ser poeta, e já tinha até escrito algo”, lembra.

“O que me bole é esse poder transformador, conscientizador, que existe na palavra, na poesia. Minha maior fonte de inspiração é gente, e aí sim transformar tudo isso em poesia. Olhar para cada um aqui, e perceber que existe poesia. Eu vejo poesia no povo!” – Bráulio Bessa

Texto reproduzido pelo site Correio24h e assinado por Marília Moreira

Foto: Divulgação

Conheça um pouco sobre o nosso “poeta do momento”, Bráulio Bessa

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O poeta cearense Bráulio Bessa mora no coração das massas. Ele é poeta, cordelista, declamador, palestrante brasileiro e mais recente escritor de livros. A história desse jovem é cheia de cultura nacional.

Biografia Bráulio Bessa

Bráulio Bessa nasceu no município de Alto Santo, no Sertão do Ceará, no ano de 1986. Com 14 anos aprendeu a amar a poesia de seu conterrâneo Patativa do Assaré (1909-2002). Depois que uma professora passou um trabalho escolar de pesquisa sobre o grande poeta de cordel.

Bráulio Bessa, “o neto de Dedé sapateiro”, como é conhecido em sua cidade natal. Entrou em contato com a poesia de Patativa e se tornou um “fazedor de poesias”, como ele mesmo se define. Com grandes sonhos, ingressou na faculdade, no curso de análise de sistemas, que lhe motivou a criar um movimento na internet para divulgar e defender o povo e a cultura nordestina, do preconceito que aflora no resto do país.

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No começo, para ser ouvido, Bráulio revolveu adaptar seus versos para o teatro da escola e logo estava conquistando prêmios em cidades vizinhas. A guinada se deu quando visualizou nas redes sociais uma espécie de feira moderna onde podia publicar vídeos de cordéis e poemas sobre vários temas, como medo, preconceito, amor, depressão, identidade. Foi quando percebeu não apenas o poder da internet, mas também a força das palavras.

Sinceridade e pureza

Em 2012, Bráulio criou o blog “Nação Nordestina”, que logo conquistou milhares de seguidores. Com a força do projeto e o objetivo de divulgar a literatura de cordel, o poeta reuniu sua paixão pela cultura popular, pela poesia matuta de cordel e a internet, e em sua cidade natal. Bráulio passou a gravar vídeos com frequência e postar suas poesias na mídia. Logo, seus vídeos conquistaram 30 milhões de visualizações.

Com estilo até pelas suas origens e influência, calcado na literatura de cordel, os poemas de Bráulio falam fundo no coração e mente das pessoas. Um ingrediente poderoso que salta aos olhos do leitor é a sinceridade e pureza da narrativa do poeta, que tem o dom de falar não o que as pessoas querem ouvir, mas o que precisam ouvir. São orações do cotidiano enfeitadas de palavras de incentivo, como aquele que o autor chama de seu clássico.

O sucesso de suas poesias chegou ao ambiente da televisão e Bráulio passou a se apresentar em programas de entrevistas. Onde declamava e contava suas histórias. Foi convidado pelo programa Encontro, da rede Globo e com o sucesso conquistado passou a ocupar semanalmente um quadro intitulado Poesia com Rapadura, em que o poeta declama cordéis e poesias, além de participar de bate-papo com os convidados.

Esse quadro no qual Bráulio declamava suas poesias se transformou em um livro. Os temas centrais da obra são dramas dos dias atuais, como a violência e o preconceito, passando pelo cancioneiro sertanejo e pelo amor.

O livro Poesia que Transforma

Em Poesia que transforma, Bráulio Bessa faz mais do que publicar poemas declamados no famoso Encontro com Fátima Bernardes. Ele conta a história por trás dos poemas ou casos da sua vida que refletem as linhas rimadas. Como era de se imaginar, não foi fácil para Bráulio ganhar a vida como poeta, tornar-se reconhecido nacionalmente. Mas não é só sobre as dificuldades e superações que o poeta nordestino fala em seu livro.

Bráulio aborda a importância da família, de ter raízes e asas, de ter pessoas a quem confiar o coração, de entender que o ser humano muda o tempo todo e a todo tempo. Porque quem é completo, perfeito é quem já está morto e não tem mais o que mudar. Bessa tem a voz suave, a narrativa com cheiro de café da tarde na varanda de casa. Essa voz mansa, que nos embala em casos da infância, da juventude e nos planos para o futuro.

Frases e Pensamentos de Bráulio Bessa

Sendo eu, um aprendiz
A vida já me ensinou que besta
É quem vive triste
Lembrando o que faltou

Magoando a cicatriz
E esquece de ser feliz 
Por tudo que conquistou

Afinal, nem toda lágrima é dor
Nem toda graça é sorriso
Nem toda curva da vida 
Tem uma placa de aviso
E nem sempre o que você perde
É de fato um prejuízo

O meu ou o seu caminho 
Não são muito diferentes
Tem espinho, pedra, buraco
Pra mode atrasar a gente

Mas não desanime por nada
Pois até uma topada
Empurra você pra frente

Tantas vezes parece que é o fim
Mas no fundo, é só um recomeço
Afinal, pra poder se levantar
É preciso sofrer algum tropeço

É a vida insistindo em nos cobrar
Uma conta difícil de pagar
Quase sempre, por ter um alto preço

Acredite no poder da palavra desistir
Tire o D, coloque o R
Que você tem Resistir

Uma pequena mudança
Às vezes traz esperança
E faz a gente seguir

Continue sendo forte
Tenha fé no Criador 
Fé também em você mesmo
Não tenha medo da dor

Siga em frente a caminhada
E saiba que a cruz mais pesada
O filho de Deus carregou


“Nem toda lágrima é dor, nem toda graça é sorriso, nem toda curva da vida tem uma placa de aviso, nem sempre que você perde é de fato um prejuízo.”

 


AMOR IDEAL 

Repare, que tanta gente no mundo 
Corre em busca de um amor
Alguém que seja ideal
Aquela altura
Aquela cor
Aquele extrato bancário
Aquele belo salário

A quem ligue para a idade
Para raça, religião
Mas quem busca perfeição
Não busca amor de verdade

O ideal é amar
Inclusive o diferente
Afinal, que graça tem 
Amar uma cópia da gente?

Procure sem ter critérios
O amor tem seus mistérios
E deixa a gente atordoado
Você sai para procurar
E ao invés de achar
Acaba sendo achado

E quando o amor lhe acha
Não tem para onde correr
Finda logo essa besteira
De mil coisas para escolher

Finda todo preconceito
É como se no seu peito
Coubesse o mundo inteiro
Com todo tipo de gente
E aceita que o diferente
É só alguém verdadeiro

Percebe que a estrada é repleta de amor
E você, nessa jornada, 
Vai sorrir, vai sentir dor
Vai errar e acertar
Na peleja para encontrar
Um sentimento real

E uma dica, companheiro
Se o amor for verdadeiro,
Já é o AMOR IDEAL.

 

“Acredite no poder da palavra “Desistir” tire o D coloque o R que você vai Resistir. Uma pequena mudança às vezes traz esperança e faz a gente seguir.”

Referência do texto Livraria Nobel e o site Pensador

Foto: Divulgação

Meu pé de Ipê – José Veríssimo

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Um pé, de pé, ainda em pé
É um pé amarelo, outro roxo
É um pé rosa, outro branco
Todos são a gosto, outros setembro
Meu pé de Ipê

É um cheiro, laço, um abraço
O elo do amarelo, o gosto do roxo
O poema do branco, todos coloridos
O amarelo do amigo
Meu pé de Ipê

É um renascer do ser nascer
Montanha amontoada no meu quintal
Flor temporona no meu olhar
Um beijo pra arrebentar a semente
E fazer florir, sem medo o doce desejo
Meu pé de Ipê

É na praça, de graça
No teatro, no texto
No poema, na caneta
Na boca, no beijo
Na barriga, no elo
No amarelo, texto e contexto
Meu pé de ipê

José Veríssimo

Fotos: internet

Conheça grandes escritores brasileiros que não fizeram parte da Academia Brasileira de Letras

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A Academia Brasileira de Letras tem a tradição de imortalizar diversos escritores e poetas, mas alguns deles foram “esquecidos” ao longo do tempo, ou até mesmo injustiçados, como Mário Quintana, indicado três vezes sem sucesso. Má Dias, do site Litera Tortura, elegeu cinco casos de escritores que, por alguma razão, não ganharam assento na Academia

Mário Quintana – Reprodução

Mário Quintana
Mário Quintana é o poeta simples, o poeta da ironia, o poeta do cotidiano. Tentou uma vaga na Academia três vezes, mas nunca conseguiu votos suficientes para tanto. Quando seu nome foi “indicado”, pela quarta vez, recebendo uma promessa de unanimidade de votos do júri, Quintana recusou e disse: “Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro”. Com cadeira ou sem cadeira, Mário Quintana “passarinhou”: é imortal de qualquer jeito.

Carlos Drummond Café com Poemas
Carlos Drummond – Reprodução

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Carlos Drummond de Andrade
Responsável pelo choque da elite artística e literária ao escrever uma poesia sobre uma pedra no meio do caminho, Drummond viveu o movimento modernista sem nunca confirmar-se modernista. Autor de uma vasta obra poética, não entrou para a Academia Brasileira de Letras por um motivo especial: não quis se candidatar.

Clarice Lispector – Reprodução

Clarice Lispector
Clarice Lispector também fez a fina e não entrou na dança: nunca se candidatou a uma cadeira na Academia. Autora de “A Hora da Estrela” e “Laços de Família”, Clarice era proseadora e pode não ter uma cadeira na ABL, mas na contemporaneidade é “musa” da citação nas redes sociais.

graciliano ramos café com poemas
Graciliano Ramos – Reprodução

Graciliano Ramos
A comoção é geral: quem nunca se emocionou com a história da cachorra Baleia e a família com quem vive na seca do sertão nordestino é porque ainda não leu “Vidas Secas”, clássico da literatura brasileira. Graciliano Ramos é considerado um dos melhores escritores brasileiros de regionalismo de todos os tempos; mas isso, injustamente, não lhe rendeu uma cadeira na ABL.

Paulo Leminski – Reprodução

Paulo Leminski
O poeta é um dos mais inovadores, tanto no âmbito da linguagem como na maneira de disseminar sua obra. O curitibano dava preferência aos poemas curtos e não se dava muito aos floreios da literatura. Há pouquíssima informação sobre sua relação com a ABL, a qual, aparentemente, ele ignorou e não foi nem convidado, nem candidato.

Fonte: Literatortura.

 

 

 

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As polêmicas literárias de Paulo Leminski

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Curiosidades e livros de Paulo Leminski.

Paulo Leminski, o Rimbaud curitibano, teve uma vida de paixões, poesia e idealismos. Morreu no dia 07 de junho de 1989, aos 44 anos, vítima de cirrose, e deixou um legado de lirismo e algumas polêmicas. 

Em 1963, abandonou o Mosteiro, e nesse mesmo ano foi para Belo Horizonte onde participou da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, quando conheceu Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criadores da Poesia Concreta. Em 1964, publica seu primeiro poema na revista “Invenção”, editada pelos concretistas. Nesse mesmo ano, assume o cargo de professor de História e Redação em cursinhos pré-vestibulares.

Em 1976, Paulo Leminski publicou seu primeiro romance “Catatau”, obra “Maldita”, em que o experimentalismo atinge níveis pouco usuais, classificada pelo autor como mero romance ideia. Nessa época, trabalha como diretor e redator de publicidade. Publica seus textos em revistas alternativas, antológicas do tempo marginal, como “Muda”, “Código” e “Qorpo Estranho”, segundo ele mesmo, publicações que consagraram grande parte da produção dos anos 70.

Paulo Leminski tornou-se um dos mais destacados poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Inventou seu próprio jeito de escrever poesias, fazendo trocadilhos ou brincando com ditados populares: “sorte no jogo / azar no amor / de que me serve / sorte no amor / se o amor é um jogo / e o jogo não é meu forte, / meu amor?”.

Leminski era fascinado pela cultura japonesa e pelo zen-budismo, era faixa preta de caratê. Escreveu a biografia de Matsuo Bashô, e dentro do território livre da poesia marginal escreveu poemas à moda de um grafiti, com sabor de haicai. Ele escreveu também letras de músicas em parcerias com Caetano Veloso, Itamar Assumpção e o grupo A Cor do Som. Exerceu intensa atividade como crítico literário e tradutor, vertendo para o português as obras de James Joyce, Alfred Jarry, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Viveu durante 20 anos com a poetisa Alice Ruiz, que organizou sua obra.

Paulo Leminski faleceu em Curitiba, Paraná, no dia 7 de junho de 1989.


 Paulo Leminski é dos queridinhos da internet, pois, suas frases e poemas provocam diversas emoções e sentimentos, compartilhados e curtidos por diversas gerações.
Paulo Leminski é dos queridinhos da internet, pois, suas frases e poemas provocam diversas emoções e sentimentos, compartilhados e curtidos por diversas gerações.

Tripas de Leminski

Além da bibliografia oficial do poeta, é possível encontrar na internet algumas menções a uma edição independente de 1980, chamada Tripas. O problema é que ninguém sabe ou confirma a existência desta obra, apesar dela constar até na página do poeta na Wikipedia. Há quem diga que se trata de uma lenda urbana, corroborada por alguns blogueiros com estranho senso de humor. Nem a poetiza Alice Ruiz, que viveu muitos anos com o escritor, menciona a existência deste livro. Se ninguém confirma, não deve existir, não é? O problema é que Tripas não é um caso isolado. Catatau, durante muitos anos, também foi tratado como um mito, até ganhar uma reedição pela Editora Iluminuras. E você, acredita na existência de Tripas?


O concurso que Leminski ganhou, mas não levou

Quando ainda era professor de história em cursinhos nos anos 60, Leminski entrou num concurso de contos em Curitiba. Para manter sua identidade em segredo, usou o pseudônimo “Kung”. Quando o resultado saiu, o vencedor anunciado foi um cidadão chamado “Kurt”. Vinte anos depois, um dos jurados reconheceu que tinha sido um erro tipográfico e que Kung – ou melhor, Leminski – deveria ter levado o prêmio. O poeta ficou tão indignado que escreveu a obra Descartes com lentes, satirizando o equívoco.


O livro proibido I

Entre livros esquecidos e controversos, as biografias do poeta também provocam sua dose de polêmica. Paulo Leminski: o bandido que sabia latim, de Toninho Vaz, passou por diversos problemas com a família de Leminski, que vetou a quarta edição, publicada pela Editora Nova Cultura. O motivo, segundo os familiares, foi o autor ter escrito um parágrafo sobre suicídio do irmão, Pedro, em 1986. Por que a biografia de uma personalidade pública não deveria mencionar tragédias pessoais, ou por que isso só se tornou um problema na quarta edição, são algumas das questões não resolvidas deste processo.


O livro proibido II

Toninho Vaz não está sozinho na mira da família Leminski. Minhas lembranças de Leminski, de Domingos Pellegrini, vencedor de seis prêmios Jabuti e autor de mais de 30 obras, também não recebeu a autorização dos herdeiros, o que inviabilizava a publicação pelas vias tradicionais, uma vez que as editoras tendem a evitar que seus livros sejam recolhidos das livrarias por ordem judicial. O autor resolveu ignorar os avisos e publicou o livro de graça na internet, para quem quisesse ler, bem ao estilo da contracultura defendida pelo próprio Leminski. Contudo, essa história tem um final feliz: a Geração Editorial resolveu ignorar a polêmica e o relançou alguns anos depois.


Três obras marcantes de Paulo Leminski

Toda poesia

Paulo Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre duas enormes construções que rivalizavam na década de 1970, quando publicava seus primeiros versos: a poesia concreta, de feição mais erudita e superinformada, e a lírica que florescia entre os jovens de vinte e poucos anos da chamada “geração mimeógrafo”. Este volume percorre, pela primeira vez, a trajetória poética completa do autor curitibano, mestre do verso lapidar e da astúcia.

Vida: Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski

Sob o olhar poético e apaixonado de um admirador, essas quatro trajetórias aparentemente desconexas ganham novas dimensões, criam elos e se complementam, em comunicação permanente com a vida e a obra de seu biógrafo. Trótski é visto como um homem de letras, autor do “mais extraordinário livro sobre literatura” já escrito por um político. Cruz e Sousa é personagem central de um movimento que Leminski chama de “underground” e que muito o influenciaria: o simbolismo. Bashô, antes de se tornar pai do haikai, foi membro da classe samurai. E Jesus é um “superpoeta”. Enquanto traz à tona lados surpreendentes de quatro de seus heróis, Leminski revela muito de si mesmo, tão múltiplo e fascinante quanto os biografados, e fornece a seus fãs, em narrativas aliciantes e cheias de estilo, uma gênese de suas principais influências.

Distraídos venceremos

O livro é dividido em três capítulos: o primeiro leva o mesmo nome do livro e inclui grande parte dos poemas da edição, principalmente os metapoemas, ou seja, poemas em que a temática é o próprio poema. No segundo, o autor apresenta versos de vida, de espaço e de tempo, falando sobre as coisas que sobrevoaram o ar dos seus dias, que se misturaram à poeira do chão de sua casa. Na última parte, o poeta apresenta uma série de haicais.

Fonte:

Estante Virtual Blog | Livros, cultura e afins

Trechos também retirados do site ebiografia

Graciliano Ramos, um dos melhores escritores brasileiros de regionalismo de todos os tempos

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Graciliano Ramos (1892-1953) foi um escritor brasileiro. O romance “Vidas Secas” foi sua obra de maior destaque. É considerado o melhor ficcionista do Modernismo e o prosador mais importante da Segunda Fase do Modernismo.

Suas obras embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro, apresentam uma visão crítica das relações humanas, que as tornam de interesse universal.

Seus livros foram traduzidos para vários países e Vidas Secas, São Bernardo e Memórias do Cárcere, foram levados para o cinema. Recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, dos Estados Unidos, pela obra “Vidas Secas”.

Infância e Juventude

Graciliano Ramos nasceu na cidade de Quebrângulo, Alagoas, no dia 27 de outubro de 1892. Filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos era o primogênito de quinze filhos, de uma família de classe média do Sertão nordestino.

Passou parte de sua infância na cidade de Buíque, em Pernambuco, e parte em Viçosa, Alagoas, onde estudou no internato da cidade.

Em 1904 publicou no jornal da escola seu primeiro conto O Pequeno Pedinte. Em 1905 mudou-se para Maceió, onde fez seus estudos secundários no Colégio Interno Quinze de Março, onde desenvolveu maior interesse pela língua e pela literatura.

Em 1910 foi com a família morar em Palmeira dos Índios, Alagoas, onde seu pai abriu um pequeno comércio. Em 1914 foi para o Rio de Janeiro, quando trabalhou como revisor dos jornais Correio da Manhã, A Tarde e em O Século.

Voltou para a cidade de Palmeira dos Índios, onde duas irmãs haviam falecido de peste bubônica, em 1915. Trabalhou com o pai no comércio. No ano seguinte, casou-se com Maria Augusta Barros, com quem teve quatro filhos.

Cargos públicos

Em 1928, Graciliano Ramos foi eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios. Nesse mesmo ano, já viúvo, casou-se com Heloísa de Medeiros, com quem teve quatro filhos.

Em 1930, deixou a prefeitura e mudou-se para Maceió, onde assumiu a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado.

Primeiras obras

Graciliano Ramos estreou na literatura em 1933 com o romance Caetés. Nessa época mantinha contato com José Lins do Rego, Raquel de Queiroz e Jorge Amado. Em 1934 publicou o romance São Bernardo, e em 1936 publicou Angústia.

Nesse mesmo ano, ainda no cargo de Diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado, foi preso, sob a acusação de que era comunista. Ficou nove meses na prisão, sendo solto, pois não encontraram provas.

Em 1937, Graciliano Ramos mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi morar em um quarto de pensão com a esposa e as filhas menores. Em 1939 foi nomeado Inspetor Federal de Ensino. Em 1945 ingressou no Partido Comunista.

Em 1951 foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores. Em 1952 viajou para os países socialistas do Leste Europeu, experiência descrita na obra Viagem, publicada em 1954, após sua morte.

Características da obra de Graciliano Ramos

Graciliano é considerado o mais importante ficcionista do Modernismo, fez parte do grupo de escritores que inaugurou o realismo crítico, representando os problemas brasileiros em geral ou específicos de determinada região.

Trata-se de uma literatura que traz para a reflexão problemas sociais marcantes do momento em que os romances foram escritos. Literatura destinada a provocar a conscientização, o romance regionalista tem como lema criticar para denunciar uma questão social.

A preocupação com a linguagem é o traço peculiar do escritor. O interesse de sua narrativa está centrado na problemática do homem. O interesse está diretamente voltado para o comportamento, atitudes e conduta humana, e a descrição da paisagem nasce da própria caracterização psicológica dos personagens:

Vidas Secas (1938) é considerada a obra-prima de Graciliano Ramos. Narra a história de uma família de retirantes nordestinos, que atingida pela seca é obrigada a perambular pelo sertão, em busca de melhores condições de vida. A obra pretende mostrar a tirania da terra cruel, atuando sobre o homem.

Graciliano Ramos escreve também obras autobiográficas, onde reúne acontecimentos e cenas selecionadas pela memória, revestidas de extrema subjetividade. Nessa linha destacam-se Infância (1945) e Memórias do Cárcere (1953), onde o autor retrata as experiências dolorosas de sua vida durante os nove meses em que esteve preso.

Graciliano Ramos faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1953.

Obras de Graciliano Ramos

  • Caetés (1933)
  • São Bernardo (1934)
  • Angústia (1936)
  • Vidas Secas (1938)
  • A Terra dos Meninos Pelados (1942)
  • História de Alexandre (1944)
  • Dois Dedos (1945)
  • Infância (1945)
  • Histórias Incompletas (1946)
  • Insônia (1947)
  • Memórias do Cárcere (1953)
  • Viagem (1954)
  • Linhas Tortas (1962)
  • Viventes das Alagoas, costumes do Nordeste (1962)

Fonte: eBiografia.com

Clarice Lispector: biografia, obras, frases e poemas

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Clarice Lispector foi uma das mais destacadas escritoras da terceira fase do modernismo brasileiro, chamada de “Geração de 45”.

Recebeu diversos prêmios dentre eles o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal e o Prêmio Graça Aranha.

Foto: Reprodução

Biografia de Clarice Lispector

Haya Pinkhasovna Lispector nasceu no dia 10 de dezembro de 1920 na cidade ucraniana de Tchetchelnik.

Descendente de judeus, seus pais Pinkhas Lispector e Mania Krimgold Lispector, passaram os primeiros momentos de vida de Clarice fugindo da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa (1918-1920).

Diante disso, chegam ao Brasil em 1921 e vivem nas cidades de Maceió, Recife e Rio de Janeiro onde passaram algumas dificuldades financeiras.

Desde pequena, Clarice estudou várias línguas (português, francês, hebraico, inglês, iídiche) e teve aulas de piano. Era boa aluna na escola e gostava de escrever poemas.

Após a morte de sua mãe em 1930, Clarice termina o terceiro ano primário no Collegio Hebreo-Idisch-Brasileiro.

Mais tarde, sua família vai viver no Rio de Janeiro. Em 1939, com 19 anos, ingressa na Escola de Direito da Universidade do Brasil e começa a dedicar-se totalmente à sua grande paixão: a literatura.

Fez cursos de antropologia e psicologia e, em 1940, publica seu primeiro conto, intitulado “Triunfo”.

Após a morte de seu pai, em 1940, Clarice começa sua carreira de jornalista. Nos anos seguintes, trabalha como redatora e repórter na Agência Nacional, no Correio da Manhã e no Diário da Noite.

Em 1943, casa-se com o Diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve dois filhos. Seu primogênito, Pedro, foi diagnosticado com esquizofrenia. Seu segundo filho, Paulo, foi afilhado do escritor Érico Veríssimo.

Devido à profissão de seu marido, Clarice viveu em muitos países do mundo, desde Itália, Inglaterra, Suíça e Estados Unidos. O relacionamento durou até 1959, e quando resolveram se separar, Clarice retornou ao Rio com seus filhos.

A escritora foi naturalizada brasileira e se declarava pernambucana. Seu nome, Clarice, foi uma das formas que seu pai encontrou de esconder toda sua família quando chegaram ao Brasil.

Clarice falece no dia 09 de dezembro de 1977, véspera de seu aniversário de 57 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de câncer de ovário.

Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada… Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro…”.

Veja também: Quem foi Casimiro de Abreu

Algumas de suas obras:

  • Perto do coração selvagem (1942)
  • O Lustre (1946)
  • A Cidade Sitiada (1949)
  • Laços de Família (1960)
  • A Maçã no Escuro (1961)
  • A Legião Estrangeira (1964)
  • A Paixão Segundo G. H (1964)
  • O Mistério do Coelho Pensante (1967)
  • A Mulher que Matou os Peixes (1968)
  • Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969)
  • Felicidade Clandestina (1971)
  • Água Viva (1973)
  • A Imitação da Rosa (1973)
  • Via Crucis do Corpo (1974)
  • Onde Estivestes de Noite? (1974)
  • Visão do Esplendor (1975)
  • A Hora da Estrela (1977)
Foto: Reprodução

Poemas de Clarice Lispector

Embora sua poesia não utilize a forma em versos, Clarice se destacou com seus poemas repletos de lirismo. Confira abaixo alguns:

Mas há Vida

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida, há o amor.

Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.

Estrela Perigosa

Estrela perigosa
Rosto ao vento
Marulho e silêncio
leve porcelana
templo submerso
trigo e vinho
tristeza de coisa vivida
árvores já floresceram
o sal trazido pelo vento
conhecimento por encantação
esqueleto de idEias
ora pro nobis
Decompor a luz
mistério de estrelas
paixão pela exatidão
caça aos vagalumes.
Vagalume é como orvalho
Diálogos que disfarçam conflitos
por explodir
Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.

No obscuro erotismo de vida cheia
nodosas raízes.
Missa negra, feiticeiros.
Na proximidade de fontes,
lagos e cachoeiras
braços e pernas e olhos,
todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto a falta dele
como se me faltasse um dente na frente:
excrucitante.
Que medo alegre,
o de te esperar.

Precisão

O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.

Conheça os 16 maiores poetas brasileiros modernos e contemporâneos.

Frases de Clarice Lispector

  • Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
  • Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio.”
  • Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas.”
  • Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”
  • Mas quero ter a liberdade de dizer coisas sem nexo como profunda forma de te atingir. Só o errado me atrai, e amo o pecado, a flor do pecado.”
  • O medo sempre me guiou para o que eu quero. E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.”
  • Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
  • Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”

Fonte: Toda Matéria