O coronavírus provocou uma trégua no Oriente Médio e uniu na mesma mesa palestinos e israelenses, um encontro pacífico que há anos nações e entidades do mundo todo buscavam, sem sucesso.
Juntos, representantes dos dois lados criaram um gabinete comum de operações para combater pandemia.
“Este é o momento de deixar de lado as nossas diferenças e trabalhar em conjunto contra a pandemia, que não distingue entre árabes e judeus”, disse um responsável da Autoridade Palestina.
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A criação do gabinete comum foi anunciada pelo porta voz da Autoridade Palestina, Ibrahim Milhem.
Ele disse que é uma medida de cooperação necessária para combater a propagação do novo coronavírus.
“As nossas fronteias comuns e relações não deixam espaço de hesitação para tomar medidas severas e cooperar ao mais alto nível para evitar a propagação do vírus”, afirmou Milhem.
Cooperação bilateral
Os primeiros casos da doença na região foram registrados no hotel Angel, em Beit Jala, no início do mês.
“As medidas que tomamos na área de Belém, depois de detectar os primeiros casos, foram feitas em coordenação com as autoridades israelitas”, revelou ao Jerusalem Post um responsável palestino da área da saúde.
Ele relembrou que Israel disponibilizou Kits de teste ao coronavírus e que as análises aos casos palestinos foram feitas em hospitais israelitas.
O chefe do departamento internacional da Administração Civil, Yotam Shefer, revelou que nas últimas três semanas o Gabinete do Coordenador para as atividades nos Territórios, em colaboração com o Ministério da Saúde, tem trabalhado para ajudar os palestinos nesta luta comum contra o coronavírus.
A cooperação com Israel é feita desde a área civil até a de segurança.
“Estamos falando de saúde, que é a nossa prioridade máxima”, explicou.
Doações
Para evitar o aumento do contágio do COvid-19, a Cisjordânia recebeu de Israel 20 toneladas de desinfetante, mais 400 kits de testes para detectar o vírus e outros 500 itens de proteção para as forças de segurança e equipes de saúde.
Agentes de saúde de ambos os locais estão trabalhando para conscientizar a população sobre o perigo da doença.
Começou também um controle da fronteira e dos trabalhadores que passam pelo local diariamente.
Israel contabilizava 500 casos confirmados do novo coronavírus, mas nenhuma morte pela doença, até a semana passada.
A Palestina teve 44 infectados pelo Covid-19 no mesmo período.
O grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, não vai permitir a entrada ou saída no enclave, fechando a fronteira com o Egito.
Com informações da RTP e do portal Sonoticiaboa
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