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Dia do Nordestino: 13 Poemas que homenageiam o nordeste e suas diferentes culturas

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Dia do Nordestino é comemorado anualmente em 8 de outubro, no Brasil.

Esta data homenageia a cultura nordestina e a diversidade folclórica típica da região Nordeste do Brasil. O povo nordestino é um grande tesouro da cultura nacional, um dos maiores traços da identidade do Brasil.

O Nordeste brasileiro é conhecido pelas belíssimas paisagens naturais, culinária, artesanatos, musicalidade e danças que atraem turistas do mundo todo.

Os 9 estados que compõem o Nordeste são: Maranhão, Alagoas, Bahia, Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

A criação desta data é uma homenagem ao centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré (1909 – 2002).

O Dia do Nordestino foi oficializado com a lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, na cidade de São Paulo, região com a maior concentração de nordestino em todo o país (com exceção do próprio Nordeste, obviamente).

Para homenagear essa data tão importante, trouxemos 13 poemas de diferentes poetas nordestinos (clássicos e contemporâneaos) que irão traduzir um pouco a representatividade desse povo tão especial na cultura brasileira e para o mundo.

Confira:

Brisa

Vamos viver no Nordeste, Anarina.
Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas, minha vergonha.
Deixaras aqui tua filha, tua avó, teu marido, teu amante.

Aqui faz muito calor.
No Nordeste faz calor também.
Mas lá tem brisa:
Vamos viver de brisa, Anarina.

Manuel Bandeira

 

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Poema: Tenho visto Deus aqui no sertão

***

 

Sodade do meu pedacim de chão

Tem tempo que larguei minha rocinha
e vim pará neste lugá
aqui trabaio noite e dia
num paro nem pra discansá

deixei minino, muié, gado, roçado
priquito e tudo quanto há
a seca foi bitela
a prantação num chegô nem a brotá

vô picá é a mula daqui
num tem como ficá mair não
a sodade já tá ardendo o peito
virô até judiação

vô é pros braços da minha véia
vô dengá os meus fiím
vô vortá pra minha terra
sê filiz do meu jeitim

vô pulá na inchorrada
quando a chuva aparicê
vô chamá de macambira
quem dizê que eu tô perê

vô butá a minha roça
tombá, prantá e esperá crescê
como fiz nos zotros zanos
sem ninguém pra esmurecê

a minha terra é trabiceiro
onde eu faço o meu labô
bom dimais mexê cum terra
vida lá é bela como uma frô

a tarde o sóu se ispriguiça
e a noite toma o seu lugá
vagalume é bicho sorto
passa logo a lumiá

quando é noite de lua cheia
aí que a coisa fica boa
vô pro terreiro cus meninos e a muié
ouvi modinha e ficá à toa…

é muito bom o meu sertão
é por isso que vô me picá
aqui num tem sossego não
só o peso do patuá

cidade grande tem imprego
gente fina e agitação
mas prum matuto, feito eu
mió mermo é seu pedacim de chão.

Leandro Flores
03/09/2015

***

Ser Nordestino

Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura
Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro
Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser
Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser

Terra de cultura viva, Chico Anísio, Gonzagão de Renato Aragão
Ariano e patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizer
Muito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestino
Mais tenho orgulho de ser

Bráulio Bessa

 

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Exaltação ao Nordeste

Eita,Nordeste da peste,
Mesmo com toda sêca
Abandono e solidão,
Talvez pouca gente perceba
Que teu mapa aproximado
Tem forma de coração.
E se dizem que temos pobreza
E atribuem à natureza,
Contra isso,eu digo não.
Na verdade temos fartura
Do petróleo ao algodão.
Isso prova que temos riqueza
Embaixo e em cima do chão.
Procure por aí a fora
“Cabra” que acorda antes da aurora
E da enxada lança mão.
Procure mulher com dez filhos
Que quando a palma não alimenta
Bebem leite de jumenta
E nenhum dá pra ladrão
Procure por aí a fora
Quem melhor que a gente canta,
Quem melhor que a gente dança
Xote,xaxado e baião.
Procure no mundo uma cidade
Com a beleza e a claridade
Do luar do meu sertão.

Luiz Gonzaga de Moura

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Respeite o meu nordeste! Um Cordel para enviar àqueles que FALAM MAL do povo nordestino

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Sendo eu um aprendiz

Sendo eu, um aprendiz
A vida já me ensinou que besta
É quem vive triste
Lembrando o que faltou

Magoando a cicatriz
E esquece de ser feliz
Por tudo que conquistou

Afinal, nem toda lágrima é dor
Nem toda graça é sorriso
Nem toda curva da vida
Tem uma placa de aviso
E nem sempre o que você perde
É de fato um prejuízo

O meu ou o seu caminho
Não são muito diferentes
Tem espinho, pedra, buraco
Pra mode atrasar a gente

Mas não desanime por nada
Pois até uma topada
Empurra você pra frente

Tantas vezes parece que é o fim
Mas no fundo, é só um recomeço
Afinal, pra poder se levantar
É preciso sofrer algum tropeço

É a vida insistindo em nos cobrar
Uma conta difícil de pagar
Quase sempre, por ter um alto preço

Acredite no poder da palavra desistir
Tire o D, coloque o R
Que você tem Resistir

Uma pequena mudança
Às vezes traz esperança
E faz a gente seguir

Continue sendo forte
Tenha fé no Criador
Fé também em você mesmo
Não tenha medo da dor

Siga em frente a caminhada
E saiba que a cruz mais pesada
O filho de Deus carregou

Bráulio Bessa

 

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Simplesmente Sertão…

Ser tão belo,
Ser tão maravilhoso,
Ser tão grande,
Ser tão gostoso.

Ser tão meu,
Ser tão seu,
Ser tão dela,
Ser tão fera.

Ser tão cruel,
Ser tão distante,
Ser tão gigante.

Ser tão calado,
Ser tão apaixonado,
Ser tão… Simplesmente sertão!

Leandro Flores

 

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Sertão, argúem te cantô,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistéro
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.

(De EU E O SERTÃO – Cante lá que eu canto Cá – Filosofia de um trovador nordestino – Ed.Vozes, Petrópolis, 1982)

Patativa do Assaré

 

***

 

Meus versos é como semente
Que nasce arriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obras da criação

Patativa do Assaré

 

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Sertão versos

Tenho prazer de falar.
Da minha terra fiel.
Arte, Cultura, Cordel.
O verde, a flor de açucena.
Nos braços dessa morena.
Me briagar de paixão.
Nas festas de são João.
Festejar com alegria.
Sou forró e poesia.
Sou caboclo do sertão…

Autor: Rogério Dantas
Caicó- RN- 16/07/ 2013

 

***

Sou nordestino!

Sou do sertão terra quente
que é bem difícil chover
nasci de um povo valente
acostumado a sofrer
sou nordestino oxente
e tenho orgulho de ser

Guibson Medeiros

 

***

“Minha alma triste suspira
em deslumbrante desejo,
ausente da minha terra,
há tempos que não a vejo.
são suspiros arrancados
do peito de um sertanejo.”

***

Brasi Caboco

O qui é Brasí Caboco?
É um Brasi diferente
do Brasí das capitá.
É um Brasi brasilêro,
sem mistura de instrangero,
um Brasi nacioná!

É o Brasi qui não veste
liforme de gazimira,
camisa de peito duro,
com butuadura de ouro…
Brasi caboco só veste,
camisa grossa de lista,
carça de brim da “polista”
gibão e chapéu de coro!

Zé da Luz

***

Depois da “festa” quem é
Que vai se lembrar de junho?
Defender a Natureza
Pra mim não será rascunho
E sim a arte final
A nível universal
Quem falhar eu testemunho…

Raimundo Santa Helena

***

Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem que morrer pra pagar?

Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito.
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?

Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?

Leandro Gomes de Barros

 

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Fonte do texto: Calendarr.com

Fonte de pesquisa: Pensador.com 

Créditos das fotos: Pesquisa livre

 

 

Atletas do Nordeste são responsáveis por 5 das 7 medalhas de ouro conquistadas pelo Brasil

A mensagem do jogador Matheus Cunha na final do futebol olímpico, no Japão, voltada para as crianças de João Pessoa foi simbólica: “confiem, sempre dá”, dizia ele. Vale para todo o Nordeste, a região mais discriminada e escassa em recursos do país. Mas mesmo assim, com o mínimo de investimentos, saiu daqui as condições para que o Brasil alcançasse sua melhor marca em Olimpíadas. Foram cinco das sete medalhas de ouro conquistadas, contabilizando aqui, também, o futebol, que teve o pessoense Matheus Cunha abrindo o placar na final contra a Espanha.

Entre outros atletas, a seleção masculina ainda conta com outro paraibano, o goleiro Santos. O zagueiro pernambucano Nino levou uma bandeira do estado para a solenidade de entrega das medalhas. Nos esportes individuais, o potiguar Italo Ferreira (surfe) foi o primeiro a subir no lugar mais alto do pódio. Foi seguido dos baianos Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Isaquias Queiroz (canoagem) e Hebert Conceição (boxe). Outra baiana, Bia Ferreira, conquistou a prata durante a madrugada no boxe.

Confira o texto na íntegra no site do Suetoni

Foto: Divulgação