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Quem foi Nise da Silveira, a mulher que revolucionou o tratamento da loucura no Brasil e virou filme na Netflix.

“Nise – O coração da Loucura”, dirigido por Roberto Berliner e estrelado por Gloria Pires, o longa, baseado no livro Nise – Arqueóloga dos Mares, do jornalista Bernardo Horta, traz um recorte acessível e emocionante da atuação da psiquiatra e sua defesa da arte como principal ferramenta de reintegração de pacientes chamados “loucos”.

Nise da Silveira, psiquiatra alagoana (1905-1999), enxergou a riqueza de seres humanos que estavam “no meio do caminho”. No meio do caminho entre o existir e a dignidade. No meio do caminho entre a loucura e a exclusão total. Entre o aceitável e o abominável.

Essa mulher se rebelou contra a psiquiatria que aplicava violentos choques para “ajustar” pessoas e propôs um tratamento humanizado, que usava a arte para reabilitar os pacientes.

Esquizofrênicos marginalizados e esquecidos puderam ser autores de obras hoje expostas no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro (RJ). A arte marcou o renascimento daquelas pessoas para a sociedade.

Os ensinamentos de Nise nos falam de uma atualidade que se repete a cada vez que a loucura é estigmatizada e polarizada: é ou não é louco(a). Cobramos de nós mesmos, o tempo todo: sejamos funcionais. Como se não pudéssemos falhar ou viver nossas escolhas fora da curva que definiram para nós.

Nise, essa senhorinha miúda, agigantou a humanidade ao cuidar de brasileiros rejeitados pelo sistema e isolados do convívio. A história dela já foi tema de documentários e do filme Nise – O Coração da Loucura, lançado em 2016 e disponível pela Netflix (Vale a pena assistir).

CENTRO CULTURAL DA SAÚDE/MINISTÉRIO DA SAÚDE

Depois de assistir ao filme, fica evidente, por meio de uma ficção que comove e mobiliza, o fato de que Nise terá sempre nosso respeito e admiração, pois tratou a loucura com carinho e fez dela um motor de vida.

Descobrir a história de Nise é encontrar um pouco de nós mesmos nos momentos em que parecemos não “caber” em nossa própria existência.

Como essa mulher fez a diferença no mundo, listamos algumas razões pelas quais ela merece ser convocada à nossa memória:

Ela foi uma mulher pioneira

Em 1926, ao se formar na Faculdade de Medicina da Bahia, Nise era a única mulher em uma turma de 157 alunos. Ainda na graduação ela apresentou o estudo Ensaio sobre a criminalidade da mulher no Brasil.

Ela deu voz à loucura

“Na época em que ainda vivíamos os manicômios e o silenciamento da loucura, Nise da Silveira soube transformar o Hospital Engenho de Dentro em uma experiência de reconhecimento do engenho interior que é a loucura”, explica à revista Cult Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP.

Nise era uma defensora da loucura necessária para se viver. “Não se cura além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas.”

Ela foi presa política

Nise ficou presa de 1934 a 1936, durante o Estado Novo, acusada de envolvimento com o comunismo. Ela foi denunciada por uma colega de trabalho, que era enfermeira. No presídio Frei Caneca, ela dividiu a cela com Olga Benário, a militante comunista alemã que na época era casada com Luís Carlos Prestes, lembra a revista Cult.

Ela foi citada em um livro do Graciliano Ramos

Na prisão, Nise também conheceu o escritor alagoano Graciliano Ramos, que a cita em seu livro Memórias do Cárcere:

“(…) Lamentei ver a minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-se culta e boa. Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se a tomar espaço.”

Ela implementou a terapia ocupacional no manicômio

Em 1944, Nise passou a trabalhar no Hospital Pedro II, antigo Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro. Ela se recusou a seguir o tratamento da época, que incluía choque elétrico, cardiazólico e insulínico, camisa de força e isolamento. Ao dizer “não”, a psiquiatra foi transferida, como “punição”, para o Setor de Terapia Ocupacional do Pedro II. A reportagem da revista Cult lembra que esse era um espaço desprestigiado na época.

Porém, essa transferência foi fundamental para a revolução que Nise provocaria na psiquiatria: foi nesse setor do hospital que ela implementou, junto com o psiquiatra Fábio Sodré, a Terapia Ocupacional no tratamento psiquiátrico.

Ela usou a arte para tratar problemas graves de saúde mental

Nise percebeu que as artes plásticas eram o canal de comunicação com os pacientes esquizofrênicos graves, que até então não se comunicavam verbalmente. As obras produzidas por eles davam “voz” aos conflitos internos que viviam.

Quem foi Nise da Silveira, a mulher que revolucionou o tratamento da loucura no

Ela expôs as artes feitas pelos pacientes

Além do efeito terapêutico, as artes plásticas possibilitaram que os pacientes (ou clientes, como Nise gostava de chamá-los) se tornassem verdadeiros artistas.

A produção do ateliê do Setor de Terapia Ocupacional já tinha despertado a atenção de pesquisadores de saúde mental e médicos, mas críticos de arte também viram naqueles trabalhos obras artísticas dignas de exposição. Foram organizadas duas exposições internacionais e, em 1952, foi inaugurado o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro.

Em entrevista à revista Cult, Luiz Carlos Mello, diretor do Museu das Imagens do Inconsciente e autor da fotobiografia Nise da Silveira – Caminhos de uma Psiquiatra Rebelde, informa que o acervo pessoal de Nise da Silveira é tombado como Memória do Mundo da Unesco. “Com a criação do Museu, também como um centro de estudos e pesquisa, seu acervo atingiu mais de 360 mil obras e se tornou a maior e a mais diferenciada coleção desse tipo de arte no mundo. Suas principais coleções foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.”

Ela introduziu gatos e cachorros na rotina dos psicóticos

Nise encorajou os pacientes psicóticos a conviverem com gatos e cachorros. O resultado foi uma admirável promoção de afetividade com os bichinhos.

Ela revelou as emoções dos esquizofrênicos

Elizabeth Maria Freire de Araújo Lima, professora do Curso de Terapia Ocupacional da USP e autora do livro Arte, Clínica e Loucura: Território em Mutação, explica à revista Cult que Nise constatou que o mundo interno do esquizofrênico, considerado inatingível até então, poderia ser acessado, revelando as emoções desses pacientes por meio das artes plásticas. “Nise afirmava que o hospital colaborava com a doença e acreditava que caberia à terapêutica ocupacional parte importante na mudança desse ambiente.”

Ela chamou a atenção de Jung

Nise era uma devoradora de livros e tinha um interesse especial pela obra do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Ela escreveu uma carta para ele, pedindo ajuda para interpretar as mandalas que os pacientes desenhavam. A correspondência é relatada na fotobiografia Nise da Silveira – Caminhos de uma Psiquiatra Rebelde:

“A configuração de mandala harmoniosa, dentro de um molde rigoroso, denotará intensa mobilização de forças auto-curativas para compensar a desordem interna. Então pedi para que fotografassem algumas mandalas e as enviei com uma carta para C. G. Jung, explicando o que se passava. Foi um dos atos mais ousados da minha vida.”

Bernardo Horta, autor da biografia Nise — Arqueóloga dos Mares, diz à Cultque Nise “constata o que Jung afirmava: se para o neurótico – o que seria todos nós, segundo Freud – o tratamento é por meio da palavra, ou seja, a psicanálise, para o esquizofrênico, segundo Jung, a palavra não dá conta. Para esse paciente, o tratamento deveria ser pela imagem”.

Em 1957, Nise é convidada por Jung para passar um ano estudando com ele no Instituto Junguiano, na Suíça, além de expor o acervo do Museu de Imagens do Inconsciente no II Congresso Internacional de Psiquiatria. Na volta ao Brasil, em 1958, ela criou o Grupo de Estudos C. G. Jung no Rio de Janeiro, que coordenou até morrer, em 1999.

Ela questionou os manicômios

Para Nise, a experiência em manicômios mostrou que havia uma confusão entre hospital psiquiátrico com cárcere, com os pacientes tratados como presos. Avessa a essa abordagem desde o começo, e defensora de um olhar humanista, em 1956, Nise fundou a Casa das Palmeiras, a primeira instituição a desenvolver um projeto de desinstitucionalização dos manicômios no Brasil.

A Casa é lugar para o convívio afetivo e estímulo à criatividade dos psiquiátricos. A clínica funciona em regime aberto, sem fins lucrativos, à base de doações.

Ela ajudou a escrever a história da psiquiatria

Nise apontou falhas na psiquiatria, contestou práticas e demonstrou soluções, dando novos contornos e sentidos aos tratamentos e às relações entre psiquiatras e pacientes. Em seus 94 anos de vida, a alagoana publicou dez livros e escreveu uma série de artigos científicos.

Ela representa uma resistência atemporal

O psicanalista Christian Dunker, no Blog da Boitempo, reforça a atemporalidade dos feitos de Nise:

“Não me parece um acaso que, em meio ao momento de maior dissenção social que já vivemos, desde os anos de chumbo da ditadura militar, estejamos presenciando o maior retrocesso desde então registrado em matéria de saúde mental. A nomeação de Valencius Wursch Duarte Filho como secretário de saúde mental do Ministério da Saúde, em uma operação indecente de barganha política, é o retorno de tudo o que Nise demorou uma vida para desfazer. Passeatas, manifestações e mesmo a própria ocupação, que persiste há mais de dois meses, de uma das salas do Ministério, parecem não ter voz nem luz contra a volta das piores trevas psiquiátricas.”

“Duarte Filho foi diretor técnico do hospital psiquiátrico Casa de Saúde Dr. Eiras, fechado em 2012 depois de constatadas graves violações aos direitos humanos pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados”, escrevem os psicanalistas Antonio Lancetti e Maria Rita Kehl, e o psicólogo Aldo Zaiden, em um artigo na Folha de S. Paulo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Psicanálise, entre os profissionais de saúde, a indicação de Duarte Filho para o cargo é vista como um “retrocesso e uma ameaça real aos avanços conseguidos nos últimos anos com a Rede Nacional de Saúde Mental, que promoveu a substituição dos hospitais psiquiátricos pelos Centros de Atenção Psicossociais, organizados para oferecer atendimento intensivo, articulados a emergências psiquiátricas, residências terapêuticas e outras formas efetivas de reabilitação, beneficiando milhares de pessoas antes sujeitas a maus-tratos de toda ordem”.

Mais do que atual: Nise é urgente para a sociedade brasileira.

Por: Amanda Mont’Alvão Veloso

EXAME

Veja o trailer abaixo:

Prêmio Camões – Portugal confirma entrega do prêmio a Chico Buarque em 2020

“O Prêmio Camões de Literatura é o mais importante da língua portuguesa. Ele foi instituído em 1988 pelos governos português e brasileiro, mas recompensa também autores de Angola, São Tome e Príncipe, Moçambique, Guiné Bissau ou Timor Oriental. A cada ano um escritor lusófono é consagrado pelo conjunto de sua obra.

O anúncio do prêmio a Chico Buarque foi feito em maio deste ano. Ele foi escolhido por um júri formado por Antônio Carlos Hohlfeldt e Antônio Cicero Correia Lima pelo Brasil; Clara Rowland e Manuel Frias Martins por Portugal; Nataniel Ngomane por Moçambique e Ana Paula Tavares por Angola.

Ministério da Cultura português confirma que cerimônia será em data ainda indefinida de 2020, em Lisboa”

Confira a matéria completa em Carta Capital

2019 – Banco Itaú oferece coleção gratuita de LIVROS INFANTIS que é enviada pelos Correios; Veja como aquirir…

Para estimular o gosto pela leitura, nada melhor do que ouvir histórias contadas pelos adultos desde cedo. E o Itaú Unibanco, em conjunto com a Fundação Itaú Social, tem um projeto que se encaixa perfeitamente nessa proposta. Trata-se da campanha Leia para uma criança, que seleciona todos os anos livros infantis para serem distribuídos gratuitamente – para qualquer pessoa que faz o pedido pelo site do projeto, cliente do banco ou não, e também para bibliotecas públicas, organizações da sociedade civil e escolas.

A estimativa é de que 3,6 milhões de exemplares sejam distribuídos em 2019, totalizando 1,8 milhão de kits com dois títulos enviados para famílias de todo o país. O poder de tais histórias é mostrar como meninos e meninas, por meio da leitura, podem alimentar sonhos de um futuro melhor para si mesmos e suas famílias, tornando objetivos que muitas vezes são distantes mais próximos da realidade.

As obras de destaque do Itaú

Com o foco em oferecer incentivo à leitura na primeira infância para crianças de todo o Brasil, a edição do Leia para uma criança 2019 teve dois livros selecionados por meio de edital. “Léo e a baleia” inspira o cuidado com a natureza e o carinho pelos animais. Na trama, o menino desenvolve um forte laço com uma baleia após encontrá-la encalhada na praia. Ele decide dar um lar para o mamífero, fortalecendo sua relação com o pai, que é pescador.

Crédito: Divulgação
Ressaltando o lado humano logo na infância, a história é recheada de aventura e diversão

Ressaltando o lado humano logo na infância, a história é recheada de aventura e diversão

O outro título é “O tupi que você fala”, mostrando de maneira curiosa como a influência indígena está presente no cotidiano das cidades. Palavras como paçoca, pipoca, Ipanema, abacaxi e açaí são oriundas do tupi, sendo assim, estão na boca do povo constantemente, muitas vezes sem que as pessoas saibam disso.

Crédito: Divulgação
As palavras e a influência indígena estão mais presentes no dia a dia do que você pensa

As palavras e a influência indígena estão mais presentes no dia a dia do que você pensa

Os dois livros foram selecionados por meio de edital – as obras passam por uma curadoria de especialistas em literatura infantil, Organizações da Sociedade Civil, Secretarias de Educação, Cultura e Assistência Social, bem como Voluntários do Itaú Unibanco, adultos e crianças de diversas regiões do país.

Além disso, a formação de mediação de leitura “Infâncias e Leituras”, promovida pelo Itaú Social, está com inscrições abertas para uma nova turma – para participar, basta acessar https://polo.org.br/

Atuando desde 2010, o Leia para uma Criança já distribuiu mais de 54 milhões de unidades de livros físicos e cerca de 12 mil obras em braile expandida para pessoas com deficiência visual. Na ação de 2018, mais de 1,6 milhão de kits foram partilhados com famílias ao redor do território nacional. E não para por aí. O alcance do projeto transcende fronteiras, com ações de incentivo à leitura, formação de mediadores e distribuição de títulos infantis em países como Argentina, Chile, Colômbia e Paraguai.

Para saber mais e garantir seu kit, basta acessar o site oficial.

Publicado por “Catraca Livre” (Acesse e confira o artigo completo)

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Homem assume paternidade de filha de amiga: “me escolheu como seu pai”

Essa é uma daquelas histórias para nos fazer acreditar na humanidade. Em meio a 5,5 milhões de crianças sem nome do pai no registro de nascimento que existem no país, segundo o IBGE, um carioca decidiu assumir a paternidade da filha de uma amiga. “É para que ela possa crescer com o amor de um pai”, disse Raphael Porto, pai de AnaFlor.

AnaFlor é filha da Brunna, que é super amiga de Amanda, noiva do Raphael. O pai biológico da garota nunca foi presente na vida dela e da mãe. Foi aí que AnaFlor escolheu preencher essa lacuna com aquela pessoa que mais agia como um verdadeiro pai no seu dia a dia.


“Eu frequentava bastante a casa da Brunna porque ela é muito amiga da Amanda e brincava muito com a AnaFlor porque sou apaixonado por criança. Até que um dia ela me chamou de pai no meio da sala. Ela me escolheu como seu pai”, relatou.


Isso aconteceu quando a AnaFlor tinha um ano e dois meses, e hoje, ela já tem dois anos de idade. “Foi um misto de responsabilidade e de realização de um sonho porque eu sempre quis ser pai e sempre disse que gostaria que a primeira filha fosse uma menina. No começo tive aquele espanto, aquele medo, mas no outro dia eu já estava maluco para vê-la de novo”, disse.

Depois disso, Raphael conversou com a namorada, Amanda, e com a mãe de AnaFlor, a Brunna, e decidiu que iria assumir a menina como a sua filha. “O meu pai sempre foi presente fisicamente, mas não me dava atenção, eu tive um abandono afetivo. Crescer sem pai, por mais que a mãe seja a melhor mulher do mundo, é muito ruim. E eu não quero que ninguém passe por isso, então pude transformar a vida de uma criança”, conta.

Arquivo Pessoal

Rotina

Raphael trabalha durante o dia e estuda à noite, então ele acompanha a rotina de AnaFlor por meio de chamadas de vídeo. Nos finais de semana, pai e filha fazem programas juntos. No próximo ano, AnaFlor vai entrar na escolinha, e Raphael vai arcar com parte das despesas.

Aceitação

A família e os amigos próximos entenderam e apoiaram a iniciativa e a própria noiva, Amanda, incentivou a decisão do Raphael e ficou feliz com a escolha. Na semana passada, ele fez uma postagem nas redes sociais explicando a situação. “Eu estava cansando de tanta gente me perguntando porque eu fiz isso e decidi explicar de uma vez na rede social, mas a repercussão foi muito grande de comentários negativos, mas principalmente positivos. Muita gente insinuou que eu era o pai biológico da AnaFlor, mas quando cheguei na vida dessa família, a AnaFlor já tinha nascido”, disse.

Exemplo

Acho que vai ser muito bom ela crescer sabendo que tem um pai, que ela tem uma figura de pai presente, que vai ajudá-la em tudo o que ela precisar, que vai nesses eventos de colégio, que não vai deixá-la desamparada. Eu pensei muito pouco em mim e somente nela. Na minha vida, só aumentou gastos, preocupação, mas aumentou o amor. Você receber o amor de uma criança completamente inocente, você se sentir importante na vida de uma criança, que é a coisa mais pura que existe no mundo, não tem preço. Que isso possa servir de exemplo para que os pais biológicos cuidem dos seus filhos, e que as pessoas adotem porque tem muita criança precisando de amor e carinho no mundo”, finalizou Raphael.

Arquivo Pessoal

By: Razões para acreditar

*Autoria de imagem: desconhecida

 

Estudante brasileira cria absorvente sustentável e ganha “Oscar” do design mundial

Absorvente interno biodegradável para mulheres em situação de risco rende a Rafaella de Bona o prêmio alemão iF Design Talent Award 2019.

Uma estudante curitibana ganhou um prêmio de design mundial com um projeto voltado ao cuidado da higiene de mulheres em situação de rua. Rafaella de Bona, de 22 anos, desenvolveu um absorvente interno descartável, biodegradável, a partir de uma fibra de banana.

O projeto foi criado para a conclusão do curso de especialização em design com o tema “Soluções de impacto para o futuro”. Ela precisava escolher um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e decidiu trabalhar no primeiro: “Erradicação da pobreza”.

Foto: Divulgação

O projeto batizado de “Maria” concorreu ao lado de outros 4 mil, de 38 países, ao iF Design Talent Award 2019. Dos 39 vencedores de todo o mundo, a curitibana foi a única brasileira a receber o reconhecimento este ano. A ideia foi inspirada em uma iniciativa que existe na Índia e utiliza a fibra da banana para produzir absorventes femininos externos.

Rafaella aprimorou a proposta. Basicamente, o absorvente vem em um rolo e pode ser destacado e enrolado de acordo com a necessidade. Assim como os itens disponíveis no mercado, os tamanhos variam.

O objetivo agora é desenvolver um protótipo para fazer testes e avaliar a eficácia do produto.Mas para Rafaella, só o fato de chamar a atenção para o problema já é um grande passo do trabalho.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Fonte: Band News Curitiba

Hospital cria “roupões” para crianças imitando camisas de times de futebol

Uma parceria entre o Hospital San Rafael, de Madri (Espanha), e a revista especializada em futebol “Panenka” criou batas (roupões) hospitalares para que as crianças internadas lá possam melhorar o ânimo e se recuperar mais rapidamente.

Em vez do tradicional (e impessoal) verde, as batas reproduzem camisas de clubes de futebol espanhóis, com direito a patrocínio, número e nome de atletas – como os craques Lionel Messi, Sergio Ramos e Antoine Griezmann – nas costas.

O projeto, que se chama “Las batas más fuertes”, tem o objetivo de fazer com que as crianças, que sofrem as mais diferentes enfermidades, percebam a experiência hospitalar como algo que pode ser mais alegre. (vídeo aqui)

 

Por: Fernando Moreira, (Extra

Obs. Não conseguimos identificar a autoria das imagens 

Casal de músicos cegos se apresenta no escuro e público tem olhos vendados para vivenciar a sua realidade

A turnê do duo de músicos cegos rendeu o primeiro DVD cego da história, já que as imagens foram registradas no escuro para que o público vivenciasse a realidade de um deficiente visual.

Ouvir a música com o coração. É desta forma que o público assiste a um espetáculo do duo de músicos cegos, A Corda em Si, de Florianópolis (SC). São eles, o contrabaixista Mateus Costa, 43 anos, e a cantora Fernanda Rosa, 38 anos.

Com todas as luzes apagadas e com os olhos vendados, o público vive uma experiência inesquecível com a turnê “Livremente”, terceiro da dupla com músicas autorais.

No local é instalado um piso tátil e as ações no palco são narradas por um audioescritor. E desta forma, o público não só sente a música, mas como também vivencia a realidade de um deficiente visual.

Casal de músicos cegos se apresenta no escuro e o público “assiste” de olhos vendados. Foto: Antonio Rossa

“O duo de contrabaixo e voz é uma formação bastante rara, e tem essa coisa do não preenchimento, a gente insinua muitas vezes coisas que não estamos tocando, por exemplo, uma flauta, que não está sendo tocada de verdade e bagagem musical de cada pessoa que assiste preenche essa lacuna. É um show que nos rendeu prêmios e é uma proposta de inclusão, de que todos tenham a mesma percepção e que todos são tratados iguais”, contou o casal.

No site da A Corda em Si é possível conhecer outros álbuns do duo e seu trabalho incrível!

O casal se entende pelos sons

O casal se conheceu num curso de música, e numa disciplina de canto e coral, uma amiga em comum apresentou eles. Começaram nos corredores propondo fazer um som. Hoje, estão há 10 anos na estrada e juntos. Da união dos músicos, nasceu também o Francisco, de dois anos, único sem deficiência visual em casa.

Casal está junto há 10 anos na estrada e na vida. Juntos, tiveram o filho Francisco, de dois anos. Foto: Antonio Rossa

Mateus não nasceu cego. Ele desenvolveu a deficiência progressivamente quando aos 14 anos foi diagnosticado com retinose pigmentar.

“Eu tenho memória visuais muito forte, inclusive, quando eu sonho, eu consigo ver as pessoas, os rostos. Comecei a tocar vários instrumentos desde pequeno, violino, piano. Um dia, numa festa da escola, passei do lado de uma caixa de som e eu nunca esqueço que o meu corpo todo vibrou e quando toquei o contrabaixo, o meu corpo também vibrou e essa memória afetiva me fez optar por esse instrumento”, contou emocionando.

Fernanda nasceu com glaucoma e possui 13% da visão. “A minha experiência de visão é bem diferente do Mateus, as minhas referências são mais as misturas de sons e cheiros. Desde criança eu cantava bastante e a minha mãe e a minha avó cantavam bastante. Mas na época, a mulher que cantava na noite não era bem vista. E hoje estou aqui fazendo a voz dessas mulheres”, disse.

Em casa, eles fazem de tudo: trocam fralda, fazem comida, inclusive, relataram que até esquecem que são deficientes visuais, já que a casa é bem adaptada. Fazem tudo juntos!

“A gente acredita que o Francisco já sabe que somos deficientes visuais, apesar de ainda não entender. Então, ele tenta trazer referências de toque e som para dizer o que ele quer. Ele pega a nossa mão para mostrar o que ele quer”, relataram.

O DVD pode ser acessado pelo canal A Corda em Si. Está lindo! Abaixo uma linda apresentação da dupla.

Notícia retirada do site Razões para Acreditar

Bons exemplos: Jovem de 15 anos visita vizinhos idosos todos os dias para ver se eles estão bem

“Eu só quero um instante para reconhecer esse doce amigo que mora do outro lado da rua dos meus pais”, escreveu a filha do casal em um post no Facebook.

O estudante norte-americano Romemylion Mitchell, 15 anos, é um exemplo vivo de que muitos jovens se importam – e muito! –  com os idosos. Todos os dias, o rapaz visita seus vizinhos que moram do outro lado da rua, para ter certeza que eles estão bem e não precisam de nada.

Semanalmente, Mitchell ajuda os vizinhos Trent e Cianne Joyner a fazer compras, cortar a grama, tudo o que estiver ao seu alcance. Ele ficou conhecido nacionalmente após visitar um dos idosos que foi internado em um hospital após passar mal, meses atrás.

Em uma publicação viral no Facebook, a filha de Joyner, Tiki, compartilhou algumas fotos de Mitchell visitando os pais dela e agradeceu pela forma como o rapaz trata o casal.

Romemylion Mitchell em uma das suas visitas

“Sentimos apenas gratidão por ele”, dizem idosos

“Eu só quero um instante para reconhecer esse doce amigo que mora do outro lado da rua dos meus pais”, escreveu ela em um post no Facebook.

Ele checa como eles estão todos os dias e cresceu para amar e cuidar deles profundamente. Ele vai com meu pai para a loja, ajuda a fazer compras e leva as compras. Ele corta a grama e o que for necessário. Não há muitos jovens de 15 anos que teriam tempo para cuidar e ficar com vizinhos idosos.”

E continuou: “Quando ele viu mamãe hoje, começou a chorar e a abraçou com força. Que bênção. Eu queria apenas transmitir algo emocionante, em vez das tristes notícias que vemos e ouvimos todos os dias”, concluiu.

Veja o relato na íntegra:

Você conhece o VOAA? VOAA significa vaquinha online com amor e afeto. E é do Razões! Se existe uma história triste, lutamos para transformar em final feliz. Acesse e nos ajude a mudar histórias.

Fonte: SNB/razoesparaacreditar
Fotos: Reprodução/Facebook

Película ecológica para telhados pode substituir ar-condicionado

Enquanto refresca você, o ar-condicionado produz gases que deixam a Terra mais quente. Mas esta invenção com ares futuristas pode aposentar o velho aparelho

São Paulo — Diante das altas temperaturas do verão, são raras as pessoas que deixam de usar aparelhos de ar-condicionado, se contam com essa possibilidade. O problema é que, se o luxo é caro para os consumidores, seu preço é ainda mais alto para o meio ambiente.

É um paradoxo: enquanto refresca você, a máquina deixa a Terra mais quente. O motivo está na emissão de dois tipos de gases estufa, ligados ao aquecimento global — o dióxido de carbono, liberado pelas geradoras de energia elétrica, e os hidrofluorcarbonetos (HFC), usados na refrigeração em si.

Foto: Ilustração

Segundo artigo publicado em 2017, pela revista acadêmica “Science”, dois pesquisadores da Universidade do Colorado encontraram uma alternativa “verde” para refrigerar ambientes sem esquentar o resto do planeta.

A invenção de Ronggui Yang e Xiaobo Yin soa futurista: uma película capaz de refrescar prédios sem usar nenhum tipo de gás refrigerador — e, o mais impressionante, sem gastar energia.

Fabricação da película

De acordo com a revista “The Economist”, o filme pode ser produzido com métodos tradicionalmente empregados pela indústria e com custo em torno de 50 centavos de dólar por metro quadrado.

Como funciona?
O poder da película desenvolvida por Yang e Yin tem a ver com um processo chamado de refrigeração radiativa. O princípio parte de um dado natural: a atmosfera da Terra permite que certos comprimentos de onda infravermelha, que carregam calor, escapem para o espaço sem obstáculos. O que os cientistas fizeram foi converter o calor indesejado em radiação infravermelha no exato comprimento de onda que o planeta manda para fora.

O método não é novo. Em 2014, pesquisadores da Universidade de Stanford criaram um material à base de silício que cumpria a mesma função. O problema é que ele era muito mais caro e difícil de fabricar.

Já o filme inventado pelos pesquisadores da Universidade de Colorado é feito de polimetilpenteno, um plástico transparente e disponível comercialmente, com a adição de pequenas pedrinhas de vidro. O material é transformado em lâminas com espessura de 50 micrômetros ou milionésimos de metro, e revestido de prata em apenas um dos lados.

Ao colocar a película sobre o telhado de uma casa, o lado prateado deve ficar por baixo. A luz solar é refletida pela face prateada através do plástico, o que impede o aquecimento da casa. Além disso, o calor interno é liberado para a atmosfera graças a uma complexa relação entre o diâmetro das pedrinhas de vidro e o comprimento das ondas que escapam para o espaço.

Segundo a revista “The Economist”, o poder de refrigeração da película é de 93 watts por metro quadrado, em caso de incidência direta de luz solar. À noite, o efeito é mais potente. De acordo com os pesquisadores, cerca de 20 metros quadrados do filme são suficientes para manter a temperatura de uma casa comum em 20°C num dia em que os termômetros marcam 37°C.

O sistema não precisa de eletricidade, embora exija um complemento que não funciona sem força. Para regular os níveis de refrigeração, seria necessário incluir um encanamento para carregar o calor da casa para o filme e assim manter a temperatura interna estável. As bombas de água provavelmente exigiriam energia elétrica, mas em pequena quantidade. 

Por Claudia Gasparini, Publicado em 2017

Imagens: engenhariae

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Em entrevista polêmica, Milton Nascimento declara que “música brasileira está uma merda”

Após repercussão, conta oficial do cantor no Instagram amenizou declaração e citou jovens talentos

O cantor e compositor Milton Nascimento, 76 anos, fez algumas declarações fortes em  entrevista publicada neste domingo (22) no jornal Folha de S.Paulo pela colunista Monica Bergamo. Suas críticas foram à qualidade da música atual produzida no país.

— A música brasileira tá uma merda. As letras, então. Meu Deus do céu. Uma porcaria – opinou Milton. Emendando: — Não sei se o pessoal ficou mais burro, se não tem vontade (de cantar) sobre amizade ou algo que seja. Só sabem falar de bebida e a namorada que traiu. Ou do namorado que traiu. Sempre traição.

Milton, todavia, cita à colunista os nomes de Maria GadúTiago Iorc e Criolo como músicos de que gosta na atual geração. A entrevista repercutiu neste domingo em redes sociais, mas sem contestações veementes. Milton Nascimento era o 19º assunto mais debatido no Twitter no Brasil no final de tarde de domingo (22).

Cinco horas depois de publicar uma foto da entrevista em seu perfil oficial no Instagram (@miltonbitucanascimento), a conta do músico fez uma segunda postagem amenizando o título da entrevista e citando outros nomes admiráveis, porém, na sua visão, fora do “mainstream do mercado nacional”. Por isso não foram citados. Diz o texto: 

“Fora do contexto, o título de uma reportagem pode levar o leitor a conclusões equivocadas. A frase escolhida para a manchete da entrevista que Milton Nascimento deu à jornalista Monica Bergamo se refere exclusivamente à música feita no mainstream do mercado nacional, consumida pela massa. E só a ela. Justamente por isso, os únicos citados por ele como contra-exemplo foram Maria Gadú e Tiago Iorc, dois dos raros artistas talentosos que transitam nesse universo industrial. Bituca jamais se referiu à nova geração brasileira que, à parte do mainstream musical, tem construído a melhor música desse novo tempo.”

https://www.instagram.com/p/B2uSBSXBZPA/?utm_source=ig_embed

Prestes a receber um prêmio da União Brasileira dos Compositores, Milton comenta ainda que não anda “com muita vontade de compor” por estar “meio triste com a vida”:

— Não com a minha vida, mas com o geral. Quero acreditar, mas não acredito muito no mundo. Principalmente na burrice, na política. Para compor não tenho tido inspiração, não — disse Milton à colunista.

O músico conta ainda que foi incentivado a não deixar de cantar pelo ex-presidente uruguaio, José Mujica.

— Uma hora ele perguntou para mim: ‘Como está a política no Brasil?’ Eu falei: ‘Tá uma merda. Dá vontade até de parar de tocar’. Ele respondeu: ‘Não. Nunca pare de cantar. Porque a música é a coisa que pode salvar o mundo’ — contou.

 

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br

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