Conheça Mariana Penides

Conheça Mariana Penides

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Mariana Penides Oliveira Martins é uma amante da cultura e da arte, também atua como mentora (coordenadora) do Movimento Café com Poemas de Condeúba, desde 2017, através do convite do seu primo, o poeta Leandro Flores.

Recebeu em agosto de 2018, o título de “Embaixadora da Poesia” pela ORDEM FEDERATIVA DE HONRARIAS AO MÉRITO, em reconhecimento aos trabalhos em prol da Arte e Cultura em Condeúba e região e em 2019, participou da Antologia Poética – Café com Poemas, vol. II. 

Ela é graduada em Gestão em Serviços Jurídicos e está como Coordenadora do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) do município de Condeúba/BA.

Nietzsche: “Temos a arte para não morrer ou enlouquecer perante a verdade”

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Nietzsche, filósofo e poeta prussiano já dizia que: “Temos a arte para não morrer ou enlouquecer perante a verdade. Somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida” (2008).

Nunca uma frase como essa, do grande e incomparável pensador do século XIX, fez tanto sentido como agora, nestes tempos de afogamento de esperança, de sonhos, em que o país e o mando passam por diversas transformações que muitas vezes nos deixam fora de eixo, sem chão, sem saída e desesperançosos em relação ao futuro.

A arte vem como refúgio, como fuga nesse processo de endurecimento de alma. Acaba sendo uma das poucas ferramentas – ainda – capazes de trazer um sorriso, uma paixão, uma vontade de deixar as coisas mais leves, de trazer algum sentido para o mundo, traduzindo aquilo que ainda conseguimos observar e sentir como BELO, como SIGNIFICATIVO e aproveitoso para alguém e para o universo como todo.

O mundo está em cacos, se diluindo em ideologias cada vez mais extremistas, cada vez mais conflitantes e, a arte, mesmo sendo também uma ferramenta de perseguição dessa escalada da estupidez, acaba sobrevivendo (para o nosso bem) e, assim, quem sabe, algum dia possamos lembrar novamente Nietzsche, só que desta vez como chave de memória, não como lamentação de um estado fático, podendo dizer também que a arte venceu finalmente. “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.”

*Texto escrito por Leandro Flores. É livre a reprodução, porém, é obrigatório citar as devidas referências de autoria e fonte.

 

 

Fotos: Pixabay

 

Leandro Flores é fundador e produtor de todos os Projetos ligados ao Café com Poemas.

Jornalista, Sertanista, Comendador, Poeta, Editor de Livros e Revistas e Designer Gráfico. Leandro é autor dos livros “Sorriso de Pedra – A outra face de um Poeta” e “Portfólio: Traços e Conceitos”.

É membro-fundador da Academia de Letras do Sertão Cultivista, membro da CAPPAZ – Confraria Artistas e Poetas pela Paz, além de outras instituições Acadêmicas pelo país. Também é Coordenador e Idealizador do Movimento Cultivista Brasileiro e do Projeto Cartas e Depoimentos. Já fez participações em dezenas de antologias poéticas, além de ORGANIZAR e AUXILIAR outras publicações. Leia mais…

Meu pé de Ipê – José Veríssimo

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Um pé, de pé, ainda em pé
É um pé amarelo, outro roxo
É um pé rosa, outro branco
Todos são a gosto, outros setembro
Meu pé de Ipê

É um cheiro, laço, um abraço
O elo do amarelo, o gosto do roxo
O poema do branco, todos coloridos
O amarelo do amigo
Meu pé de Ipê

É um renascer do ser nascer
Montanha amontoada no meu quintal
Flor temporona no meu olhar
Um beijo pra arrebentar a semente
E fazer florir, sem medo o doce desejo
Meu pé de Ipê

É na praça, de graça
No teatro, no texto
No poema, na caneta
Na boca, no beijo
Na barriga, no elo
No amarelo, texto e contexto
Meu pé de ipê

José Veríssimo

Fotos: internet

Leandro Flores – Algo bom está para acontecer

Às vezes, tenho a sensação de que ALGO DE MUITO BOM ainda está por vir em minha vida.

Não sei o quê, nem quando isso irá acontecer, mas tenho a plena convicção de que alguma coisa muito boa já está reservada, empacotada, endereçada, diretamente à minha vida e que tenho apenas que ir buscar no lugar certo, na hora certa…

E cá entre nós: estou mesmo precisando viu…

Um novo amor, daqueles de final de novela, um emprego dos sonhos que me traga estabilidade financeira, um cantinho só meu, um passeio ao Rio de Janeiro, tirar minha carteira de motorista, fazer uma faculdade, comprar um carro novo, escrever um monte de livros, ser reconhecido, sei lá, são tantas coisas que desejo que assim fica até difícil saber o que eu realmente quero ou preciso, neste momento.

Também, a vida não tem sido muito generosa comigo, viu. Tenho enfrentado fases muito difíceis, ultimamente, a ponto de, até pensar em desistir.  Juro que dar vontade de jogar tudo para o alto e recomeçar de novo em um outro lugar diferente, seguir outras direções ou quem sabe até retornar do mesmo lugar de onde comecei!

Mas, acontece que não sou desses que desistem fácil de um determinado objetivo. Para mim, uma luta só vale a pena se tiver condição de levá-la ao final, até o último round, de preferênciaMas, não escondo o meu medo de estar fazendo (ou ter feito) tudo errado. De nadar, nadar e nadar, depois, morrer afogado, decepcionado na praia, sem força, com aquela sensação miserável de quem diz “o que é que eu vim mesmo fazer aqui?”.

Vivo sempre me perguntando: até onde vai um sonho ou a vontade de realizar certas necessidades?

Mas, se a vida é mesmo um tiro no escuro, como alguém já disse, então, vou ser o primeiro a puxar o gatilho, só mesmo para garantir a minha sobrevivência. Pá, pá, pá!!!! Há tanta coisa para conquistar que nem sei por onde começar direito,  então eu atiro. Já me acertaram demais às escuras. Já fui baleado diversas vezes, por estar frente ao alvo, sem coragem de atirar. Agora é tudo ou nada. Esses “inimigos” precisam ser combatidos antes de prosseguir rumo à minha vitória.

A realidade me consome a cada dia que passa. Tenho vontade de abraçar o mundo inteirinho de uma só vez, depois, jogar tudo no chão e catar somente os caquinhos que me interessam. Tenho pressa de conseguir o que quero logo de uma só vez, e é ai que descubro as minhas fragilidades, sou pequeno demais diante dos meus próprios sonhos.

Sei que cada coisa tem o seu tempo, e ninguém é superior a isso.

Por isso, é preciso deixar a vida me conduzir devagarzinho.

Entrar no barco e me atirar ao rio. Sem medo, sem pressa.

Sem me preocupar muito aonde vou parar, quem ou quê, irei encontrar pelo caminho,  pois, acredito que quem estará na direção é/será o maior marinheiro de todos, é quem tem me trazido até aqui. É quem se preocupa comigo. Ele sabe de tudo. Sabe dos caminhos, sabe do que preciso, do que é melhor para mim…

Que ele me guie, então, em direção aquele lago tranquilo e silencioso que se chama felicidade.

Peço a Ele apenas saúde e força para continuar seguindo em diante e assim, vou sonhando com dias melhores, bem distante de tudo e de todos que me faziam bem. Até mesmo da minha felicidade, que antes era tão próxima a mim, agora vive longe… bem longe!!

E, sem saber, ou me dando conta, vou vivendo. O tempo vai passando e tudo que eu deixo é apenas poesia e a esperança de que, ao final, tudo dê certo. Do jeitinho que quero, do jeitinho que espero e preciso.

Então, que as minhas apostas sejam certeiras. Só preciso mesmo é me convencer disso.

Estou indo buscar a minha encomenda nos correios.

Autor: Leandro Flores

Imagem: Pixabay

Obs. Texto publicado em qua, 19 dez 2012 , pelo site Ddez.com e atualizado em 15/01/2020 pelo autor.

Leandro Flores é fundador e produtor de todos os Projetos ligados ao Café com Poemas.

Jornalista, Sertanista, Comendador, Poeta, Editor de Livros e Revistas e Designer Gráfico. Leandro é autor dos livros “Sorriso de Pedra – A outra face de um Poeta” e “Portfólio: Traços e Conceitos”.

É membro-fundador da Academia de Letras do Sertão Cultivista, membro da CAPPAZ – Confraria Artistas e Poetas pela Paz, além de outras instituições Acadêmicas pelo país. Também é Coordenador e Idealizador do Movimento Cultivista Brasileiro e do Projeto Cartas e Depoimentos. Já fez participações em dezenas de antologias poéticas, além de ORGANIZAR e AUXILIAR outras publicações. Leia mais…

Movimento Café com Poemas realizou 1º Sarau Literário em Condeúba

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Quarta / 26.09.2018 – Por Redação Sertão Hoje

O Movimento Café com Poemas de Condeúba promoveu, na noite do último sábado (22), o 1º Sarau Itinerante de Poesia no distrito de Mandaçaia de Cordeiros, no município de Condeúba. O evento, organizado pelo professor, escritor e poeta Antônio da Cruz Santana e pela embaixadora da poesia Mariana Penides Oliveira Martins, aconteceu em uma das salas da Escola Municipal Aristides Carvalho e contou com a ilustre presença do Escritor e Poeta Edson Silveira, bem como a participação de estudantes, professores, diretores de escolas, convidados e público presente em geral. O Movimento protagonizou uma belíssima noite de arte literária com declamações e recitais de Poemas e Poesias, bate-papo, momentos de reflexões socioculturais e educacionais, dentre outras ações concretas que ocorreram dentro da programação.

Os organizadores proferiram agradecimentos a todos os convidados e membros que participaram e dedicaram-se para a realização desta noite, mas em especial, também agradeceram a Leandro Flores, idealizador do projeto. “Aproveitamos desse espaço, para agradecer ao nosso grande idealizador do Projeto Café com Poemas em Condeúba, o nosso Escritor e Poeta Leandro Flores, que tem nos acompanhado e orientado mesmo estando residindo em Salvador. Agradecemos imensamente aos membros do Projeto Movimento Café com Poemas, pela dedicação e pelo apoio nas reuniões ordinárias, nos eventos aos quais são solicitados e aos nossos queridos convidados especiais desta noite”.

O “Café com Poemas” é uma ideia que tem como busca, o equilíbrio entre a promoção da cultura, através de Projetos Sociais que visam agregar poetas e poesia em um movimento de identidade sociocultural e educacional, seja em atividades em outros ramos de atuação, como organização de eventos, serviços editoriais, jornalismo, design, culinária, etc. Ou seja, o Café com Poemas é um “guarda-chuva” para diversas atividades culturais, artísticas e educacionais, além das publicações editoriais, entretenimento e média.

Movimento Café com Poemas de Condeúba – Mensagem de Ano Novo aos Membros

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Caríssimos,
Em nome da Coordenação do Movimento ao Cultivismo Café com Poemas de Condeúba – BA, venho, respeitosamente, agradecer imensamente a todos vocês que durante o ano de 2019, participaram e muito contribuíram para a cultura e a literatura  condeubense e regional. Esperamos que neste ano que ora se inicia, possamos difundir ainda melhor os nossos trabalhos culturais e literários para que possamos mais uma vez alcançar êxitos, e proporcionar à Comunidade novos projetos de leitura por meio da nossa literatura.


A todos vocês, o nosso muito obrigado!

Antônio Santana

Mariana  Penides

Coordenadores 

Gosto de risos fáceis, de abraços sinceros e de gente doida e feliz!

Gosto mesmo é das pessoas doidas pela verdade, loucas para ajudar, malucas pelo bem estar do todo, pelo contentamento natural, sentindo-se bem quando quem caminha junto também está bem, sem inveja, sem mesquinharia alguma.

A sociedade nos dita regras e normas de convivência, como se existissem manuais de como se portar perante os outros, como se houvesse homogeneidade naquilo que podemos ou não fazer, naquilo que devemos sempre sentir, em tudo o que é errado, inconveniente, e no que é o correto. Esquecem-se de que sentimentos não vêm com manuais, muito menos caráter. Esquecem-se de que não são as regras de etiqueta, mas sim o nosso comportamento com o próximo, que nos define a essência humana.

Existem pessoas extremamente polidas, bem vestidas, com um currículo acadêmico impecável, mas que não cumprimentam ninguém por onde passam. Existem indivíduos que vivem em missas e cultos religiosos, que ditam de memória qualquer versículo bíblico, que participam ativamente dos eventos das paróquias, mas que só sabem fofocar e criticar a vida dos outros. Não podemos confundir apenas o que vemos superficialmente com o que cada um possui dentro de si.

Por outro lado, há pessoas que são solidárias, acolhedoras, agradáveis, éticas, que nos abraçam com verdade, que nos orientam com propriedade, que nos ouvem em silêncio reconfortante, sem precisar se mostrar, brilhar, sem afetações.

São os sorrisos mais sinceros e curativos que existem. Pessoas que nos curam a alma, que nos resgatam dos escombros emocionais, que nos guiam para longe do nosso pior, que são felizes e por isso não aborrecem ninguém.

São aquelas pessoas doidas, simplesmente porque não se ajustam às convenções impostas, caso tenham que perder aquilo que as define, caso tenham que se anular para se adequar à suposta normalidade de uma sociedade hipócrita, cujos discursos, em sua maioria, cheiram a mofo. Na verdade, são doidas pela verdade, são loucas para ajudar, são malucas pelo bem do todo, pelo contentamento natural, sentindo-se bem quando quem caminha junto também está bem, sem inveja, sem mesquinharia alguma.

Se prestarmos atenção em tudo o que estamos perdendo, por conta de ficarmos dando importância a coisas inúteis, a momentos que devem ser deletados sumariamente e a pessoas desprezíveis, perceberíamos que falta muito pouco para sermos realmente mais felizes e tranquilos. Falta apenas caminhar junto das pessoas certas, guardando no coração somente o que nos fez melhores e nos desviando daquilo que não serve para nada, mas nada mesmo. É assim que deve ser e é de nós que isso depende, de mim e de você.

MARCEL CAMARGO

Graduado em Letras e Mestre em “História, Filosofia e Educação” pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor…
+ Veja todas as matérias de Marcel Camargo

Texto retirado na íntegra do site oSegredo

Imagem de Christopher Ross por Pixabay


Conheça grandes escritores brasileiros que não fizeram parte da Academia Brasileira de Letras

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A Academia Brasileira de Letras tem a tradição de imortalizar diversos escritores e poetas, mas alguns deles foram “esquecidos” ao longo do tempo, ou até mesmo injustiçados, como Mário Quintana, indicado três vezes sem sucesso. Má Dias, do site Litera Tortura, elegeu cinco casos de escritores que, por alguma razão, não ganharam assento na Academia

Mário Quintana – Reprodução

Mário Quintana
Mário Quintana é o poeta simples, o poeta da ironia, o poeta do cotidiano. Tentou uma vaga na Academia três vezes, mas nunca conseguiu votos suficientes para tanto. Quando seu nome foi “indicado”, pela quarta vez, recebendo uma promessa de unanimidade de votos do júri, Quintana recusou e disse: “Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro”. Com cadeira ou sem cadeira, Mário Quintana “passarinhou”: é imortal de qualquer jeito.

Carlos Drummond Café com Poemas
Carlos Drummond – Reprodução

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Carlos Drummond de Andrade
Responsável pelo choque da elite artística e literária ao escrever uma poesia sobre uma pedra no meio do caminho, Drummond viveu o movimento modernista sem nunca confirmar-se modernista. Autor de uma vasta obra poética, não entrou para a Academia Brasileira de Letras por um motivo especial: não quis se candidatar.

Clarice Lispector – Reprodução

Clarice Lispector
Clarice Lispector também fez a fina e não entrou na dança: nunca se candidatou a uma cadeira na Academia. Autora de “A Hora da Estrela” e “Laços de Família”, Clarice era proseadora e pode não ter uma cadeira na ABL, mas na contemporaneidade é “musa” da citação nas redes sociais.

graciliano ramos café com poemas
Graciliano Ramos – Reprodução

Graciliano Ramos
A comoção é geral: quem nunca se emocionou com a história da cachorra Baleia e a família com quem vive na seca do sertão nordestino é porque ainda não leu “Vidas Secas”, clássico da literatura brasileira. Graciliano Ramos é considerado um dos melhores escritores brasileiros de regionalismo de todos os tempos; mas isso, injustamente, não lhe rendeu uma cadeira na ABL.

Paulo Leminski – Reprodução

Paulo Leminski
O poeta é um dos mais inovadores, tanto no âmbito da linguagem como na maneira de disseminar sua obra. O curitibano dava preferência aos poemas curtos e não se dava muito aos floreios da literatura. Há pouquíssima informação sobre sua relação com a ABL, a qual, aparentemente, ele ignorou e não foi nem convidado, nem candidato.

Fonte: Literatortura.

 

 

 

Leia também:

 

As polêmicas literárias de Paulo Leminski

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Curiosidades e livros de Paulo Leminski.

Paulo Leminski, o Rimbaud curitibano, teve uma vida de paixões, poesia e idealismos. Morreu no dia 07 de junho de 1989, aos 44 anos, vítima de cirrose, e deixou um legado de lirismo e algumas polêmicas. 

Em 1963, abandonou o Mosteiro, e nesse mesmo ano foi para Belo Horizonte onde participou da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, quando conheceu Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criadores da Poesia Concreta. Em 1964, publica seu primeiro poema na revista “Invenção”, editada pelos concretistas. Nesse mesmo ano, assume o cargo de professor de História e Redação em cursinhos pré-vestibulares.

Em 1976, Paulo Leminski publicou seu primeiro romance “Catatau”, obra “Maldita”, em que o experimentalismo atinge níveis pouco usuais, classificada pelo autor como mero romance ideia. Nessa época, trabalha como diretor e redator de publicidade. Publica seus textos em revistas alternativas, antológicas do tempo marginal, como “Muda”, “Código” e “Qorpo Estranho”, segundo ele mesmo, publicações que consagraram grande parte da produção dos anos 70.

Paulo Leminski tornou-se um dos mais destacados poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Inventou seu próprio jeito de escrever poesias, fazendo trocadilhos ou brincando com ditados populares: “sorte no jogo / azar no amor / de que me serve / sorte no amor / se o amor é um jogo / e o jogo não é meu forte, / meu amor?”.

Leminski era fascinado pela cultura japonesa e pelo zen-budismo, era faixa preta de caratê. Escreveu a biografia de Matsuo Bashô, e dentro do território livre da poesia marginal escreveu poemas à moda de um grafiti, com sabor de haicai. Ele escreveu também letras de músicas em parcerias com Caetano Veloso, Itamar Assumpção e o grupo A Cor do Som. Exerceu intensa atividade como crítico literário e tradutor, vertendo para o português as obras de James Joyce, Alfred Jarry, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Viveu durante 20 anos com a poetisa Alice Ruiz, que organizou sua obra.

Paulo Leminski faleceu em Curitiba, Paraná, no dia 7 de junho de 1989.


 Paulo Leminski é dos queridinhos da internet, pois, suas frases e poemas provocam diversas emoções e sentimentos, compartilhados e curtidos por diversas gerações.
Paulo Leminski é dos queridinhos da internet, pois, suas frases e poemas provocam diversas emoções e sentimentos, compartilhados e curtidos por diversas gerações.

Tripas de Leminski

Além da bibliografia oficial do poeta, é possível encontrar na internet algumas menções a uma edição independente de 1980, chamada Tripas. O problema é que ninguém sabe ou confirma a existência desta obra, apesar dela constar até na página do poeta na Wikipedia. Há quem diga que se trata de uma lenda urbana, corroborada por alguns blogueiros com estranho senso de humor. Nem a poetiza Alice Ruiz, que viveu muitos anos com o escritor, menciona a existência deste livro. Se ninguém confirma, não deve existir, não é? O problema é que Tripas não é um caso isolado. Catatau, durante muitos anos, também foi tratado como um mito, até ganhar uma reedição pela Editora Iluminuras. E você, acredita na existência de Tripas?


O concurso que Leminski ganhou, mas não levou

Quando ainda era professor de história em cursinhos nos anos 60, Leminski entrou num concurso de contos em Curitiba. Para manter sua identidade em segredo, usou o pseudônimo “Kung”. Quando o resultado saiu, o vencedor anunciado foi um cidadão chamado “Kurt”. Vinte anos depois, um dos jurados reconheceu que tinha sido um erro tipográfico e que Kung – ou melhor, Leminski – deveria ter levado o prêmio. O poeta ficou tão indignado que escreveu a obra Descartes com lentes, satirizando o equívoco.


O livro proibido I

Entre livros esquecidos e controversos, as biografias do poeta também provocam sua dose de polêmica. Paulo Leminski: o bandido que sabia latim, de Toninho Vaz, passou por diversos problemas com a família de Leminski, que vetou a quarta edição, publicada pela Editora Nova Cultura. O motivo, segundo os familiares, foi o autor ter escrito um parágrafo sobre suicídio do irmão, Pedro, em 1986. Por que a biografia de uma personalidade pública não deveria mencionar tragédias pessoais, ou por que isso só se tornou um problema na quarta edição, são algumas das questões não resolvidas deste processo.


O livro proibido II

Toninho Vaz não está sozinho na mira da família Leminski. Minhas lembranças de Leminski, de Domingos Pellegrini, vencedor de seis prêmios Jabuti e autor de mais de 30 obras, também não recebeu a autorização dos herdeiros, o que inviabilizava a publicação pelas vias tradicionais, uma vez que as editoras tendem a evitar que seus livros sejam recolhidos das livrarias por ordem judicial. O autor resolveu ignorar os avisos e publicou o livro de graça na internet, para quem quisesse ler, bem ao estilo da contracultura defendida pelo próprio Leminski. Contudo, essa história tem um final feliz: a Geração Editorial resolveu ignorar a polêmica e o relançou alguns anos depois.


Três obras marcantes de Paulo Leminski

Toda poesia

Paulo Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre duas enormes construções que rivalizavam na década de 1970, quando publicava seus primeiros versos: a poesia concreta, de feição mais erudita e superinformada, e a lírica que florescia entre os jovens de vinte e poucos anos da chamada “geração mimeógrafo”. Este volume percorre, pela primeira vez, a trajetória poética completa do autor curitibano, mestre do verso lapidar e da astúcia.

Vida: Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski

Sob o olhar poético e apaixonado de um admirador, essas quatro trajetórias aparentemente desconexas ganham novas dimensões, criam elos e se complementam, em comunicação permanente com a vida e a obra de seu biógrafo. Trótski é visto como um homem de letras, autor do “mais extraordinário livro sobre literatura” já escrito por um político. Cruz e Sousa é personagem central de um movimento que Leminski chama de “underground” e que muito o influenciaria: o simbolismo. Bashô, antes de se tornar pai do haikai, foi membro da classe samurai. E Jesus é um “superpoeta”. Enquanto traz à tona lados surpreendentes de quatro de seus heróis, Leminski revela muito de si mesmo, tão múltiplo e fascinante quanto os biografados, e fornece a seus fãs, em narrativas aliciantes e cheias de estilo, uma gênese de suas principais influências.

Distraídos venceremos

O livro é dividido em três capítulos: o primeiro leva o mesmo nome do livro e inclui grande parte dos poemas da edição, principalmente os metapoemas, ou seja, poemas em que a temática é o próprio poema. No segundo, o autor apresenta versos de vida, de espaço e de tempo, falando sobre as coisas que sobrevoaram o ar dos seus dias, que se misturaram à poeira do chão de sua casa. Na última parte, o poeta apresenta uma série de haicais.

Fonte:

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Trechos também retirados do site ebiografia

Graciliano Ramos, um dos melhores escritores brasileiros de regionalismo de todos os tempos

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Graciliano Ramos (1892-1953) foi um escritor brasileiro. O romance “Vidas Secas” foi sua obra de maior destaque. É considerado o melhor ficcionista do Modernismo e o prosador mais importante da Segunda Fase do Modernismo.

Suas obras embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro, apresentam uma visão crítica das relações humanas, que as tornam de interesse universal.

Seus livros foram traduzidos para vários países e Vidas Secas, São Bernardo e Memórias do Cárcere, foram levados para o cinema. Recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, dos Estados Unidos, pela obra “Vidas Secas”.

Infância e Juventude

Graciliano Ramos nasceu na cidade de Quebrângulo, Alagoas, no dia 27 de outubro de 1892. Filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos era o primogênito de quinze filhos, de uma família de classe média do Sertão nordestino.

Passou parte de sua infância na cidade de Buíque, em Pernambuco, e parte em Viçosa, Alagoas, onde estudou no internato da cidade.

Em 1904 publicou no jornal da escola seu primeiro conto O Pequeno Pedinte. Em 1905 mudou-se para Maceió, onde fez seus estudos secundários no Colégio Interno Quinze de Março, onde desenvolveu maior interesse pela língua e pela literatura.

Em 1910 foi com a família morar em Palmeira dos Índios, Alagoas, onde seu pai abriu um pequeno comércio. Em 1914 foi para o Rio de Janeiro, quando trabalhou como revisor dos jornais Correio da Manhã, A Tarde e em O Século.

Voltou para a cidade de Palmeira dos Índios, onde duas irmãs haviam falecido de peste bubônica, em 1915. Trabalhou com o pai no comércio. No ano seguinte, casou-se com Maria Augusta Barros, com quem teve quatro filhos.

Cargos públicos

Em 1928, Graciliano Ramos foi eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios. Nesse mesmo ano, já viúvo, casou-se com Heloísa de Medeiros, com quem teve quatro filhos.

Em 1930, deixou a prefeitura e mudou-se para Maceió, onde assumiu a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado.

Primeiras obras

Graciliano Ramos estreou na literatura em 1933 com o romance Caetés. Nessa época mantinha contato com José Lins do Rego, Raquel de Queiroz e Jorge Amado. Em 1934 publicou o romance São Bernardo, e em 1936 publicou Angústia.

Nesse mesmo ano, ainda no cargo de Diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado, foi preso, sob a acusação de que era comunista. Ficou nove meses na prisão, sendo solto, pois não encontraram provas.

Em 1937, Graciliano Ramos mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi morar em um quarto de pensão com a esposa e as filhas menores. Em 1939 foi nomeado Inspetor Federal de Ensino. Em 1945 ingressou no Partido Comunista.

Em 1951 foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores. Em 1952 viajou para os países socialistas do Leste Europeu, experiência descrita na obra Viagem, publicada em 1954, após sua morte.

Características da obra de Graciliano Ramos

Graciliano é considerado o mais importante ficcionista do Modernismo, fez parte do grupo de escritores que inaugurou o realismo crítico, representando os problemas brasileiros em geral ou específicos de determinada região.

Trata-se de uma literatura que traz para a reflexão problemas sociais marcantes do momento em que os romances foram escritos. Literatura destinada a provocar a conscientização, o romance regionalista tem como lema criticar para denunciar uma questão social.

A preocupação com a linguagem é o traço peculiar do escritor. O interesse de sua narrativa está centrado na problemática do homem. O interesse está diretamente voltado para o comportamento, atitudes e conduta humana, e a descrição da paisagem nasce da própria caracterização psicológica dos personagens:

Vidas Secas (1938) é considerada a obra-prima de Graciliano Ramos. Narra a história de uma família de retirantes nordestinos, que atingida pela seca é obrigada a perambular pelo sertão, em busca de melhores condições de vida. A obra pretende mostrar a tirania da terra cruel, atuando sobre o homem.

Graciliano Ramos escreve também obras autobiográficas, onde reúne acontecimentos e cenas selecionadas pela memória, revestidas de extrema subjetividade. Nessa linha destacam-se Infância (1945) e Memórias do Cárcere (1953), onde o autor retrata as experiências dolorosas de sua vida durante os nove meses em que esteve preso.

Graciliano Ramos faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1953.

Obras de Graciliano Ramos

  • Caetés (1933)
  • São Bernardo (1934)
  • Angústia (1936)
  • Vidas Secas (1938)
  • A Terra dos Meninos Pelados (1942)
  • História de Alexandre (1944)
  • Dois Dedos (1945)
  • Infância (1945)
  • Histórias Incompletas (1946)
  • Insônia (1947)
  • Memórias do Cárcere (1953)
  • Viagem (1954)
  • Linhas Tortas (1962)
  • Viventes das Alagoas, costumes do Nordeste (1962)

Fonte: eBiografia.com