Caríssimos, Em nome da Coordenação do Movimento ao Cultivismo Café com Poemas de Condeúba – BA, venho, respeitosamente, agradecer imensamente a todos vocês que durante o ano de 2019, participaram e muito contribuíram para a cultura e a literatura condeubense e regional. Esperamos que neste ano que ora se inicia, possamos difundir ainda melhor os nossos trabalhos culturais e literários para que possamos mais uma vez alcançar êxitos, e proporcionar à Comunidade novos projetos de leitura por meio da nossa literatura.
Gosto mesmo é das pessoas doidas pela verdade, loucas para ajudar, malucas pelo bem estar do todo, pelo contentamento natural, sentindo-se bem quando quem caminha junto também está bem, sem inveja, sem mesquinharia alguma.
A sociedade nos dita regras e normas de convivência, como se existissem manuais de como se portar perante os outros, como se houvesse homogeneidade naquilo que podemos ou não fazer, naquilo que devemos sempre sentir, em tudo o que é errado, inconveniente, e no que é o correto. Esquecem-se de que sentimentos não vêm com manuais, muito menos caráter. Esquecem-se de que não são as regras de etiqueta, mas sim o nosso comportamento com o próximo, que nos define a essência humana.
Existem pessoas extremamente polidas, bem vestidas, com um currículo acadêmico impecável, mas que não cumprimentam ninguém por onde passam. Existem indivíduos que vivem em missas e cultos religiosos, que ditam de memória qualquer versículo bíblico, que participam ativamente dos eventos das paróquias, mas que só sabem fofocar e criticar a vida dos outros. Não podemos confundir apenas o que vemos superficialmente com o que cada um possui dentro de si.
Por outro lado, há pessoas que são solidárias, acolhedoras, agradáveis, éticas, que nos abraçam com verdade, que nos orientam com propriedade, que nos ouvem em silêncio reconfortante, sem precisar se mostrar, brilhar, sem afetações.
São os sorrisos mais sinceros e curativos que existem. Pessoas que nos curam a alma, que nos resgatam dos escombros emocionais, que nos guiam para longe do nosso pior, que são felizes e por isso não aborrecem ninguém.
São aquelas pessoas doidas, simplesmente porque não se ajustam às convenções impostas, caso tenham que perder aquilo que as define, caso tenham que se anular para se adequar à suposta normalidade de uma sociedade hipócrita, cujos discursos, em sua maioria, cheiram a mofo. Na verdade, são doidas pela verdade, são loucas para ajudar, são malucas pelo bem do todo, pelo contentamento natural, sentindo-se bem quando quem caminha junto também está bem, sem inveja, sem mesquinharia alguma.
Se prestarmos atenção em tudo o que estamos perdendo, por conta de ficarmos dando importância a coisas inúteis, a momentos que devem ser deletados sumariamente e a pessoas desprezíveis, perceberíamos que falta muito pouco para sermos realmente mais felizes e tranquilos. Falta apenas caminhar junto das pessoas certas, guardando no coração somente o que nos fez melhores e nos desviando daquilo que não serve para nada, mas nada mesmo. É assim que deve ser e é de nós que isso depende, de mim e de você.
Graduado em Letras e Mestre em “História, Filosofia e Educação” pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor… + Veja todas as matérias de Marcel Camargo
A Academia Brasileira de Letras tem a tradição de imortalizar diversos escritores e poetas, mas alguns deles foram “esquecidos” ao longo do tempo, ou até mesmo injustiçados, como Mário Quintana, indicado três vezes sem sucesso. Má Dias, do site Litera Tortura, elegeu cinco casos de escritores que, por alguma razão, não ganharam assento na Academia
Mário Quintana – Reprodução
Mário Quintana Mário Quintana é o poeta simples, o poeta da ironia, o poeta do cotidiano. Tentou uma vaga na Academia três vezes, mas nunca conseguiu votos suficientes para tanto. Quando seu nome foi “indicado”, pela quarta vez, recebendo uma promessa de unanimidade de votos do júri, Quintana recusou e disse: “Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro”. Com cadeira ou sem cadeira, Mário Quintana “passarinhou”: é imortal de qualquer jeito.
Carlos Drummond de Andrade Responsável pelo choque da elite artística e literária ao escrever uma poesia sobre uma pedra no meio do caminho, Drummond viveu o movimento modernista sem nunca confirmar-se modernista. Autor de uma vasta obra poética, não entrou para a Academia Brasileira de Letras por um motivo especial: não quis se candidatar.
Clarice Lispector Clarice Lispector também fez a fina e não entrou na dança: nunca se candidatou a uma cadeira na Academia. Autora de “A Hora da Estrela” e “Laços de Família”, Clarice era proseadora e pode não ter uma cadeira na ABL, mas na contemporaneidade é “musa” da citação nas redes sociais.
Graciliano Ramos A comoção é geral: quem nunca se emocionou com a história da cachorra Baleia e a família com quem vive na seca do sertão nordestino é porque ainda não leu “Vidas Secas”, clássico da literatura brasileira. Graciliano Ramos é considerado um dos melhores escritores brasileiros de regionalismo de todos os tempos; mas isso, injustamente, não lhe rendeu uma cadeira na ABL.
Paulo Leminski O poeta é um dos mais inovadores, tanto no âmbito da linguagem como na maneira de disseminar sua obra. O curitibano dava preferência aos poemas curtos e não se dava muito aos floreios da literatura. Há pouquíssima informação sobre sua relação com a ABL, a qual, aparentemente, ele ignorou e não foi nem convidado, nem candidato.
Paulo Leminski, o Rimbaud curitibano, teve uma vida de paixões, poesia e idealismos. Morreu no dia 07 de junho de 1989, aos 44 anos, vítima de cirrose, e deixou um legado de lirismo e algumas polêmicas.
Em 1963, abandonou o Mosteiro, e nesse mesmo ano foi para Belo Horizonte onde participou da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, quando conheceu Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criadores da Poesia Concreta. Em 1964, publica seu primeiro poema na revista “Invenção”, editada pelos concretistas. Nesse mesmo ano, assume o cargo de professor de História e Redação em cursinhos pré-vestibulares.
Em 1976, Paulo Leminski publicou seu primeiro romance “Catatau”, obra “Maldita”, em que o experimentalismo atinge níveis pouco usuais, classificada pelo autor como mero romance ideia. Nessa época, trabalha como diretor e redator de publicidade. Publica seus textos em revistas alternativas, antológicas do tempo marginal, como “Muda”, “Código” e “Qorpo Estranho”, segundo ele mesmo, publicações que consagraram grande parte da produção dos anos 70.
Paulo Leminski tornou-se um dos mais destacados poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Inventou seu próprio jeito de escrever poesias, fazendo trocadilhos ou brincando com ditados populares: “sorte no jogo / azar no amor / de que me serve / sorte no amor / se o amor é um jogo / e o jogo não é meu forte, / meu amor?”.
Leminski era fascinado pela cultura japonesa e pelo zen-budismo, era faixa preta de caratê. Escreveu a biografia de Matsuo Bashô, e dentro do território livre da poesia marginal escreveu poemas à moda de um grafiti, com sabor de haicai. Ele escreveu também letras de músicas em parcerias com Caetano Veloso, Itamar Assumpção e o grupo A Cor do Som. Exerceu intensa atividade como crítico literário e tradutor, vertendo para o português as obras de James Joyce, Alfred Jarry, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Viveu durante 20 anos com a poetisa Alice Ruiz, que organizou sua obra.
Paulo Leminski faleceu em Curitiba, Paraná, no dia 7 de junho de 1989.
Paulo Leminski é dos queridinhos da internet, pois, suas frases e poemas provocam diversas emoções e sentimentos, compartilhados e curtidos por diversas gerações.
Tripas de Leminski
Além da bibliografia oficial do poeta, é possível encontrar na internet algumas menções a uma edição independente de 1980, chamada Tripas. O problema é que ninguém sabe ou confirma a existência desta obra, apesar dela constar até na página do poeta na Wikipedia. Há quem diga que se trata de uma lenda urbana, corroborada por alguns blogueiros com estranho senso de humor. Nem a poetiza Alice Ruiz, que viveu muitos anos com o escritor, menciona a existência deste livro. Se ninguém confirma, não deve existir, não é? O problema é que Tripas não é um caso isolado. Catatau, durante muitos anos, também foi tratado como um mito, até ganhar uma reedição pela Editora Iluminuras. E você, acredita na existência de Tripas?
O concurso que Leminski ganhou, mas não levou
Quando ainda era professor de história em cursinhos nos anos 60, Leminski entrou num concurso de contos em Curitiba. Para manter sua identidade em segredo, usou o pseudônimo “Kung”. Quando o resultado saiu, o vencedor anunciado foi um cidadão chamado “Kurt”. Vinte anos depois, um dos jurados reconheceu que tinha sido um erro tipográfico e que Kung – ou melhor, Leminski – deveria ter levado o prêmio. O poeta ficou tão indignado que escreveu a obra Descartes com lentes, satirizando o equívoco.
O livro proibido I
Entre livros esquecidos e controversos, as biografias do poeta também provocam sua dose de polêmica. Paulo Leminski: o bandido que sabia latim, de Toninho Vaz, passou por diversos problemas com a família de Leminski, que vetou a quarta edição, publicada pela Editora Nova Cultura. O motivo, segundo os familiares, foi o autor ter escrito um parágrafo sobre suicídio do irmão, Pedro, em 1986. Por que a biografia de uma personalidade pública não deveria mencionar tragédias pessoais, ou por que isso só se tornou um problema na quarta edição, são algumas das questões não resolvidas deste processo.
O livro proibido II
Toninho Vaz não está sozinho na mira da família Leminski. Minhas lembranças de Leminski, de Domingos Pellegrini, vencedor de seis prêmios Jabuti e autor de mais de 30 obras, também não recebeu a autorização dos herdeiros, o que inviabilizava a publicação pelas vias tradicionais, uma vez que as editoras tendem a evitar que seus livros sejam recolhidos das livrarias por ordem judicial. O autor resolveu ignorar os avisos e publicou o livro de graça na internet, para quem quisesse ler, bem ao estilo da contracultura defendida pelo próprio Leminski. Contudo, essa história tem um final feliz: a Geração Editorial resolveu ignorar a polêmica e o relançou alguns anos depois.
Paulo Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre duas enormes construções que rivalizavam na década de 1970, quando publicava seus primeiros versos: a poesia concreta, de feição mais erudita e superinformada, e a lírica que florescia entre os jovens de vinte e poucos anos da chamada “geração mimeógrafo”. Este volume percorre, pela primeira vez, a trajetória poética completa do autor curitibano, mestre do verso lapidar e da astúcia.
Sob o olhar poético e apaixonado de um admirador, essas quatro trajetórias aparentemente desconexas ganham novas dimensões, criam elos e se complementam, em comunicação permanente com a vida e a obra de seu biógrafo. Trótski é visto como um homem de letras, autor do “mais extraordinário livro sobre literatura” já escrito por um político. Cruz e Sousa é personagem central de um movimento que Leminski chama de “underground” e que muito o influenciaria: o simbolismo. Bashô, antes de se tornar pai do haikai, foi membro da classe samurai. E Jesus é um “superpoeta”. Enquanto traz à tona lados surpreendentes de quatro de seus heróis, Leminski revela muito de si mesmo, tão múltiplo e fascinante quanto os biografados, e fornece a seus fãs, em narrativas aliciantes e cheias de estilo, uma gênese de suas principais influências.
O livro é dividido em três capítulos: o primeiro leva o mesmo nome do livro e inclui grande parte dos poemas da edição, principalmente os metapoemas, ou seja, poemas em que a temática é o próprio poema. No segundo, o autor apresenta versos de vida, de espaço e de tempo, falando sobre as coisas que sobrevoaram o ar dos seus dias, que se misturaram à poeira do chão de sua casa. Na última parte, o poeta apresenta uma série de haicais.
Graciliano Ramos (1892-1953) foi um escritor brasileiro. O romance “Vidas Secas” foi sua obra de maior destaque. É considerado o melhor ficcionista do Modernismo e o prosador mais importante da Segunda Fase do Modernismo.
Suas obras embora tratem de problemas sociais do Nordeste brasileiro, apresentam uma visão crítica das relações humanas, que as tornam de interesse universal.
Seus livros foram traduzidos para vários países e Vidas Secas, São Bernardo e Memórias do Cárcere, foram levados para o cinema. Recebeu o Prêmio da Fundação William Faulkner, dos Estados Unidos, pela obra “Vidas Secas”.
Infância e Juventude
Graciliano Ramos nasceu na cidade de Quebrângulo, Alagoas, no dia 27 de outubro de 1892. Filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos era o primogênito de quinze filhos, de uma família de classe média do Sertão nordestino.
Passou parte de sua infância na cidade de Buíque, em Pernambuco, e parte em Viçosa, Alagoas, onde estudou no internato da cidade.
Em 1904 publicou no jornal da escola seu primeiro conto O Pequeno Pedinte. Em 1905 mudou-se para Maceió, onde fez seus estudos secundários no Colégio Interno Quinze de Março, onde desenvolveu maior interesse pela língua e pela literatura.
Em 1910 foi com a família morar em Palmeira dos Índios, Alagoas, onde seu pai abriu um pequeno comércio. Em 1914 foi para o Rio de Janeiro, quando trabalhou como revisor dos jornais Correio da Manhã, A Tarde e em O Século.
Voltou para a cidade de Palmeira dos Índios, onde duas irmãs haviam falecido de peste bubônica, em 1915. Trabalhou com o pai no comércio. No ano seguinte, casou-se com Maria Augusta Barros, com quem teve quatro filhos.
Cargos públicos
Em 1928, Graciliano Ramos foi eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios. Nesse mesmo ano, já viúvo, casou-se com Heloísa de Medeiros, com quem teve quatro filhos.
Em 1930, deixou a prefeitura e mudou-se para Maceió, onde assumiu a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado.
Primeiras obras
Graciliano Ramos estreou na literatura em 1933 com o romance Caetés. Nessa época mantinha contato com José Lins do Rego, Raquel de Queiroz e Jorge Amado. Em 1934 publicou o romance São Bernardo, e em 1936 publicou Angústia.
Nesse mesmo ano, ainda no cargo de Diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado, foi preso, sob a acusação de que era comunista. Ficou nove meses na prisão, sendo solto, pois não encontraram provas.
Em 1937, Graciliano Ramos mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi morar em um quarto de pensão com a esposa e as filhas menores. Em 1939 foi nomeado Inspetor Federal de Ensino. Em 1945 ingressou no Partido Comunista.
Em 1951 foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores. Em 1952 viajou para os países socialistas do Leste Europeu, experiência descrita na obra Viagem, publicada em 1954, após sua morte.
Características da obra de Graciliano Ramos
Graciliano é considerado o mais importante ficcionista do Modernismo, fez parte do grupo de escritores que inaugurou o realismo crítico, representando os problemas brasileiros em geral ou específicos de determinada região.
Trata-se de uma literatura que traz para a reflexão problemas sociais marcantes do momento em que os romances foram escritos. Literatura destinada a provocar a conscientização, o romance regionalista tem como lema criticar para denunciar uma questão social.
A preocupação com a linguagem é o traço peculiar do escritor. O interesse de sua narrativa está centrado na problemática do homem. O interesse está diretamente voltado para o comportamento, atitudes e conduta humana, e a descrição da paisagem nasce da própria caracterização psicológica dos personagens:
Vidas Secas (1938) é considerada a obra-prima de Graciliano Ramos. Narra a história de uma família de retirantes nordestinos, que atingida pela seca é obrigada a perambular pelo sertão, em busca de melhores condições de vida. A obra pretende mostrar a tirania da terra cruel, atuando sobre o homem.
Graciliano Ramos escreve também obras autobiográficas, onde reúne acontecimentos e cenas selecionadas pela memória, revestidas de extrema subjetividade. Nessa linha destacam-se Infância (1945) e Memórias do Cárcere (1953), onde o autor retrata as experiências dolorosas de sua vida durante os nove meses em que esteve preso.
Graciliano Ramos faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1953.
Clarice Lispector foi uma das mais destacadas escritoras da terceira fase do modernismo brasileiro, chamada de “Geração de 45”.
Recebeu diversos prêmios dentre eles o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal e o Prêmio Graça Aranha.
Foto: Reprodução
Biografia de Clarice Lispector
Haya Pinkhasovna Lispector nasceu no dia 10 de dezembro de 1920 na cidade ucraniana de Tchetchelnik.
Descendente de judeus, seus pais Pinkhas Lispector e Mania Krimgold Lispector, passaram os primeiros momentos de vida de Clarice fugindo da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa (1918-1920).
Diante disso, chegam ao Brasil em 1921 e vivem nas cidades de Maceió, Recife e Rio de Janeiro onde passaram algumas dificuldades financeiras.
Desde pequena, Clarice estudou várias línguas (português, francês, hebraico, inglês, iídiche) e teve aulas de piano. Era boa aluna na escola e gostava de escrever poemas.
Após a morte de sua mãe em 1930, Clarice termina o terceiro ano primário no Collegio Hebreo-Idisch-Brasileiro.
Mais tarde, sua família vai viver no Rio de Janeiro. Em 1939, com 19 anos, ingressa na Escola de Direito da Universidade do Brasil e começa a dedicar-se totalmente à sua grande paixão: a literatura.
Fez cursos de antropologia e psicologia e, em 1940, publica seu primeiro conto, intitulado “Triunfo”.
Após a morte de seu pai, em 1940, Clarice começa sua carreira de jornalista. Nos anos seguintes, trabalha como redatora e repórter na Agência Nacional, no Correio da Manhã e no Diário da Noite.
Em 1943, casa-se com o Diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve dois filhos. Seu primogênito, Pedro, foi diagnosticado com esquizofrenia. Seu segundo filho, Paulo, foi afilhado do escritor Érico Veríssimo.
Devido à profissão de seu marido, Clarice viveu em muitos países do mundo, desde Itália, Inglaterra, Suíça e Estados Unidos. O relacionamento durou até 1959, e quando resolveram se separar, Clarice retornou ao Rio com seus filhos.
A escritora foi naturalizada brasileira e se declarava pernambucana. Seu nome, Clarice, foi uma das formas que seu pai encontrou de esconder toda sua família quando chegaram ao Brasil.
Clarice falece no dia 09 de dezembro de 1977, véspera de seu aniversário de 57 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de câncer de ovário.
“Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada… Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro…”.
Embora sua poesia não utilize a forma em versos, Clarice se destacou com seus poemas repletos de lirismo. Confira abaixo alguns:
Mas há Vida
Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor.
Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.
Estrela Perigosa
Estrela perigosa Rosto ao vento Marulho e silêncio leve porcelana templo submerso trigo e vinho tristeza de coisa vivida árvores já floresceram o sal trazido pelo vento conhecimento por encantação esqueleto de idEias ora pro nobis Decompor a luz mistério de estrelas paixão pela exatidão caça aos vagalumes. Vagalume é como orvalho Diálogos que disfarçam conflitos por explodir Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.
No obscuro erotismo de vida cheia nodosas raízes. Missa negra, feiticeiros. Na proximidade de fontes, lagos e cachoeiras braços e pernas e olhos, todos mortos se misturam e clamam por vida. Sinto a falta dele como se me faltasse um dente na frente: excrucitante. Que medo alegre, o de te esperar.
Precisão
O que me tranquiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição.
“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
“Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio.”
“Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas.”
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”
“Mas quero ter a liberdade de dizer coisas sem nexo como profunda forma de te atingir. Só o errado me atrai, e amo o pecado, a flor do pecado.”
“O medo sempre me guiou para o que eu quero. E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.”
“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
“Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”
Muitas vezes, nós nos sentimos impelidos a falar sobre as coisas boas da nossa vida para as pessoas ao nosso redor. Pode ser por inocência e pureza ou também para nos exibirmos um pouco ou provar o nosso valor.
No entanto, não importa qual seja a razão, a verdade é que essa necessidade de espalhar aos quatro ventos todas as coisas boas que chegam ao nosso caminho pode cobrar de nós um preço muito alto.
Não conhecemos o coração de todas as pessoas com as quais convivemos, muitas vezes, descobrimos que nem mesmo os nossos amigos ou familiares merecem a nossa confiança, por isso precisamos estar sempre muito conscientes do tipo de notícias que permitimos que essas pessoas saibam.
Você certamente já ouviu alguém dizer que “quanto menos falamos sobre os nossos objetivos, mais chances eles têm de dar certo”, e isso é a pura verdade.
Quando externamos as nossas conquistas, permitirmos que as pessoas que nos ouvem emanem suas energias em nossa direção, e nem sempre sãoenergias positivas.
Nem todas as pessoas nos perguntam sobre nossa vida porque se interessam verdadeiramente por nós e desejam nossa felicidade, na realidade, aqueles que realmente desejam e comemoram o nosso bem são poucos, a maioria das pessoas apenas deseja saber sobre nossa vida para comentar com os outras.
Nesse sentido, precisamos deixar a inocência de lado e analisar as pessoas mais criteriosamente, aprendendo a distinguir aqueles que realmente gostam de nós daqueles que apenas estão nos usando.
Manter a boca fechada é um dos principais segredos para a felicidade.
Se você tiver alguma notícia boa de sua vida para compartilhar, fale apenas com as pessoas em que pude confiar de verdade, ou para ninguém. A felicidade e o sucesso incomodam, e as pessoas infelizes e vazias mantêm ouvidos muito atentos.
Nem tudo sobre nós precisa ser do conhecimento de outras pessoas. Medir nossas palavras é zelar por nossa qualidade de vida. A felicidade verdadeira é construída no silêncio e no respeito.
Seja discreto com a sua vida pessoal, selecione muito bem as suas companhias e pare de contar tudo para as outras pessoas, pois quem precisa saber de sua vida é você. Sua vida será muito melhor e mais feliz quando você aprender a controlar a necessidade exibicionismo. Mostrar-se para os outros pode lhe trazer alguns momentos de felicidade, mas apenas a discrição lhe permitirá aproveitar o melhor da vida de verdade, longe dos olhos invejosos.
Pare de dar satisfação da sua vida, concentre sua atenção em aproveitar o que lhe foi dado em vez de falar sobre essas coisas, assim sua felicidade será mais verdadeira e duradoura.
* Texto escrito com exclusividade para o site O Amor. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos. Direitos autorais da imagem de capa: Sonam Prajapati por Pixabay
Dormir de conchinha com nossos amados é como acariciar diretamente seus corações, e mostrar que sempre estaremos por perto, prontos para oferecer conforto, cuidado e amor incondicional.
Praticamente todo mundo já dormiu de conchinha com alguém, pelo menos uma vez na vida, mas nem todos sabem valorizar o que isso representa. Dormir de conchinha é um gesto de amor, proteção e cuidado. É um sinal de que nos sentimos confortáveis com a outra pessoa e acreditamos que quando a envolvemos ou somos envolvidos por ela, estamos mais seguros.
É algo simples e comum, mas que faz com que nos sintamos muito especiais. Quando acontece com alguém que realmente amamos então, tudo fica ainda mais intenso.
Imagem: autor desconhecido
Seja no calor ou no frio, em dias bons ou ruins, saber que a pessoa que amamos está tão pertinho da gente é reconfortante. Não há nada como sentirmos o amor do outro através desse tipo de demonstração. É realmente uma sensação única!
Se você tem alguém com quem pode dormir de conchinha todos os dias, significa que encontrou um parceiro muito especial, que está na sua vida por inteiro, porque um momento tão carinhoso como esse a gente não vive com qualquer um.
Dormir sozinho é muito bom, por vezes até mesmo libertador, mas ter a companhia de alguém que amamos e que sabemos que nos ama de volta nos dias em que a vida parece ser mais difícil é incomparável! Esse abraço reformulado nos desperta sentimentos especiais, e sempre que dormimos de conchinha com alguém que amamos, acordamos mais animados com a vida, confortados pelo amor do outro e sabendo que por pior que tenha sido o nosso dia, sempre teremos alguém para quem voltar.
Imagem: https://www.guiadasemana.com.br
A forma de dormir de um casal revela muito sobre como o relacionamento está, e quando a conchinha se torna muito presente em nossas noites, isso mostra que as coisas estão indo muito bem, e que realmente nos sentimos em casa quando estamos com o outro.
Portanto, se você tem com quem dormir assim todos os dias, agradeça porque deitar e acordar juntinho de quem se ama é uma grande conquista.
Texto escrito com exclusividade para o site O Amor.
Eu só sei que alguma coisa mudou dentro de mim no momento em que aprendi a aceitar as minhas emoções como caminhos para aprendizados, e não como tempo perdido…
Eu só sei que alguma coisa mudou dentro de mim no momento em que aprendi a aceitar as minhas emoções como caminhos para aprendizados, e não como tempo perdido. Não sei se isso me tornou uma pessoa mais madura, mas tenho certeza que acalmou bastante a ansiedade no meu coração. E é a partir dessa nova moldura que vivo o hoje e que tento reparar nas pessoas e situações ao meu redor.
Quantos minutos, horas, dias, semanas ou meses vai durar essa capa protetora de intensidade, não tenho nenhuma ideia. Mas é reconfortante conseguir retomar um estado de poesia sobre os pensamentos, ideias e planos que quero trilhar. Ainda assim, eu sei bem – a vida tem os seus próprios encontros. Ela se move depressa e perder e ganhar é questão de saber observar.
Às vezes é complexo. Às vezes é simples.
Outro dia fiquei pensando no significado de tanta inquietude da minha alma. Não descobri muito. Ainda. Em vez disso, acabei precisando processar dores, cicatrizes e escolhas passadas. O que parecia ter se transformado num exercício de autossabotagem, terminou sendo o início de uma terapia, de uma conversa interna que já era pra ter acontecido há muito tempo. Não foi fácil, mas foi o suficiente para que eu conseguisse respirar e meditar.
Foram lágrimas no chuveiro e algumas mortes das minhas falhas e faltas. Menos dramático do que parece, eu aprendi a renascer. Sem certo e errado. Sem querer a perfeição ou o desapego da minha vulnerabilidade. Eu tenho a capacidade e a parceria de ser mais atenção e carinho comigo.
Faço o melhor que não se importar e isso é tudo pra mim. Estou abraçando as minhas tristezas sem desrespeitar a minha sede de ser feliz. E por agora é o que consigo lidar.
Questionada sobre o que sua família poderia pensar, ela respondeu: ”Eu não dou a mínima. Quando você chega à minha idade só tem que viver a vida plenamente todos os dias”, afirmou
Será que tem idade para fazer o que se gosta? Para Sadie Seller, de 83 anos, a resposta é não. Mesmo sem avisar para a família, ela “fugiu” do asilo (isso foi em 2015), na Irlanda, para curtir a vida do jeito que bem entende. Mas não foi para qualquer lugar, a idosa foi para um estúdio de tatuagem.
Segundo o jornal “Mirror“, o filho da idosa, Tony Sellers, percebeu a ausência da mãe, ao ver a cadeira em que ela costumava ficar sentada vazia.
O filho iniciou a busca pela mãe e, depois de procurar por vários locais, descobriu que a senhora estava com a neta, Samantha, em um estúdio de tatuagem.
Saddie não foi acompanhar a neta, mas fazer uma tatuagem de coração no braço esquerdo. Ao ser questionada sobre o que sua família poderia pensar, ela respondeu: “Eu não dou a mínima. Quando você chega à minha idade só tem que viver a vida plenamente todos os dias”, afirmou.
A idosa, que já é bisavó, decidiu fazer a tatuagem quando a neta, Samantha, mostrou um desenho que tinha feito no próprio corpo. “Eu perguntei para o cara quanto tempo ia levar e ele disse que a tatuagem já estava pronta há cinco minutos. Eu não senti nada!”, disse.
Depois de levar a avó ao estúdio de tatuagem, os funcionários disseram a Samantha que ela só poderia voltar ali se levasse a avó junto. De acordo com o Mirro, a tatuagem fez sucesso no asilo. Quando a idosa retornou ao asilo, todos os moradores foram falar com ela para ver o coração no braço esquerdo.
Obs. Não conseguimos identificar a autoria das imagens