Clarice Lispector: biografia, obras, frases e poemas

Clarice Lispector: biografia, obras, frases e poemas

1.2kviews

Clarice Lispector foi uma das mais destacadas escritoras da terceira fase do modernismo brasileiro, chamada de “Geração de 45”.

Recebeu diversos prêmios dentre eles o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal e o Prêmio Graça Aranha.

Foto: Reprodução

Biografia de Clarice Lispector

Haya Pinkhasovna Lispector nasceu no dia 10 de dezembro de 1920 na cidade ucraniana de Tchetchelnik.

Descendente de judeus, seus pais Pinkhas Lispector e Mania Krimgold Lispector, passaram os primeiros momentos de vida de Clarice fugindo da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa (1918-1920).

Diante disso, chegam ao Brasil em 1921 e vivem nas cidades de Maceió, Recife e Rio de Janeiro onde passaram algumas dificuldades financeiras.

Desde pequena, Clarice estudou várias línguas (português, francês, hebraico, inglês, iídiche) e teve aulas de piano. Era boa aluna na escola e gostava de escrever poemas.

Após a morte de sua mãe em 1930, Clarice termina o terceiro ano primário no Collegio Hebreo-Idisch-Brasileiro.

Mais tarde, sua família vai viver no Rio de Janeiro. Em 1939, com 19 anos, ingressa na Escola de Direito da Universidade do Brasil e começa a dedicar-se totalmente à sua grande paixão: a literatura.

Fez cursos de antropologia e psicologia e, em 1940, publica seu primeiro conto, intitulado “Triunfo”.

Após a morte de seu pai, em 1940, Clarice começa sua carreira de jornalista. Nos anos seguintes, trabalha como redatora e repórter na Agência Nacional, no Correio da Manhã e no Diário da Noite.

Em 1943, casa-se com o Diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve dois filhos. Seu primogênito, Pedro, foi diagnosticado com esquizofrenia. Seu segundo filho, Paulo, foi afilhado do escritor Érico Veríssimo.

Devido à profissão de seu marido, Clarice viveu em muitos países do mundo, desde Itália, Inglaterra, Suíça e Estados Unidos. O relacionamento durou até 1959, e quando resolveram se separar, Clarice retornou ao Rio com seus filhos.

A escritora foi naturalizada brasileira e se declarava pernambucana. Seu nome, Clarice, foi uma das formas que seu pai encontrou de esconder toda sua família quando chegaram ao Brasil.

Clarice falece no dia 09 de dezembro de 1977, véspera de seu aniversário de 57 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de câncer de ovário.

Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada… Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro…”.

Veja também: Quem foi Casimiro de Abreu

Algumas de suas obras:

  • Perto do coração selvagem (1942)
  • O Lustre (1946)
  • A Cidade Sitiada (1949)
  • Laços de Família (1960)
  • A Maçã no Escuro (1961)
  • A Legião Estrangeira (1964)
  • A Paixão Segundo G. H (1964)
  • O Mistério do Coelho Pensante (1967)
  • A Mulher que Matou os Peixes (1968)
  • Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969)
  • Felicidade Clandestina (1971)
  • Água Viva (1973)
  • A Imitação da Rosa (1973)
  • Via Crucis do Corpo (1974)
  • Onde Estivestes de Noite? (1974)
  • Visão do Esplendor (1975)
  • A Hora da Estrela (1977)
Foto: Reprodução

Poemas de Clarice Lispector

Embora sua poesia não utilize a forma em versos, Clarice se destacou com seus poemas repletos de lirismo. Confira abaixo alguns:

Mas há Vida

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida, há o amor.

Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.

Estrela Perigosa

Estrela perigosa
Rosto ao vento
Marulho e silêncio
leve porcelana
templo submerso
trigo e vinho
tristeza de coisa vivida
árvores já floresceram
o sal trazido pelo vento
conhecimento por encantação
esqueleto de idEias
ora pro nobis
Decompor a luz
mistério de estrelas
paixão pela exatidão
caça aos vagalumes.
Vagalume é como orvalho
Diálogos que disfarçam conflitos
por explodir
Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.

No obscuro erotismo de vida cheia
nodosas raízes.
Missa negra, feiticeiros.
Na proximidade de fontes,
lagos e cachoeiras
braços e pernas e olhos,
todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto a falta dele
como se me faltasse um dente na frente:
excrucitante.
Que medo alegre,
o de te esperar.

Precisão

O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.

Conheça os 16 maiores poetas brasileiros modernos e contemporâneos.

Frases de Clarice Lispector

  • Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
  • Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio.”
  • Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas.”
  • Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”
  • Mas quero ter a liberdade de dizer coisas sem nexo como profunda forma de te atingir. Só o errado me atrai, e amo o pecado, a flor do pecado.”
  • O medo sempre me guiou para o que eu quero. E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.”
  • Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
  • Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”

Fonte: Toda Matéria

Você vai começar a ser feliz de verdade quando parar de expor sua vida para quem não deve

406views

Muitas vezes, nós nos sentimos impelidos a falar sobre as coisas boas da nossa vida para as pessoas ao nosso redor. Pode ser por inocência e pureza ou também para nos exibirmos um pouco ou provar o nosso valor.

No entanto, não importa qual seja a razão, a verdade é que essa necessidade de espalhar aos quatro ventos todas as coisas boas que chegam ao nosso caminho pode cobrar de nós um preço muito alto.

Não conhecemos o coração de todas as pessoas com as quais convivemos, muitas vezes, descobrimos que nem mesmo os nossos amigos ou familiares merecem a nossa confiança, por isso precisamos estar sempre muito conscientes do tipo de notícias que permitimos que essas pessoas saibam.

Você certamente já ouviu alguém dizer que “quanto menos falamos sobre os nossos objetivos, mais chances eles têm de dar certo”, e isso é a pura verdade.

Quando externamos as nossas conquistas, permitirmos que as pessoas que nos ouvem emanem suas energias em nossa direção, e nem sempre são energias positivas.

Nem todas as pessoas nos perguntam sobre nossa vida porque se interessam verdadeiramente por nós e desejam nossa felicidade, na realidade, aqueles que realmente desejam e comemoram o nosso bem são poucos, a maioria das pessoas apenas deseja saber sobre nossa vida para comentar com os outras.

Nesse sentido, precisamos deixar a inocência de lado e analisar as pessoas mais criteriosamente, aprendendo a distinguir aqueles que realmente gostam de nós daqueles que apenas estão nos usando.

Manter a boca fechada é um dos principais segredos para a felicidade.

Se você tiver alguma notícia boa de sua vida para compartilhar, fale apenas com as pessoas em que pude confiar de verdade, ou para ninguém. A felicidade e o sucesso incomodam, e as pessoas infelizes e vazias mantêm ouvidos muito atentos.

Imagem: Freepik

Nem tudo sobre nós precisa ser do conhecimento de outras pessoas. Medir nossas palavras é zelar por nossa qualidade de vida. A felicidade  verdadeira é construída no silêncio e no respeito.

Seja discreto com a sua vida pessoal, selecione muito bem as suas companhias e pare de contar tudo para as outras pessoas, pois quem precisa saber de sua vida é você. Sua vida será muito melhor e mais feliz quando você aprender a controlar a necessidade exibicionismo. Mostrar-se para os outros pode lhe trazer alguns momentos de felicidade, mas apenas a discrição lhe permitirá aproveitar o melhor da vida de verdade, longe dos olhos invejosos.

Pare de dar satisfação da sua vida, concentre sua atenção em aproveitar o que lhe foi dado em vez de falar sobre essas coisas, assim sua felicidade será mais verdadeira e duradoura.

By: Luiza Fletcher 

* Texto escrito com exclusividade para o site O Amor. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos. Direitos autorais da imagem de capa: Sonam Prajapati por Pixabay

Dormir de conchinha com alguém que amamos é uma das melhores sensações do mundo

4.7kviews

Dormir de conchinha com nossos amados é como acariciar diretamente seus corações, e mostrar que sempre estaremos por perto, prontos para oferecer conforto, cuidado e amor incondicional.

Praticamente todo mundo já dormiu de conchinha com alguém, pelo menos uma vez na vida, mas nem todos sabem valorizar o que isso representa. Dormir de conchinha é um gesto de amor, proteção e cuidado. É um sinal de que nos sentimos confortáveis com a outra pessoa e acreditamos que quando a envolvemos ou somos envolvidos por ela, estamos mais seguros.

É algo simples e comum, mas que faz com que nos sintamos muito especiais. Quando acontece com alguém que realmente amamos então, tudo fica ainda mais intenso.

Imagem: autor desconhecido



Seja no calor ou no frio, em dias bons ou ruins, saber que a pessoa que amamos está tão pertinho da gente é reconfortante. Não há nada como sentirmos o amor do outro através desse tipo de demonstração. É realmente uma sensação única!

Se você tem alguém com quem pode dormir de conchinha todos os dias, significa que encontrou um parceiro muito especial, que está na sua vida por inteiro, porque um momento tão carinhoso como esse a gente não vive com qualquer um.

Dormir sozinho é muito bom, por vezes até mesmo libertador, mas ter a companhia de alguém que amamos e que sabemos que nos ama de volta nos dias em que a vida parece ser mais difícil é incomparável!
Esse abraço reformulado nos desperta sentimentos especiais, e sempre que dormimos de conchinha com alguém que amamos, acordamos mais animados com a vida, confortados pelo amor do outro e sabendo que por pior que tenha sido o nosso dia, sempre teremos alguém para quem voltar.

Imagem: https://www.guiadasemana.com.br

A forma de dormir de um casal revela muito sobre como o relacionamento está, e quando a conchinha se torna muito presente em nossas noites, isso mostra que as coisas estão indo muito bem, e que realmente nos sentimos em casa quando estamos com o outro.

Portanto, se você tem com quem dormir assim todos os dias, agradeça porque deitar e acordar juntinho de quem se ama é uma grande conquista.

Texto escrito com exclusividade para o site O Amor.

Por: Luiza Fletcher

*As imagens foram de pesquisas livres na internet, não identificamos quem são os autores.

Estou abraçando as minhas tristezas sem desrespeitar a minha sede de ser feliz.

791views

Eu só sei que alguma coisa mudou dentro de mim no momento em que aprendi a aceitar as minhas emoções como caminhos para aprendizados, e não como tempo perdido…

Eu só sei que alguma coisa mudou dentro de mim no momento em que aprendi a aceitar as minhas emoções como caminhos para aprendizados, e não como tempo perdido. Não sei se isso me tornou uma pessoa mais madura, mas tenho certeza que acalmou bastante a ansiedade no meu coração. E é a partir dessa nova moldura que vivo o hoje e que tento reparar nas pessoas e situações ao meu redor.

Quantos minutos, horas, dias, semanas ou meses vai durar essa capa protetora de intensidade, não tenho nenhuma ideia. Mas é reconfortante conseguir retomar um estado de poesia sobre os pensamentos, ideias e planos que quero trilhar. Ainda assim, eu sei bem – a vida tem os seus próprios encontros. Ela se move depressa e perder e ganhar é questão de saber observar.

Às vezes é complexo. Às vezes é simples.

Outro dia fiquei pensando no significado de tanta inquietude da minha alma. Não descobri muito. Ainda. Em vez disso, acabei precisando processar dores, cicatrizes e escolhas passadas. O que parecia ter se transformado num exercício de autossabotagem, terminou sendo o início de uma terapia, de uma conversa interna que já era pra ter acontecido há muito tempo. Não foi fácil, mas foi o suficiente para que eu conseguisse respirar e meditar.

Foram lágrimas no chuveiro e algumas mortes das minhas falhas e faltas. Menos dramático do que parece, eu aprendi a renascer. Sem certo e errado. Sem querer a perfeição ou o desapego da minha vulnerabilidade. Eu tenho a capacidade e a parceria de ser mais atenção e carinho comigo.

Faço o melhor que não se importar e isso é tudo pra mim. Estou abraçando as minhas tristezas sem desrespeitar a minha sede de ser feliz. E por agora é o que consigo lidar.

Texto originalmente extraído do site CONTI outra

Por Guilherme Moreira Jr

Imagem de Enrique Meseguer por Pixabay

Ela tem 83 anos e fugiu do asilo para realizar sonho de fazer sua primeira tatuagem

817views

Questionada sobre o que sua família poderia pensar, ela respondeu: ”Eu não dou a mínima. Quando você chega à minha idade só tem que viver a vida plenamente todos os dias”, afirmou

Será que tem idade para fazer o que se gosta? Para Sadie Seller, de 83 anos, a resposta é não. Mesmo sem avisar para a família, ela “fugiu” do asilo (isso foi em 2015), na Irlanda, para curtir a vida do jeito que bem entende. Mas não foi para qualquer lugar, a idosa foi para um estúdio de tatuagem.

Segundo o jornal “Mirror“, o filho da idosa, Tony Sellers, percebeu a ausência da mãe, ao ver a cadeira em que ela costumava ficar sentada vazia.

O filho iniciou a busca pela mãe e, depois de procurar por vários locais, descobriu que a senhora estava com a neta, Samantha, em um estúdio de tatuagem.

Saddie não foi acompanhar a neta, mas fazer uma tatuagem de coração no braço esquerdo. Ao ser questionada sobre o que sua família poderia pensar, ela respondeu: “Eu não dou a mínima. Quando você chega à minha idade só tem que viver a vida plenamente todos os dias”, afirmou.

A idosa, que já é bisavó, decidiu fazer a tatuagem quando a neta, Samantha, mostrou um desenho que tinha feito no próprio corpo. “Eu perguntei para o cara quanto tempo ia levar e ele disse que a tatuagem já estava pronta há cinco minutos. Eu não senti nada!”, disse.

Depois de levar a avó ao estúdio de tatuagem, os funcionários disseram a Samantha que ela só poderia voltar ali se levasse a avó junto. De acordo com o Mirro, a tatuagem fez sucesso no asilo. Quando a idosa retornou ao asilo, todos os moradores foram falar com ela para ver o coração no braço esquerdo.

 

Obs. Não conseguimos identificar a autoria das imagens 

 

Beleza incomparável do cabelo crespo de meninas negras ganha retratos de época

1.1kviews


Ser negra e ser mulher é um desafio duplo
. Além de raramente se verem retratadas na mídia (ou talvez justamente por causa disso), estas mulheres acabam enfrentando com frequência problemas de autoestima – no Blogueiras Negras tem um texto maravilhoso da Luara Vieirasobre o assunto

Para bater de frente com essa realidade e empoderar meninas negras, o duo de fotógrafos do Creative Soul criou uma série de retratos inspiradores que exaltam a beleza dos cabelos crespos. O projeto ganhou o nome de Afro Art e mostra toda a versatilidade dos cabelos crespos.

Por trás da iniciativa estão Regis e Kahran, um casal de fotógrafos de Atlanta (EUA) que entende a importância da representatividade. Os dois viajaram por diversos estados do país para fotografar cabelos com um estilo próprio. Cada ensaio teve uma temática diferente (dos estilos barroco ao punk, você vai encontrar de tudo nas fotos da série).

Tentamos combater os estereótipos nas nossas fotografias mostrando uma imagem diversa de crianças que amam sua pele, os cachos naturais de seus cabelos e sua cultura. Histórias como esta são importantes para mostrar que podemos derrubar os padrões de beleza atuais“, escrevem eles na página do projeto.

Inspiração define as imagens abaixo. Vem ver!

 

Texto integralmente extraído do site Hypeness

Obs. Não conseguimos identificar a fonte de autoria das imagens. 

Os avós nunca morrem, dormem para sempre nas profundezas do nosso coração

3.6kviews

Os avós nunca morrem, tornam-se invisíveis e dormem para sempre nas profundezas do nosso coração. Ainda hoje sentimos a falta deles e daríamos qualquer coisa para voltar a escutar as suas histórias, sentir as suas carícias e aqueles olhares cheios de ternura infinita.

Sabemos que é a lei da vida, enquanto os avós têm o privilégio de nos ver nascer e crescer, nós temos que testemunhar o envelhecimento deles e o adeus deles ao mundo. A perda deles é quase sempre a nossa primeira despedida, e normalmente durante a nossa infância. 

 

Os avós que participam na infância dos seus netos deixam vestígios da sua alma, legados que irão acompanhá-los durante a vida como sementes de amor eterno para esses dias em que eles se tornam invisíveis.

Hoje em dia é muito comum ver os avôs e as avós envolvidos nas tarefas de criança com os seus netos. Eles são uma rede de apoio inestimável nas famílias atuais. Não obstante, o seu papel não é o mesmo que o de um pai ou de uma mãe, e isso é algo que as crianças percebem desde bem cedo.

O vínculo dos avós com os netos é criado a partir de uma cumplicidade muito mais íntima e profunda, por isso, a sua perda pode ser algo muito delicado na mente de uma criança ou adolescente. Convidamos você a refletir sobre esse tema conosco.

O adeus dos avós: a primeira experiência com a perda

Muitas pessoas têm o privilégio de ter ao seu lado algum dos seus avós até ter chegado à idade adulta. Outros, pelo contrário, tiveram que enfrentar a morte deles ainda na primeira infância, naquela idade em que ainda não se entende a perda de uma forma verdadeiramente real, e onde os adultos, em certas situações, a explicam mal na tentativa de suavizar a morte ou fazer de conta que é algo que não faz sofrer.

A maioria dos psicopedagogos diz de forma bem clara: devemos dizer sempre a verdade a uma criança. É preciso adaptar a mensagem à sua idade, sobre isso não há dúvidas, mas um erro que muitos pais cometem é evitar, por exemplo, uma última despedida entre a criança e o avô enquanto este está no hospital ou quando fazem uso de metáforas como “o avô está em uma estrela ou a avó está dormindo no céu“.

  • É preciso explicar a morte às crianças de forma simples e sem metáforas para que elas não criem ideias erradas. Se dissermos a elas que o avô foi embora, o mais provável é a criança perguntar quando é que ele vai voltar.
  • Se explicarmos a morte à criança a partir de uma visão religiosa, é necessário incidir no fato de que ele “não vai regressar”. Uma criança pequena consegue absorver apenas quantidades limitadas de informação, dessa forma, as explicações devem ser breves e simples.

É também importante ter em conta que a morte não é um tabu e que as lágrimas dos adultos não têm que ficar ocultas perante o olhar das crianças. Todos sofremos com a perda de um ente querido e é necessário falar sobre isso e desabafar. As crianças vão fazer isso no seu tempo e no momento certo, por isso, temos que facilitar este processo.

As crianças irão nos fazer muitas perguntas que precisam das melhores e mais pacientes respostas. A perda dos avós na infância ou na adolescência é sempre algo complexo, por isso é necessário atravessar essa luta em família sendo bastante intuitivos perante qualquer necessidade dos nossos filhos.

Embora já não estejam entre nós, eles continuam muito presentes

Os avós, embora já não estejam entre nós, continuam muito presentes nas nossas vidas, nesses cenários comuns que compartilhamos com a nossa família e também nesse legado verbal que oferecemos às novas gerações e aos novos netos e bisnetos que não tiveram a oportunidade de conhecer o avô ou a avó.Os avós seguraram as nossas mãos durante um tempo, enquanto isso nos ensinaram a andar, mas depois, o que seguraram para sempre foram os nossos corações, onde eles descansam eternamente nos oferecendo a sua luz, a sua memória.

A presença deles ainda mora nessas fotografias amareladas que são guardadas nos porta-retratos e não na memória de um celular. O avô está naquela árvore que plantou com as suas próprias mãos, e a avó no vestido que nos costurou e que ainda hoje temos.

Estão no cheiro daqueles doces que habitam a nossa memória emocional. A sua lembrança está também em cada um dos conselhos que nos deram, nas histórias que nos contaram, na forma como amarramos os sapatos e até na covinha do nosso queixo que herdamos deles.

Os avós não morrem porque ficam gravados nas nossas emoções de um modo mais delicado e profundo do que a simples genética. Eles nos ensinaram a ir um pouco mais devagar e ao ritmo deles,a saborear uma tarde no campo, a descobrir que os bons livros têm um cheiro especial e que existe uma linguagem que vai muito mais além das palavras.

É a linguagem de um abraço, de uma carícia, de um sorriso cúmplice e de um passeio no meio da tarde compartilhando silêncios enquanto vemos o pôr do sol. Tudo isso perdurará para sempre, e é aí onde acontece a verdadeira eternidade das pessoas.

No legado afetivo de quem nos ama de verdade e que nos honra ao recordar-nos a cada dia.

 

Obs. Não conseguimos identificar a autoria de algumas imagens 

 

 

Texto extraído do site:

 

“Uma História”, poema de Casimiro de Abreu

2kviews

A brisa dizia à rosa:
– “Dá, formosa,
Dá-me, linda, o teu amor;
Deixa eu dormir no teu seio
Sem receio,
Sem receio minha flor!

Da tarde virei da selva
Sobre a relva
Os meus suspiros te dar;
E de noite na corrente
Mansamente
Mansamente te embalar!” –

E a rosa dizia à brisa:
– “Não precisa
Meu seio dos beijos teus;
Não te adoro… és inconstante…
Outro amante,
Outro amante aos sonhos meus!

Tu passas de noite e dia
Sem poesia
A repetir-me os teus ais;
Não te adoro… quero o Norte
Que é mais forte
Que é mais forte e eu amo mais!” –

No outro dia a pobre rosa
Tão vaidosa
No hastil se debruçou;
Pobre dela! – Teve a morte
Porque o Norte
Porque o Norte a desfolhou!…

 

Saiba quem foi Casimiro de Abreu

Quem foi Casimiro de Abreu

1.1kviews

Casimiro José Marques de Abreu nasceu no dia 4 de janeiro de 1837, em Barra de São João, Rio de Janeiro. Um dos poetas mais importantes da literatura brasileira, pertence a segunda geração do Romantismo no país. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), é patrono da cadeira n.6.

Casimiro de Abreu foi prodígio e muito intenso. Apesar de não ter escrito muito – faleceu com apenas 23 anos de idade – deixou obras perpetuadas na literatura nacional. Dono de um estilo lírico e sentimentos à flor da pele, seus poemas abordavam temas como o amor, a paixão, a melancolia da vida, nostalgia da infância e exaltação à pátria. Autor da obra “Meus Oito Anos”, tornou-se um dos mais populares poetas de sua geração no Brasil, apesar de viver boa parte de sua juventude em Lisboa, Portugal, onde, com apenas 16 anos, escreveu a maior parte dos poemas de seu único livro “Primaveras”.

Na capital portuguesa, Casimiro de Abreu conhece a boemia e se entrega às madrugadas, mulheres e bebidas. Acaba contraindo tuberculose, precisando regressar ao Brasil no ano de 1857. Com a saúde abalada, parte para Indaiassu, perto de Nova Friburgo, onde sua família tinha uma fazenda para que assim pudesse respirar ar mais puro e combater a doença.

Em julho de 1960, fica noivo de Joaquina Alvarenga Silva Peixoto. porém, pouco mais de três meses depois, Casimiro de Abreu não resiste à tuberculose e morre no dia 18 de outubro, em Indaiassu, município que hoje carrega o nome do próprio Casimiro de Abreu, em homenagem.

Texto extraído do site Recanto do Poeta

Consciência Negra para quem?

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA – É PRECISO OLHAR PARA O OUTRO COMO DIFERENTE SENDO IGUAL NO BRASIL.

No Brasil, continua-se reproduzindo a escravidão do passado com os negros e negras em diversos setores da sociedade nordestina, baiana e brasileira. É inadmissível que em tempos atuais, a população negra, sendo maioria, seja tratada com inferioridade com relação à população considerada ” branca” elitista no país. Infelizmente, ainda temos e não sabemos por quanto tempo, estatisticamente os piores índices de pobreza, de violência, de desemprego, de moradia, de igual oportunidade na arte, na cultura, na música, na literatura, na religião, nas universidades públicas, na televisão, no jornalismo, na política, bem como em outras áreas e espaços sociais desta mesma Sociedade racista, machista e preconceituosa a qual vivemos com pessoas que não nos aceitam como pessoas que são e pensam diferentes.

É inegável que  a [população negra] muito contribuiu e continua contribuindo em todos os aspectos para a História do Brasil, da América Latina e do Mundo. Não resta dúvida que o negro, continuará lutando e resistindo para que um dia possa vencer esta escravidão miserável, cruel e estrutural que persiste escondê-lo na sua própria história.

Por esta razão, reafirmo que o negro não precisa de elogios ou comemorações, mas sim, de oportunidade de condição para viver melhor e dignamente como qualquer pessoa na Sociedade brasileira. CONSCIÊNCIA NEGRA PARA QUEM?

Um grande abraço!

Antônio Santana – Professor, escritor e poeta.

Bahia, 20 de novembro de 2019.

 

 


Antonio Santana é também Coordenador do Mov. Café com Poemas em Condeúba/BA

Antônio da Cruz Santana nasceu na cidade de Saubara, na Região do Recôncavo Baiano, em 9 de abril de 1971. Em sua cidade natal, fez o curso primário, na Escola Estadual Professor Caio Moura, e o ginásio, no Centro Educacional Cenecista de Saubara.

 Leia mais…