Foi realizado nesta noite de sábado dia 26 de outubro de 2019, mais um evento do Movimento Café com Poemas. Desta vez, o encontro foi no Salão Coluna Prestes no prédio da antiga Intendência.
O coordenador do Movimento Café com Poemas em Condeúba, o poeta Antônio Santana, fez a abertura do encontro com uma oração…
Em seguida, Santana agradeceu a todos pela presença e fez um relato sobre os objetivos deste movimento, que é proporcionar nos encontros, um pouco de distração para as pessoas, mostrar o quão é lindo uma poesia, um poema, enfim, a arte do recital, a conversa com as letras e pelas letras.
Nesse mesmo diapasão, o Poeta Santana deu-se início aos trabalhos recitando o Poema, “O homem; as viagens”, de autoria de Carlos Drummond de Andrade. Este poema é provocante e no recital de ontem não foi diferente, pois, os membros do movimento ali presentes, fizeram a mesma reflexão sobre o tema…
Dando prosseguimento aos trabalhos, foram sendo recitados poemas e poesias com diferentes autores e público ali presente.
Foi nessa pegada MAIÚSCULA, que aconteceu o encontro do “Movimento Café com Poemas”, na noite de ontem, ao término do encontro, ficou com o sabor de quero mais!!!
Fotos e Reportagem: Oclides da Silveira/JFC
Confira a reportagem completa e mais fotos no site JFC
Logos Hope atraca em Salvador com missão de levar educação e esperança através da fé
A maior livraria flutuante do mundo, a Logos Hope possui acervo com mais de 5.000 livros de diferentes segmentos, mas com foco maior voltado à leitura cristã, a preços mais baratos do que o mercado. O navio, visitado pelo CORREIO, na manhã desta sexta-feira (25), fica em Salvador até o dia 5 de novembro, com entrada a R$ 5 por pessoa.
Operada pela Good Books For All (GBA), uma organização de origem cristã da Alemanha, o Logos Hope começou a funcionar em 2009. O navio conta com 9 andares e tem capacidade para uma média de 442 pessoas. É o maior navio da organização, que já possuiu também os navios Logos, Doulos e Logos II, que juntos já passaram por mais de 160 países, contabilizando mais de 46 milhões de visitas desde os anos 70.
(…)
Espaço Jornada da Vida (Foto: CORREIO/Marina Silva)
Na livraria é possível encontrar um espaço chamado de Jornada da Vida, onde as pessoas entram em uma história baseada na obra bíblica, o Filho Pródigo e que muda a aparência dos personagens, de acordo com o continente. Há ainda um espaço de teatro voltado para as crianças e o Café Internacional para os visitantes terem um momento de interação e conversa com os visitantes.
Segundo a organização, a ideia é promover uma “viagem da esperança”, evangelizando pessoas através do “conhecimento, ajuda e esperança”, surgiu depois que um casal americano que fazia o transporte de livros dos Estados Unidos para o México, através de uma Kombi, resolveu expandir a missão e através de parcerias. Eles compraram um navio, o Logos, em 1973, que saiu da Dinamarca para a Alemanha.
Depois de 20 anos da primeira passagem no Brasil, a organização volta ao país, com a mesma missão de “trazer livros de boa qualidade, a um preço acessível para diferentes públicos”, diz a baiana Raquel Menezes, coordenadora de projetos da Logos Hope.
Raquel é uma das brasileiras que integra a tripulação de 400 pessoas de 60 nações diferentes que se voluntariaram para seguirem passando por países onde a situação é mais precária. “A ideia também é compartilhar conhecimento, ajuda e esperança. Então, muito mais do que ter o trabalho só a bordo, todos os dias também, trabalhamos com projetos sociais nos países em que nós passamos”, conta, completando que durante os 10 dias em que o navio vai estiver atracado em Salvador, uma parte dos tripulantes visitará igrejas, escolas, orfanatos e hospitais para fazer diferentes tipos de trabalho.
Apresentação de dança coreana (Foto: CORREIO/Marina Silva)
A livraria funciona de terça à sábado, das 10h às 21h e domingo, das 14h, às 21h.Entre crianças, adolescentes e adultos, os 400 tripulantes tentam levar uma vida normal no mar. Todos têm um trabalho com horário de entrada e saída e é comum encontrar famílias inteiras à bordo, como é o caso da família do comandante alemão, Samuel Hils, que vive com esposa e as duas filhas no navio.
Polêmia antes da chegada
Antes mesmo de chegar, a livraria-ambulante se envolveu em uma polêmica. Uma postagem de cunho discriminatório, feita no Facebook da livraria, pedia para os seguidores orarem por “proteção, força e sabedoria para os tripulantes durante a permanência do navio em Salvador – cidade conhecida pela crença das pessoas em espíritos e demônios”.
A publicação gerou desconforto e críticas à organização da Logos, que na abertura da livraria aqui em Salvador, nesta sexta (25), ainda não sabia quem havia feito a postagem. “Ainda estamos identificando quem foi a pessoa que falhou com esse tipo de informação”, explicou o Márcio Lugão, diretor da ONG Operação Mobilização (OM), que está por trás da Logos Hopes e tem como objetivo levar conhecimento ao mundo através de estudos bíblicos, da arte, do trabalho e desenvolvimento.
Post que gerou polêmica (Foto: Reprodução)
Ainda segundo Márcio, a postagem foi feita de “maneira errônea” e uma nota pública será divulgada para imprensa. O diretor da OM afirma que esse tipo de postagem foge dos princípios da organização. “A gente leva respeito, companheirismo, ajuda humanitária, social, então é possível que tenha havido falhas como em qualquer lugar e profissão, mas a boa notícia para a imprensa e população de Salvador é que esse problema já foi solucionado’, afirmou.
Em vídeo, a promotora de Justiça Lívia Sant’Ana, afirmou que o Ministério Público do Estado da Bahia tomou conhecimento, através da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, “de mensagem de cunho discriminatório emitido pela Logos Hope Livraria Flutuante”. “Já foi instaurado o devido procedimento e a organização do navio será notificada com recomendação para retirada da mensagem de todas as redes sociais, bem como para prestar esclarecimentos no prazo de três dias”, afirmou a promotora.
Além disso, foi enviada uma cópia do procedimento para “adoção das medidas cabíveis no que se refere ao direito do consumidor, uma vez que, pelo que foi verificado no local, trata-se de acervo de livros evangélicos, informação que não foi divulgada no material publicitário”, acrescenta.
A Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA) divulgou nota de repúdio. Declarar que a tripulação estaria submetida a algum risco ao chegar em uma cidade “conhecida pela crença do povo em espíritos e demônios” ultrapassa os limites da liberdade de expressão e liberdade religiosa, diz a presidente da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa do órgão, Maíra Vida.
“Nos é exigido um esforço transdisciplinar de superação das violências. O desafio é garantir que o enfrentamento jurídico seja célere, adequado e, ainda assim, transformador”, afirma.
Além da primeira colocação, o estudante recebeu a certificação de maior nota nacional e certificados de honra ao mérito nos níveis nacional, estadual e municipal.
O estudante paraibano Yan Gabriel Santos Rodrigues da Costa, de 9 anos, conquistou medalha de ouro na olimpíada brasileira de robótica 2019, na modalidade teórica. Aluno do 3º ano do ensino fundamental em uma escola particular de Campina Grande, além de primeiro colocado, recebeu a certificação de maior nota nacional e certificados de honra ao mérito nos níveis nacional, estadual e municipal.
Esta é a terceira vez consecutiva que o menino alcança o primeiro lugar nacional numa olimpíada científica, antes foi medalhista em olimpíadas de astronomia e aeronáutica. Em entrevista à TV Cabo Branco, o pai de Yan, Leonardo Costa, contou que desde cedo o garoto demonstrou gostar de robótica, tecnologia, astronomia e física.
“Nós começamos a ver o diferencial dele ainda quando ele ainda nem sabia ler mas já identificava marcas de carro, placas. A partir buscamos maneiras de o estimular,” afirmou Leonardo.
Segundo os professores do menino de 9 anos, Yan tem facilidade de aprender e interagir, além de uma boa capacidade de entendimento. Há 3 anos, o menino participa e conquista bons resultados em olimpíadas brasileiras de astronomia, astronáutica.
Esse ano, Yan disputou pela primeira vez, com alunos de todo o país, a olimpíada nacional de robótica. A mãe do garoto comemorou a vitória. “Estou com muito orgulho. Não tem outro adjetivo para enquadrar. Foi uma surpresa pela questão das notas, estamos muito felizes e ele também”, declarou Iara Santos.
O aluno está classificado para a Etapa Regional da Olimpíada Brasileira de Robótica (modalidade prática), que será realizada este mês no Rio Grande do Sul, e foi convidado a participar da Olimpíada Internacional de Robótica.
Veja a reportagem:
https://www.youtube.com/watch?v=Vw-uGGje5c0
Além da primeira colocação, o estudante recebeu a certificação de maior nota nacional e certificados de honra ao mérito nos níveis nacional, estadual e municipal.
Everton entrou no mar com uma camiseta, mas a tirou quando viu o corpo sujo. Improvisou uma túnica com um saco de lixo e voltou para a água
A imagem deu a volta ao mundo: um menino sai da água do mar com os olhos fechados e os braços abertos, em um gesto de impotência, com o corpo coberto por um saco de lixo, empapado do óleo que há quase dois meses se espalha pelo litoral nordestino.
Foi registrada por um fotógrafo colaborador da AFP em 21 de outubro por volta das 11h da manhã, na praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco).
Naquele dia, Everton Miguel dos Anjos, de 13 anos, junto com os quatro irmãos e vários primos se somaram às centenas de voluntários que retiravam os resíduos de petróleo cru espalhados na areia ou incrustados nas pedras.
Entrou no mar com uma camiseta, mas a tirou quando viu o corpo enegrecido. Improvisou uma túnica com um saco de lixo e voltou para a água.
O jovem contou ao fotógrafo que sua mãe, que administra um bar na praia, brigou com ele quando viu as fotos, publicadas por muitos dos principais veículos de comunicação ao redor do mundo.
“Eu tinha pedido permissão para ajudar a limpar a praia e ela me deu, mas com a condição de que eu não me sujasse!”, disse Everton.
O ministério da Saúde lembrou na semana passada que a inalação de vapores de petróleo ou o contato físico com suas substâncias tóxicas é perigoso.
Nesta quinta-feira, 25 de outubro, quatro dias depois da foto, apenas alguns fragmentos de petróleo eram vistos na praia. O Exército tinha se encarregado da operação de limpeza, proibindo a participação de crianças. Desde o início da catástrofe, foram recolhidas mil toneladas de petróleo, segundo dados da Marinha.
O vazamento foi avistado pela primeira vez na Paraíba em 30 de agosto e desde então foi detectado ao longo de 2.250 quilômetros, chegando a praias paradisíacas em uma região pobre e fortemente dependente do turismo. Cerca de 200 localidades foram afetadas.
Várias ONGs têm denunciado a lentidão das autoridades em reagir e a falta de recursos para combater o que muitos especialistas consideram a pior catástrofe ambiental do nordeste brasileiro.
O MENINO EVERTON MIGUEL DOS ANJOS, QUE SE JUNTOU AOS VOLUNTÁRIOS NA LIMPEZA DA PRAIA ITAPUAMA, EM CABO DE SANTO AGOSTINHO, NO PERNAMBUCO
Conhecida no Brasil como Melão de São Caetano, a planta asiática melão amargo (Momordica charantia) mostrou-se incrivelmente eficaz no combate às células cancerígenas que atacam o pâncreas.
Há casos em que após 72 horas de tratamento com o suco do melão, dissolvido em 5% de água, dois tipos de câncer pancreático foram eliminados em uma taxa de 98%. [wpdiscuz-feedback id=”gt1u42vydd” question=”Please leave a feedback on this” opened=”1″]Em alguns pacientes, as células cancerígenas tiveram uma redução de 90%. Uma verdadeira vitória para os pesquisadores![/wpdiscuz-feedback]
Tudo acontece como resposta natural do organismo em relação a células invasoras, em um processo conhecido como apoptose. Ao ser absorvido pelo organismo, o suco do melão gerou o colapso do metabolismo de alimentação por glicose das células doentes.
Em outras palavras, o suco impediu que as células invasoras se alimentassem de açúcar, principal meio de sobrevivência das células. Sem alimento, elas acabaram morrendo e, como resultado, mais de 90% docâncer pancreático foi eliminado ou reduzido.
Erva de São Caetano – Planta encontrada no Sertão Foto: Ilustração
O Doutor Rakesh Aggarwal, responsável pelos ótimos avanços na pesquisa, iniciou os estudos ao constatar que chineses e indianos ingeriam a planta como auxiliar no tratamento da diabete e obtinham excelentes resultados. Como essa doença, em casos mais graves, pode ocasionar o câncer no pâncreas, Rajesh só relacionou as ideias e deu início à pesquisa, obtendo êxito.
Segundo a Doutora Ratna Ray, do Centro Médico da Universidade de Saint Louis, é difícil medir o resultado exato do tratamento com o extrato de Melão de São Caetano no crescimento das células, porém combinado com as terapias e remédios existentes, pode auxiliar na eficácia do combate ao câncer.
É um texto muito conhecido, atribuído ao inesquecível Pablo Neruda, mas é de autoria do personagem Afonso Henriques, na novela Fera Ferida escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn.
O mês de Outubro está acabando, mas a prevenção é o ano inteiro. Não se esqueça disso!
Você sabia que 95% dos casos de câncer de mama com diagnóstico precoce têm cura? É por isso que o autoexame é tão importante e garante que você seja a primeira a saber se tem algo errado. As frases de Outubro Rosa são ideais para te conscientizar sobre essa luta. Confira e compartilhe essa ideia com as mulheres ao seu redor!
O Café com Poemas Apoia essa iniciativa!
“Nem toda princesa usa coroa, algumas usam lenços.”
Campanha – Outubro Rosa – O Café com Poemas Apoia essa iniciativa! Fotos: Freepik
“A prevenção é o melhor caminho. Junte-se a essa luta você também!”
Campanha – Outubro Rosa – O Café com Poemas Apoia essa iniciativa! Fotos: Freepik
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“Que a sua vida seja sempre alegre, saudável e rosa. Lute contra o câncer de mama!”
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É hora de se tocar! Não deixe sua saúde para depois. Faça o autoexame e cuide do seu corpo.
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Valorize sua vida e o seu bem-estar. Faça que sua saúde seja uma prioridade.
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Você não está sozinha. A luta contra o câncer de mama é de todas nós. Juntas somos mais fortes!
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Prevenir-se é a melhor maneira de levar uma vida cor-de-rosa.
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Em outubro, vista-se de rosa e amor!
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Não deixe que a correria do cotidiano te faça esquecer de cuidar da própria saúde. Cuida-se, ame-se, previna-se!
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Nem toda rainha usa coroa, algumas usam lenços!
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Sinta seu corpo, ouça seu médico, reveja seus conceitos e vá além do seu tempo. Vida plena é o seu direito!
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O apoio emocional é a chave do sucesso contra o câncer.
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Declare seu amor por você mesma. Previna-se.
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Ninguém sabe te tocar tão bem como você mesma. Faça o autoexame! Mayara Benatti
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Câncer de mama é papo sério. Previna-se, toque-se!
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Outubro Rosa: abrace essa luta e incentive outras mulheres a entrar na batalha.
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Campanha – Outubro Rosa – O Café com Poemas Apoia essa iniciativa!
Desde às 6h, as mensagens não param de apitar no celular do salva-vidas Lucas Nelli. Mas essas que acabam de chegar, às 8h56 da sexta-feira, são aquelas que ele não gostaria de ver — o que é inevitável.
Direto da praia da Pedra do Sal, a 800 metros do Farol de Itapuã, em Salvador, uma amiga manda fotos com a situação de momento.
A maré alta da madrugada carregou pra cima das pedras o óleo cru que invade o litoral do Nordeste desde 30 de agosto. As algas estão cobertas pela lama negra e as pelotas sólidas de óleo boiam nas piscinas naturais, que começam a secar com a descida da maré.
Previamente preparado, Lucas ruma direto à praia. Ali, serão horas sob o sol forte e a uma temperatura de 30º C — com sensação mais elevada —, envolto numa atmosfera carregada de toxinas e odor de betume. E ele faz isso voluntariamente.
“O mar é minha vida. Eu sou salva-vidas, surfista e desenvolvo uma terapia pessoal no mar. Não posso ficar vendo esse cenário de horror e não fazer nada. Eu tô há dias sem dormir direito, estressado, acordo já com 500 mensagens no celular, mas é isso mesmo. Fazer o quê?”, resigna-se Lucas.
Como salva-vidas, sua escala prevê que ele trabalhe quatro dias e folgue quatro. Esta semana, a folga foi ocupada integralmente pela limpeza de praias.
“Eu pedi pra meu irmão pegar minha filha na escola hoje. A gente vai se organizando, contando com ajuda de amigos e familiares, pra conseguir colar aqui.”
Com Farol de Itapuã ao fundo, voluntários trabalham na limpeza do óleo em Salvador Foto: Victor Uchôa/BBC News Brasil / BBC News Brasil
Neste sábado (19), Lucas volta à escala do serviço, na praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas — cidade vizinha a Salvador, onde o óleo também chegou, mas em menor intensidade.
“Eu vou ficar de olho no mar, mas limpando. E peço ajuda a todo mundo que passa. Tem que ser assim. Se a gente for esperar o poder público, já era”.
Amigos e voluntários formam o grupo ‘Guardiões do Litoral’
Lucas faz parte de um grupo que surgiu na capital baiana há oito dias, com o objetivo de limpar as praias, mangues e estuários tocados pelo óleo em Salvador e cidades próximas.
Batizado de Guardiões do Litoral, o grupo começou com apenas cinco amigos e amigas praticantes de surfe. Em seguida, todos buscaram conhecidos que morassem em diferentes praias, ampliando o raio do monitoramento.
No dia 12, fizeram o primeiro mutirão de limpeza. Depois disso, com a chegada de cada vez mais óleo nas praias de Salvador, não foi mais possível parar.
“Já tiramos baldes e baldes dessa lama daqui. Mas a maré jogou o óleo pra cima da pedra, o sol esquentou, isso gruda. Como é que limpa?”, lamenta Juvenal Gordilho, que tem dado plantão na Pedra do Sal.
Ele é professor de jiu-jitsu e atua na reciclagem de óleo de cozinha para produção de sabonetes. Mas, nos últimos dias, interrompeu todas as atividades para priorizar o trabalho nas praias.
“Além de todo o esforço, temos uma corrida contra o tempo, porque quando a maré sobe, já foi, só no outro dia. Às vezes, dá a sensação de que estamos enxugando gelo, mas não vamos parar.”
Para otimizar a corrida contra o tempo, os Guardiões criaram alguns métodos.
Esta semana, definiram monitores para cada região do litoral. Quando a maré começa a baixar, eles vão às praias de sua responsabilidade e compartilham nos grupos de voluntários fotos e vídeos feitos com o aplicativo Timestamp, que mostra o local exato e a hora em que aquele registro foi feito, evitando alarmes falsos e facilitando a vida de quem vai chegar para ajudar.
A partir das imagens, define-se a área mais contaminada do dia e as mensagens começam a se espalhar, instigando tantas pessoas quanto for possível para aproveitar a baixa da maré e colocar, literalmente, a mão no óleo.
Criado na terça-feira (15), o perfil dos Guardiões do Litoral no Instagram reuniu mais de 5 mil seguidores em 72 horas.
Nesta sexta (18), 25 voluntários participaram do mutirão na Pedra do Sal, que contou ainda com homens da Marinha e da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).
‘É importante mobilizar as pessoas porque quanto mais gente, mais rápido tira o óleo’, diz Pâmela Seccon Foto: Victor Uchôa/BBC News Brasil / BBC News Brasi
Entres os voluntários, estava o casal Pâmela Seccon e Flávio Bustani. Foi o segundo dia de atuação deles. Na quinta-feira, participaram da retirada de óleo na praia do Rio Vermelho, a poucos metros da faixa de areia que, todo dia 2 de fevereiro, é tomada por pessoas na Festa de Iemanjá – e de onde saem os presentes enviados para a Rainha do Mar das religiões de matriz africana.
“Aqui tem bastante gente. No Rio Vermelho, só tinha eu, Flávio e o pessoal da Limpurb. É importante mobilizar as pessoas porque quanto mais gente, mais rápido tira o óleo”, diz Pâmela.
Ela descreve a limpeza como um trabalho de luta contra a substância.
“É uma trabalheira, porque a gente tira o óleo, mas ele esquenta com o sol, vai derretendo, rasga o saco, fura o balde. Tem que ter paciência”.
Ela é pesquisadora e Flávio, produtor cultural. Ambos deixaram os compromissos de lado para colaborar com a limpeza.
“Só quero ver se não vai aparecer o culpado por isso. Olhe o estado das nossas praias, o cheiro que tá aqui”, diz Flávio, de frente para a bancada de pedra coberta de óleo.
‘O jeito é nos juntarmos para limpar’
Grupos de voluntários usam aplicativos para se comunicar sobre locais danificados e com equipes atuando Foto: Victor Uchôa/BBC News Brasil / BBC News Brasil
“Muita gente está espalhando nossas informações e dicas, o que tem atraído mais voluntários. Isso nos dá força, traz energia no meio da situação crítica. Enquanto cidadãos, aumenta a sensação de pertencimento, de união, mesmo que seja num momento tão triste”, diz Mariana Thevenin, uma das articuladoras do movimento.
Mariana, que é oceanógrafa física, explica que é de domínio público o mapeamento detalhado do litoral brasileiro, feito pelo Ministério do Meio Ambiente, com indicação dos pontos sensíveis da costa em diferentes níveis.
Essas informações, afirma ela, deveriam ser usadas numa crise como a de agora, o que não vem sendo feito.
“Estamos no meio de uma catástrofe e não vemos ações robustas do governo federal, que, através da Petrobras, é quem dispõe da estrutura para fazer a contenção do óleo antes de chegar na praia e, depois que já chegou, deveria acionar empresas especializadas neste tipo de limpeza. Não era nem pra Limpurb estar fazendo isso. Mas, cadê? Alguém já viu algum barco com as bóias de contenção aqui? O óleo já entrou na Baía de Todos os Santos e fica por isso mesmo. O jeito é nos juntarmos pra ir limpar”, diz.
Nesta sexta, o Ministério Público Federal (MPF), com aval dos procuradores dos noves estados nordestinos, entrou com uma ação contra a União alegando omissão no caso da manchas de óleo. O pedido é que, em 24 horas, seja colocado em prática o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água. A multa diária prevista é de R$ 1 milhão em caso de descumprimento.
Classificando o episódio como o maior desastre ambiental da história no litoral brasileiro, o MPF afirma que a União tem protelado medidas protetivas, sem atuar de forma articulada.
“Afinal, tudo que se apurou é que a União não está adotando as medidas adequadas em relação a esse desastre ambiental que já chegou a 2.100 quilômetros dos nove estados da região”, diz a ação.
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Bahia, Rodrigo Alves, afirmou à BBC News Brasil que “neste momento, a limpeza das praias é o que tem se mostrado mais eficaz”. O Ibama é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
Segundo Alves, como o óleo se move sob a superfície do mar, o que dificulta a sua visualização em sobrevoos e por satélite, “é difícil prever onde montar as bóias de contenção”.
“Além disso, nem todo local é apropriado para colocar as boias”, completa.
Questionado se, mesmo sem a previsão exata, não seria o caso de garantir a proteção em zonas sensíveis onde fosse possível instalar a contenção, como estuários e entradas de manguezais, Alves voltou a dizer que o mais eficiente tem sido as limpezas depois que o óleo toca a costa.
Em visita ao trabalho de limpeza na Pedra do Sal, o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, afirmou que vai manter a mobilização da Limpurb pelo tempo que for necessário, “sem fazer contas”.
“Nossos homens só saem das praias quando estiver tudo 100% limpo. É claro que isso tem um ônus, causa um prejuízo ao erário, que deve ser cobrado do responsável pela causa primária desse vazamento, que ainda não foi descoberto”, afirmou Neto.
“Não vou polemizar sobre responsabilidades de governos, seja estadual ou federal. A nossa preocupação, nesse momento, é com a retirada desse óleo cru das praias e sua devida destinação”, completou.
Somente nesta sexta, quase 11 toneladas de óleo foram retiradas de seis praias de Salvador. Desde o início da aparição das manchas na capital baiana, já foram aproximadamente 91 toneladas.
Voluntária pede licença do trabalho para participar de limpeza
A fotógrafa Isabel Sant’Ana descreve cenário ‘assustador’ em manguezal Foto: Pedro Accioly / BBC News Brasil
A fotógrafa Isabel Sant’Ana juntou-se aos Guardiões do Litoral logo no primeiro momento, após ver uma postagem do engenheiro Arthur Sehbe.
No sábado, dia 12, ela partiu para uma ação de limpeza na praia de Itacimirim, Litoral Norte da Bahia, a 75 quilômetros de Salvador. Lá, encontrou algumas pelotas na areia, mas ficou chocada mesmo ao chegar na barra do Rio Pojuca, onde há um extenso manguezal.
“Era assustador, eu comecei a chorar. Tinham manchas de óleo maiores que uma pessoa. A gente tirava os bolos de óleo dos buracos e quando metia a mão de novo, estavam lá os caranguejos mortos”, conta ela, que durante esta semana chegou a pedir licença do trabalho para participar de uma nova ação.
Na terça, entretanto, Isabel começou a sentir dores de cabeça, ficou com as vias aéreas sensíveis e sem apetite. Ela não tem dúvida: o mal estar foi motivado pelo óleo.
A médica clínica geral e homeopata Mônica Oliveira confirma que esses sintomas são comuns a quem fica muito tempo exposto ao derivado de petróleo, pois ali estão contidos altos níveis de substâncias neurotóxicas.
“É com isso que se produzem colas, removedores, resinas, só que em quantidades bem menores. Aquilo é óleo cru, é muito tóxico.”
A médica sugere que, dentro do que for possível, os voluntários criem uma escala de revezamento nas praias, evitando atuar em dias seguidos. Isto para dar tempo de o corpo liberar a toxicidade antes de receber uma nova carga.
Outra dica é evitar o uso de bebidas alcoólicas e cigarro.
“As drogas, mesmo as lícitas, sobrecarregam o corpo que, neste caso, já está intoxicado pelo óleo. Por isso é bom evitar beber ou fumar neste período, até para conseguir realizar este trabalho por mais tempo”, observa.
No perfil do Instagram, os Guardiões alertam sobre a importância de que os voluntários se protejam para participar da limpeza. É preciso usar luvas, botas de PVC, calças, camisas de manga comprida, pás, peneiras e máscara. Com um detalhe: como o contaminante libera vapores ao ser aquecido pelo sol, o ideal é uso de máscara para gás, ainda que a máscara para poeira já ajude.
Somente a máscara para gás custa, em média, R$ 260. Por isso, os voluntários pedem que empresas que tenham esses itens ou pessoas que possam comprá-los façam doações de equipamentos. Não são aceitas doações em dinheiro.
Em Salvador, os Guardiões garantem o plano de manter a mobilização até que as manchas de óleo parem de aparecer, ainda que este seja um horizonte incerto – já que ainda não se sabe a quantidade de óleo derramado no oceano, assim como a localização exata e a data do derramamento.
Mesmo diante do desastroso quadro, Mariana Thevenin tenta manter o otimismo: “Enquanto for preciso e possível, vamos seguir. Os oceanos e as praias são fundamentais pra gente, seja pela regulação térmica, seja pelo lazer ou pelos alimentos. Vamos continuar cobrando respostas dos governos, mas, enquanto isso, metemos mão. É nossa responsabilidade meter mão”.
Tua sedução é menos de mulher do que de casa: pois vem de como é por dentro ou por detrás da fachada.
Mesmo quando ela possui tua plácida elegância, esse teu reboco claro, riso franco de varandas,
uma casa não é nunca só para ser contemplada; melhor: somente por dentro é possível contemplá-la.
Seduz pelo que é dentro, ou será, quando se abra; pelo que pode ser dentro de suas paredes fechadas;
pelo que dentro fizeram com seus vazios, com o nada; pelos espaços de dentro, não pelo que dentro guarda;
pelos espaços de dentro: seus recintos, suas áreas, organizando-se dentro em corredores e salas,
os quais sugerindo ao homem estâncias aconchegadas, paredes bem revestidas ou recessos bons de cavas,
exercem sobre esse homem efeito igual ao que causas: a vontade de corrê-la por dentro, de visitá-la.
Publicado no livro Quaderna (1960).
In: MELO NETO, João Cabral de. Obra completa: volume único. Org. Marly de Oliveira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p.241-242. (Biblioteca luso-brasileira. Série brasileira